E eu tinha esquecido de devolver a maldita caneta.
— Gostaria de comer os resíduos tóxicos do hospital também? Olha, eu não me oponho. — Mike puxou a caneta da minha mão, eu deveria estar mordendo ela a horas já. — Tiraria o peso de me preocupar com o descarte ilegal.
— Não me faça responder da maneira que quero.
Ele sorriu e se sentou ao meu lado.
— E você deveria estar em casa, qual é o seu problema?
Pensei por alguns segundos. Eu tinha uma ligeira atenção especial do Sr. Collerman, pelo que parecia. Também uma jura de morte dos olhos castanhos de Jess e um emprego onde meu supervisor não me deixava trabalhar, qual problema eu diria a ele?
— Nada demais, não vou bater o ponto, apenas me deixe ocupar a mente. — Resmunguei cansada.
Mike era um cara legal, tinha trinta e dois anos se não me engano e um sorriso encantador.
— Vamos, você precisa beber e eu preciso descansar a mente.
Eu não tinha que trabalhar e por causa da minha faculdade, já passava da hora de estar na cama. Mas eu precisava mesmo andar pelo caminho do alcoolismo e ser tão irresponsável quanto uma porta, minha mãe adoraria saber disso.
— Sem boa noite Cinderela. — Caçoei e ele bufou fazendo uma careta inconformada.
— Merda. Rohypnol seria melhor? Eu estava pensando em Frontal, mas eu queria você acordada, mulher inconsciente não é o meu lance. Tenho pavor de bonecas.
— Você precisa se tratar, Mike.
Ele riu e caminhamos até o outro lado da rua, onde haviam alguns bares. Eu não era exigente e podendo esquecer o meu dia conturbado mergulhando minha cabeça num barril de cerveja, já estava de bom tamanho.
O bar era tão simples quanto um boteco, mas a cerveja era boa e Mike não era uma companhia ruim, pelo menos fora do hospital. Já bebi com ele outras vezes e me diverti mais do que eu achei possível acontecer, pelo menos era fácil com ele.
— Ivy estará no seu lugar amanhã, estou te pondo oficialmente de castigo. — Uni as sobrancelhas ouvindo aquela besteira enquanto sentávamos na banqueta do bar. — Podemos ser notificados, Callie, você anda trabalhando demais e já ultrapassou as horas permitidas de trabalho do mês.
O barman encheu minha caneca e eu quase virei de uma vez só.
— Não faria isso comigo. — Suspirei chateada, ficar sem trabalhar seria trágico para a minha mente conturbada.
Mike deu de ombros, não era brincadeira.
— Eu preciso de um emprego de verdade. — Eu disse finalmente e terminei de beber. — As horas extras estão apenas me matando e não pagam tão bem quanto eu preciso.
Mike virou sua dose de uísque e bateu o copo na mesa.
— Não ouse me deixar sozinho naquele hospital, eu não tenho mais cabeça para tolerar toda aquela merda sem sua ajuda.
— Me contratar como efetiva ajudaria minha vida financeira e me privaria de sair daquele hospício. — Se ele pudesse fazer isso, seria a minha salvação.
Meu copo foi preenchido outra vez e Mike pediu uma dose para mim, a noite seria longa pelo jeito.
— Está tentando me embebedar Michael? — Eu ri jogando o uísque para dentro da garganta e sentindo-o queimar a minha alma, ele deu de ombros e riu. — Que bom, porque estou precisando.
O calor do álcool começou a aquecer meu corpo, era bom, conhecido e me senti ainda melhor depois que arranquei a jaqueta das minhas costas. Livre, ajeitei as alças da regata e soltei aquele maldito coque. Minha cabeça latejava pela força que usei para prender, claro, graças a importunação de Jess.
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(DEGUSTAÇÃO) A Obsessão do Sr. Collerman - Fugir Não é uma opção
Roman d'amour🥇 Em Obsessão - 08/06/2023 🥇 Em Perseguição - 10/06/2023 🥇 Em Possessivo - 20/06/2023 História 🔞 Darkromance. Contém gatilhos. *Perseguição, dependência emocional, cárcere, tortura psicológica, obsessão.* Erotismo, linguagem obscena, cenas impro...