Capítulo 3 - just s girl not a threat

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A distância do colégio até a casa da Jennie, local da festa, era de sete quadras. Não precisariam fazer nenhuma curva, muito menos entrar em alguma via movimentada. Havia uma reta que poderia ser feita de maneira rápida, sem precisar ter pressa e o horário naquele bairro tornava o caminho deserto.  

O quê poderia dar errado?

Bom...

Dependia do ponto de vista.

Para o Ford Mustang conversível de Lisa, quase nada...

Já para dona dele, TUDO.

Ela nem ao mesmo conseguia escutar a música animada do seu spotify, tocada através do som moderno e de última geração do seu carro. Não queria destruí-lo, muito menos matá-las, por isso se limitava em apenas permanecer concentrada na via em perfeito estado, iluminada pelos inúmeros postes de luz e cercada de uma vizinhança de casas modernas e planejadas.

Por conta da aproximação da nova estação, as árvores estavam ganhando vida, e aquela rua, em especial, era cheia delas.

Lalisa detestava o frio, mas também não gostava do calor em demasia, mesmo sendo de origem tailandesa. Então aquela - muito em breve estação - era sua preferida, trazia o equilíbrio perfeito na temperatura.  

Todavia, Manoban não conseguia reparar nisso, mesmo adorando a primavera. Naquele momento a situação estava um tanto quanto complicada para ela.

De fato!

A loira jogava sujo.

Sua melhor amiga encontrava-se sentada entre suas pernas, quase na ponta do banco. Lisa havia empurrado o banco para trás e, ainda assim, o espaço era limitado. Uma das mãos repousava na coxa da loira - entre a parte nua e coberta pela meia acima dos joelhos. A outra, por outra lado, encontrava-se em cima do freio de mão. Caso necessitasse, estava preparada. Seus rostos estavam próximos demais. Às vezes suas bochechas roçavam devido a mais nova ser mais alta. Lisa conseguia sentir o cheiro de fragrância cara e marcante. Adorava o resultado do perfume da ysl com a pele alva de Chaeyoung, tornava-o único.

Contudo, a australiana não facilitava, pois sempre que estancava o carro, afastava o corpo da tailandesa o suficiente para virar seu rosto em direção ao dela, jogando seus cabelos loiros para o lado contrário. Passou a fazer ainda mais esse movimento ao descobrir o quanto isso parecia mexer com sua melhor amiga. Park não possuía noção do quanto suas atitudes mexiam com a jovem tailandesa. Ou pelo menos não sabia, até escutar um suspiro longo.

Não apenas escutou.

Chaeyoung sentiu.

Primeiro um ar quente que logo morrer em seu rosto, depois uma vibração em suas costas, já que ambos os corpos estavam colados. Constatou a excitação e o desespero de Lisa em chegar logo à festa.

A loira encarou a face perfeitamente modelada da estrangeira de rabo de olho, mas não permitiu que a amiga reparasse na sua voluntária secada nos lábios rosados e carnudos de Lisa, desviando rapidamente seu olhar. 

Por sua vez, Manoban sentia sensações quase insuportáveis. Jamais iria perceber que sem querer acabou provocando, com a mesma intensidade, a menor que se encontrava entre suas pernas, pois permanecia centrada, focada.

Já estavam erradas, ambas não tinham carteira de motorista. Lisa por ainda ser nova demais e a outra por não saber dirigir.

Como explicaria aquela situação caso batesse?

Por isso a Tailandesa olhava à rua como se necessitasse daquilo para sobreviver. Só Deus poderia explicar como Lisa conseguiu chegar inteira.

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