Jardim de Aegon

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Aemond

"Bebi o chá da lua." Lucerys confessa, tímido e envergonhado, como se tivesse feito algo para se envergonhar.

Aemond acena lentamente, com compressão. Ele está aliviado, agradece aos Deuses em silêncio. Honestamente, a ideia de perder outro filhote tão cedo não é atraente e por um momento ele pensou que Lucerys poderia querer arriscar outra gravidez, felizmente ele estava errado.

"Bom." Ele diz, com um pequeno sorriso.

Lucerys aperta as mãos, ansiosa. "Mamãe me pediu ontem." Ele murmura sob a respiração. Essa era a coisa prudente a fazer, embora ninguém tivesse que questionar um príncipe herdeiro sobre beber chá da lua, havia o risco de que acabasse nos ouvidos de sua mãe e, para ser franco, ele não quer ter outra conversa sobre isso.

"Isso é bom." Ele cantarola, alcançando as mãos finas do ômega. Lembrou-se de que, quando crianças, as mãos de Lucerys eram gordinhas, assim como suas bochechas. Agora não há nada disso. Os dedos do marido são longos, o rosto afiado e o olhar já não é de pura inocência.

"Bom." Lucerys suspira, abraçando-o e colando sua orelha em seu peito. Aemond logo envolve seus braços em torno dele. "Achei que você ficaria chateado."

O alfa bufa com algum divertimento. "Menino bobo." Ele brinca enfiando o nariz nos cachos do marido. "Eu nunca me incomodaria com você por isso."

*

"Eu quero que você venha comigo para Pedra do Dragão." A irmã dele diz, sério demais para ser algum tipo de piada. Aemond franze a testa e seu nariz enruga instintivamente. "Os dois." Adicione segundos depois.

"Com licença?" Pergunta, confuso. Isso surgiu do nada, pegando-o desprevenido.

Rhaenyra sorri, quase docemente. "Eu gostaria que vocês dois se juntassem a nós em Dragonstone por uma temporada." A mulher diz, estendendo a mão de um dos maridos. "Tenho certeza de que King's Landing te estressou, meu amor." Ele murmura, olhando para Lucerys. "Não faria mal a nenhum de vocês esquecer este castelo por um tempo." Desta vez, ela está olhando para ele com aqueles olhos lilás que sempre roubaram a atenção do pai. "Vhagar terá muito mais liberdade do que aqui. Os quatro terão muito mais liberdade do que aqui."

Lucerys fica em silêncio para alguns, como se pensasse nisso. Aemond não diz nada, pensando também. Parece tentadora a ideia de que Vhagar tem muito mais liberdade. Ele sabe o quanto seu dragão adora os céus, ultimamente ele não voou com ela, muito focado em seu marido, cuidando dele das víboras do castelo.

Rhaenyra recua alguns passos, ainda com um sorriso nos lábios. "Você não precisa me dar uma resposta hoje, mas pense nisso." A irmã dele diz baixinho. "Vamos sair em três dias de qualquer maneira, então espero uma resposta em breve." E com isso ela solta a mão do marido para ir embora.

Lucerys o encara por vários segundos depois disso, ansiando, suplicando. Sua mão se agarra à dele e a aperta com certa urgência.

Aemond vira a cabeça para vê-lo. Ele inconscientemente levanta uma das mãos para acomodar um dos cachos do menino. "Pedra do Dragão.." Ele diz levantando uma sobrancelha. Aemond sabe o que Lucerys quer, mas ele quer ouvi-lo de qualquer maneira.

"Não seria maravilhoso?" O marido exclama e soa feliz. Aemond acha que não ouviu esse tom de felicidade em Lucerys antes. "Você vai adorar Pedra do Dragão e Vhagar. Embora eu ache que ela já esteja familiarizada com o lugar, ela já esteve lá muito tempo antes. Mas você vai adorar estar lá, as praias da ilha são lindas. O tempo não é tão ensolarado como aqui, mas as rochas de Pedra do Dragão sempre mantê-lo aquecido e-"

Pedacinhos de Mim - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora