Junho de 1990, Derry, Maine
Eddie era o único no presente na base do otarios, já era noite a maioria deles já devia estar dormindo, mas Eddie estava lá sentado na rede, que ficava entre duas pilastra próximas à entrada do local. Eram por volta das 22h, a luz da lua invadia o local pelas brechas do teto, iluminado o rosto vermelho e molhado de Kaspbrak.
Cerca de 10 minutos antes, Eddie teve mais uma discussão com sua mãe, elas ficaram frequentes desde o ano passado, quando ele descobriu que os remédios que tomava não passavam de placebos. Aquela não era a primeira vez que ele dormia na base dos otarios, mas aquela seria a primeira vez que estaria sozinho. Ele sempre estava acompanhado dos demais otarios, era comum que ele fizesse festas do pijama na base, eram noite divertidas, onde eles comiam besteira e ficavam a noite inteira conversando. Uma certa vez Bervely roubou uma garrafa de sua tia, Eddie não se recordava do nome da bebida, apenas lembrava que era alcoólica, ele e Stan foram os únicos a não beberem, afinal, alguém tinha que ficar de babá, e nem morto que Eddie tomaria algo alcoólico, sua mãe o mataria se descobrisse. Mas agora ele desejava tomar um gole do que tinha naquela garrafa.
Ele estava cansando, porém o sono se recusava a aparecer. Então em uma tentativa se distrair ele começa a andar pelo local.
Por mais que já fizesse um ano que ele tinha terminado aquele lugar, ele ainda estava bem vazio, com algumas cadeiras, uma pequena mesa onde eles costumavam colocar a comida, um pequeno balanço em frente à rede e uma outra mesa atrás da rede, onde Richie costumava quardar algumas hqs.
Eddie não tinha o costume de ler histórias de super heróis, ele foi proibido por sua mãe, já que segundo ela: eles incentivam a violência. Ele sempre achou aquilo um absurdo, mas preferia não discutir com ela, sabia que não adiantaria, assim como não adiantou no dia em que ela disse ao professor de educação física de Eddie, que ele não poderia continuar correndo devia a sua asma, mesmo que o professor insistisse que Eddie parecia bem quando corria.
Sem muita esperança Eddie vai até mesa onde ficavam as hqs de Rich. Ele ficou um tempo procurando alguém história que parecesse interessante. Ele já havia desistido, porém percebeu que havia um pedaço de papel se sobressaindo de uma das hqs. Por conta da curiosidade Eddie puxou o papel e viu que ele estava dobrado em dois, o papel parecia um pouco amassado. Eddie desdobrou o papel, ele estava preenchido do começo até quase o fim da folha, que parecia ser de algum caderno, a caligrafia parecia familia era obviamente de Rich, quase um garrancho, mas ainda legível.
Eddie começou a ler o que estava escrito no papel, e logo percebeu que Rich estava falando sobre si. Pela simples frase: junto à sua (gigantesca) mãe. Ele nunca muda. Ele volta a ler o que dizia no papel, soltando uma breve risada após ler a parte seguinte, já que sua mãe realmente estava lhe explicando sobre quais doenças ele poderia pegar no colégio. Mas seu coração para após ler a última parte do pequeno parágrafo.
"Mas naquela época o meu único pensamento era sobre o quanto você era bonito."
Ele me achava bonito? A pergunta vem em sua mente e seu coração palpitava ao reler o trecho. Ele me achava bonito. Ele sussurra em baixo tom. Seu rosto queimava e suas mãos começaram a suar.
Eddie volta a ler o papel. Ele o lê por inteiro e a cada parágrafo seu sorriso aumentava cada vez mais. A cada palavra que lia sentia seu rosto ficar cada vez mais quente e as mão suavam cada vez mais.
Você nunca contou a ele que havia lido esta carta. Uma voz é sussurrada, sendo confundida brevemente com vento fino que passava pelo local. A espinha de Eddie se contrai em um arrepio. Havia mais alguém lá.
Você ficou com medo, hi-hi-hi. O que os outros achariam disso? A voz tão conhecida por ele volta a falar. Dois garotos saindo juntos, que nojo. Eles contariam a todos, vocês seriam perseguidos e espancados pelas pessoas da cidade. Não foi isso que você pensou, Eds. Aquela voz terrível, daquela coisa, termina de falar, de forma tão baixa que novamente se mistura com o vento em certos pontos.
Por mais que fosse horrível admitir, a coisa estava certa, Eddie ficou com medo do que as pessoas achariam se eles começassem a ter algo. Eddie sabia a muito tempo que sentia algo a mais por Richie, muito mais forte do que apenas amizade, porém o medo falou mais alto que esse sentimento. Então ele guardou a carta no local que tinha achado anteriormente e foi até a rede, deitando-se nela depois. Passou a noite em claro naquele dia, com pensamentos distintos, alguns deles falavam para retribuir o amor de Richie, mas a grande maioria dizia para fingir que ele nunca havia lido aquela carta. E assim ele o fez. Nós dias seguintes continuou agindo da mesma forma que antes com Richie. Porém não precisou esconder por muito tempo este segredo, já que alguns meses depois, Richie foi embora da cidade e ele nunca mais se viram. Se reencontrando apenas 26 anos depois.
Você é realmente um covarde, Eddie. Em uma escuridão repentina a voz volta a dizer e ao longe olhos amarelos surgiam, logo apresentando a face daquilo que assombrou os sonho de Eddie durante 1989 e 1993, que sempre o lembravam do que ele havia feito.
O palhaço aproximava-se a cada instante.
Você era e sempre será um covarde. Ha-Ha-Ha. O palhaço correu para cima de Eddie que continuou imóvel apenas ouvido aquela risada horrenda e até a criatura abrir a boca e Eddie ver três bolas brilhantes dentro da boca dele...
Eddie se levanta assustado, sua respiração estava falha e estava falhando cada vez mais, ele se senta na cama e procura sua bombinha de asma que deveria estar na cabeceira ao lado da cama daquele hotel barato, mas não estava, então em meio ao desespero e a falta de ar, ele começa a procura em sua pequena mala que ele havia levado. Encontrando sua bombinha reserva , o que melhorou a pequena crise de asma. Ele se sentiu, novamente, fraco por ter usado-a, porém o desespero da falta de ar o cegou naquele momento.
Ele coloca a bombinha no lugar onde a antiga deveria estar e se senta na berada da cama. E tenta colocar os pensamentos no lugar, ele pensa no pesadelo que acabara de ter, não havia se lembrado daquele dia, se questionou por alguns instantes se aquilo realmente havia acontecido, mas foi logo respondia pela memória perdida daquele dia, ele realmente havia lido aquela carta.
- Puta merda! Como que não me lembrei disso antes? - Ele exclama.
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Uma carta não entregue em um história não terminada || REDDIE
Roman d'amourEu comecei a escrever isso dia 8 de outubro de 2022 e até hoje não terminei, então fiquem com oq eu escrevi até agr.