01. Sangue frio

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Dizem que a passagem do tempo
cura todas as feridas,
mas quanto maior a perda,
mais fundo é o corte e mais difícil é o processo pra ficar bem de novo,
a dor pode passar,
mas as cicatrizes servem de
lembretes do nosso sofrimento
e deixam a pessoa decidida
a nunca mais ser ferida.

   The Originals
— Klaus Mikaelson.

KAIRA VITURINO

A dor que persistia na minha cabeça não passava nem mesmo com a dezena de remédios que eu vinha tomado há algumas horas, não sabia mas o que fazer para aquilo passar de vez. Ouvi a campainha tocar e girei os olhos em direção a porta. Eu não conhecia absolutamente ninguém nessa cidade.

Peguei a arma escondida sob minha cama e a desengatilhei indo em direção a porta de madeira. Se eu não conhecia nenhuma alma viva aqui, como poderiam simplesmente tocar a campainha?

Olhei pelo olho mágico e não enxerguei nada, nenhum homem ou mulher esperando para enfiar uma bala em mim.

Guardei a arma atrás da calça Jens escura que estava vestindo e destranquei a porta olhando para o tapete que decorava o chão e pude perceber um envelope jogado, agachei e o peguei em minha mão o girando para ver se tinha alguma pista de quem poderia ter deixado aqui, mas não tinha nada, apenas o meu nome escrito em vermelho se fazia presente ali.

Espremi as sobrancelhas em questões de segundos e rasguei o papel amarelo, puxei a carta que havia dentro e a abri conseguindo ler a frase que estava escrita.

'Me presencie com sua linda presença daqui a três dias onde te trará lembranças, me dê essa brecha, Kaira. Tenho certeza que irá ser um encontro caloroso. '

A confusão se fazia ainda mais presente. Onde te trará lembranças?! Que porra é essa? Eu não era daqui, não conhecia nada e nada me traria lembranças. Olhei novamente a carta e dessa vez percebi algumas letras em negrito, claramente uma mensagem ocultada.

' M, p, r, c, i, u, a, linda, a, l, m, n, h, a, Kaira, z, r. ' Eram as letras que se destacavam, eu teria que decifrar. Qual era a porra da dificuldade de escrever logo o que era?!

Olhei novamente para os lados do corredor e não vi ninguém, nem rastros ou pistas que me ajudariam. Fechei a porta atrás de mim e com a carta em mão me joguei sobre o sofá da sala. Eu estava mesmo disposta a encontrar meus pais, faria tudo que fosse preciso, incluindo decifrar uma carta a qual eu nem sei se me ajudará com isso.

Me inclinei para a frente e levantei, reli a carta novamente e peguei uma caneta e folhas em cima da mesa, quanto mais cedo eu decifrar essa carta mais cedo tenho respostas.

Obriguei minha mente buscar o mais profundo possível de qualquer informação que me ajudaria naquele momento e o que fiz foi separar as letras em negrito por vogais de um lado e consoantes do outro.

Fiz milhares de combinações em menos de vinte minutos e nada parecia realmente fazer sentido. Minha cabeça fritava os poucos neurônios que me sobraram e até agora a única coisa que tinha era 'Muito prazer' E eu ainda tinha dúvidas se era realmente isso.

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⏰ Última atualização: Aug 18, 2023 ⏰

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