O diabo interior 👹🚩

786 38 63
                                    

Naruto abraçou as costas de Sasuke, trazendo-o um pouco mais para perto, encostou a boca na dele e deslizou a sua pela bochecha macia, seguindo em direção à orelha. Seu coração batia forte ao se imaginar fazendo aquilo que há tanto tempo estava prometido, mesmo que ninguém falasse sobre, sabiam que aconteceria. Encontrando o órgão alheio que desejava, decidiu que não mediria as palavras que usaria para contar sua pretensão; a adrenalina pulsando em suas veias.

— Eu vou colocar a Academia abaixo — sussurrou. — Vou matar Tobirama, Hashirama e, principalmente, Kaguya. Essa vai ser a minha última missão sendo o monstro que eles criaram.

Sasuke tinha fechado os olhos para absorver tudo o que acontecia tanto com seu corpo quanto com seu cérebro ao internalizar a mensagem passada por Naruto. Após confirmar que realmente havia entendido corretamente, franziu a testa e afastou-se levemente do rapaz, encarando seus olhos. Notou a determinação nas íris azuis e teve certeza de que a decisão estava tomada, mesmo assim colocaria sua opinião para fora.

— Isso é loucura — murmurou.

— Eu sei que é — concordou.

— Então por quê? — investigou, afundando ainda mais o vinco em sua testa. — Para mim, isso soa tão perigoso quanto sair em missões. Ou melhor, parece muito pior, já que você pretende encará-los diretamente.

— Nunca vou me livrar deles se não for assim — sussurrou. — Vou ficar preso pelo resto da minha vida, Sasuke, e não é isso o que eu quero — expressou.

— Suponhamos que eu concorde com essa sua ideia, como pretende colocá-la em prática?

— Não agora, nem amanhã ou semana que vem — começou. — Tirarei pelo menos seis a oito meses para investigar e aprender um pouquinho mais, principalmente sobre a vida de Kaguya. Vou aceitar a proposta de trabalhar um mês para eles na parte de execução, mas tenho a exigência de não sair dos arredores de Konoha, porque não quero me distanciar de você, apesar disso, tenho consciência de que pode não ser possível, eles já me deram demais. Penso em fazer tudo no período de férias, quando a Academia está menos movimentada. Também quero ver se consigo encontrar Gaara, não acho que posso fazer isso sozinho — confessou. — Preciso de alguém que conheça e saiba do que tudo isso se trata.

— Gaara? O garoto que era seu parceiro?

— Ele mesmo. Se eu encontrá-lo, com certeza tenho muito mais chance de conseguir colocar em prática tudo o que penso.

— Isso é loucura... — repetiu.

— Sasuke... — suspirou, fechando os olhos para tentar colocar os pensamentos em ordem. Também tinha batido o martelo sobre essa decisão por desejar viver uma vida normal ao lado dele, sem que precisassem ficar separados por meses ou colocar um ponto final na relação. — Eu quero fazer as pazes com o meu passado, quero, na medida do possível, ter um futuro que posso chamar de digno... Sei que é uma ideia tola, se tudo o que já fiz for levado em consideração, mas quero tentar impedir que outras pessoas passem pelo que passei. Se eu notar que não há possibilidades, vou acreditar que valeu a pena ter pesquisado e tomado alguma iniciativa, de qualquer forma — concluiu, dando de ombros.

— Eu não quero te perder para eles, Naru — murmurou.

— Sei que o que vou pedir é difícil, mas confie em mim. Eu não fui nomeado de Kyuubi por nada. Ainda sou o melhor que eles têm, mesmo após tantos anos — falou. — Tenho consciência de que a confiança pode ser uma grande inimiga, mas, nesse caso, tenho bons motivos para acreditar em mim.

Apesar das circunstâncias, Naruto ficou levemente contente em perceber que o encontro com Orochimaru e seus resultados não trouxeram nenhum abalo para a sua autoestima como Pardal. Claro, ainda detestava sua profissão com todas as forças, contudo, também reconhecia o fato de que, independentemente do que dissessem, ele ainda era o número um, o queridinho de Kaguya e da Central.

PardalOnde histórias criam vida. Descubra agora