Capítulo 1.

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•POV LENA LUTHOR

Hoje era o último dia que eu me apresentaria nos palcos antes de entrar de férias forçadas. Você já teve a sensação que tudo o que está fazendo pode ser em vão e que ninguém nunca se lembrará de você? Eu tenho. E eu odeio sentir isso.

Faltava cinco minutos para eu entrar no palco e cantar com toda a minha alma, minhas mãos suavam muito e minha garganta ficava sempre seca. Dessa sensação eu gosto. Do nervosismo, de ter Andrea, minha agente artística e melhor amiga batendo na porta do camarim, de subir no palco e ver a plateia gritando meu nome. Eu amava isso.

Escutei a porta abrir e saí dos meus devaneios, vendo uma Andrea eufórica entrar.

- Pronta, pequena Luthor? - Andy caminhou até mim e colocou uma de suas mãos sobre meu ombro coberta pela jaqueta preta. Eu usava um cropped e um short roxo, a jaqueta e uma bota cano alto preta com detalhes brilhantes. Uma verdadeira skin de artista pop.

- Sempre. - respondi sorrindo. Mas a verdade é que eu não estava pronta. Não estava pronta para dar uma pausa quando estou no auge da minha carreira. Não estava pronta para deixar o calor da cidade e ir para o frio da Fazenda.

- Sobe naquele palco e arrasa, Lee. Estou sempre do seu lado. - por mais que eu não falasse, Andy sabia tudo que eu estava sentindo apenas de me olhar.

- Depois do show eu vou direto pra a Fazenda, você organizou tudo direitinho? Não posso esquecer nada. - eu estava olhando nossos reflexos pelo espelho cheio de luzes ao redor. Meus olhos vacilaram e Andrea percebeu.

- Lena... está tudo bem! Você arrumou suas coisas tem uma semana e o motorista estará te esperando do lado de fora quando acabar. Você vai ficar bem, qual é! São só alguns meses no meio do mato, não seja dramática. - Andy agora pegava minha mão e me conduzia até o meio da sala.

- Mas Andy... - ela pegou minha guitarra roxa e me entregou.

- Lee, seus fãs estão esperando. Vai lá e se divirta! Você merece. - ela me abraçou e beijou o topo da minha testa.

- Ah, Andrea! Você é bem melosa, parece até que eu tenho 10 anos de idade. - falei caminhando até a porta e abrindo a mesma.

- Mas aje como uma! - fiz uma cara de intrigada e ela riu.

Enquanto caminhava até o palco, uma espécie de filme sobre esses cinco anos de carreira passava pela minha cabeça. Era mágico e a sensação era boa. Uma lágrima escorreu de um dos meus olhos. Eu estava atrás do palco e as luzes roxas pairando sobre o céu já estava visível e os gritos eufóricos de milhares de pessoas já se escutava ao longe. Andy passou por mim e tirou uma foto nossa para postar nas minhas redes sociais mais tarde.

A cortina se abriu e eu corri para a frente do palco, para recepcionar aquele calor e gritaria. Meu peito se encheu de alegria e um sorriso brotou em meu rosto. Ao longe eu avistava cartazes erguidos que eu não conseguia ler e perto da grade havia várias garotas com incontáveis braceletes em seus braços querendo me entregar alguns deles. Com certeza depois eu pegaria a metade deles. Corri até o microfone posto no centro do palco e me posicionei.

- National City... Vocês estão prontos para o melhor show de suas vidas?

E quando a multidão foi a loucura eu toquei as cordas da minha guitarra, iniciando assim o show da minha vida.

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O show correu super bem, interagi com alguns fãs durante o ato e peguei alguns braceletes. Ninguém viu, mas eu chorei quando acabou a última música e eu tive que me despedir do público. Andrea já me esperava na frente do carro esportivo que meus pais mandaram para me buscar.

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