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Mesmo para um Hyunjin de recém-completados vinte anos, ainda na faculdade e precisando de dinheiro pro aluguel a qualquer custo, nunca lhe passou pela cabeça que algum dia acabaria ali, trabalhando em uma loja de piercings. Não tinha sequer uma jóia no corpo, fora os brinquinhos no lóbulo da orelha. O ambiente era intimidador, como se decorado para alguém muito, mas muito mais legal e descolado que si. Às vezes, ficava deslocado.

(Mas era melhor que estar desempregado...)

No entanto, hoje decidiu reunir toda a coragem que lhe faltava e ao menos fingir autoconfiança. Como um atendente, lidava com muitas, muitas pessoas todos os dias. Mas nenhuma delas hipnotizou o Hwang da forma como aquele rapaz de coturno tratorado e mil piercings nas orelhas o fez.

Fazia questão de encarar o garoto aonde quer que fosse, e assim seus olhos viajavam por todo o pequeno salão da loja. Talvez estivesse a flertar; talvez estivesse somente apaixonado pelo estilo irreverente e pela aura confiante que exalava. Às vezes, se forçava a desviar o olhar — sabia o quão desconfortável pessoas ficavam ao serem encaradas daquela forma. Mas o garoto nem pareceu notar ou se importar.

Queria ter tido a chance de segurar a língua quando o garoto disse que era exatamente onde faria seu próximo piercing.

— Licença. Você acha que a de 1,2 milímetro serve para furar a língua?

— A-a barra? — o rapaz acenou que sim. — Não. Melhor essa aqui. 1,6 no mínimo.

Felix sorriu agradecido com a joia em mãos. E o puto do Hyunjin não conseguia parar de pensar em como ele ficaria gostoso pra caralho com um piercing na língua. Se sentia nojento de estar pensando nessas coisas, ainda mais sobre um desconhecido.

— Pode fechar pra mim, por favor?

Acenou que sim.

— P-por que você não volta aqui depois que tiver colocado? Pra gente testar, uh, junto.

Hwang Hyunjin parecia a cinco passos de entrar em uma apsiquia. Agia de forma tão nervosa, tão ansiosa... Mal sabia o que dizer, ou se estava convencendo o gatinho à sua frente. Mas, aparentemente, sim; porque Felix soltou um sorrisinho maroto e levemente malicioso, tascou uma mordida em seu próprio lábio inferior e arqueou a sobrancelha sugestivamente.

— "Testar" como?

E foi o suficiente para Hwang saber que aquele ali estava no papo.

— Acho que você sabe como.

Felix sorriu de lado. Estava gostando daquele flerte descarado — e especialmente do atendente gatíssimo.

— Fechado.

[...]

Já faziam alguns meses que aqueles dois se encontravam pra foder.

Claro que Felix, sendo o pouca-vergonha que era, voltou na loja para uma nova sessão de flertes até conseguir o telefone do Hwang (o que não foi muito difícil. Na verdade, não foi nem um pouco difícil...). E foi na mesma noite que o chamou para seu apartamento. Ele não perdia tempo mesmo.

Com o passar dos dias, Hyunjin ficava cada vez mais confortável com o mais novo. Arriscaram testar novas posições, alguns dos brinquedos do Lee e até os papéis de cada um estavam se invertendo e se desinvertendo. E estava amando cada momento.

Logo Hwang Hyunjin que nunca achou que nunca iria dar a bunda...

Depois do sexo, Felix ficava todo manhosinho e querendo beijinhos e abraços, e quem seria Hyunjin para negar qualquer coisa a ele? Foi assim que, gradualmente, começaram a passar mais tempo juntos assistindo filmes ou conversando que propriamente fodendo. Ambos pareciam gostar tanto desses momentos quanto das fodas.

O Hwang já conhecia aquele toque o suficiente para saber que quem estava do lado de lá da porta era seu peguete barra ficante barra pseudo-namorado. E trazia uma sacolinha suspeita em mãos.

Hyunjin sabia que estava fodido.

[...]

Foi no meio dos beijos calorosos e molhados que Felix se sentou em seu colo e, rebolando na maior cara de pau, puxou o brinquedinho que havia levado da sacola.

— Sabe, eu queria usar isso aqui em você. Acho que pode ser interessante.

O anel tremia em seus dedinhos, vibrando à toda potência. Hyunjin não ia mentir, estava bastante interessado.

— O que isso significa?

— Significa... — Felix seguiu sua fala com o mesmo tom grave que usava antes, acariciando o caralho coberto do Hwang. — Primeiro, que você só vai gozar quando eu deixar. E, segundo, que você vai alternar entre implorar para que eu tire, porque quer muito gozar, ou implorar para que deixe, porque é muito gostosinho sentir isso aqui tremendo na cabecinha do seu pau. Quer?

Hyunjin sentiu todos os pelinhos se arrepiarem. Aquele garoto tinha um jeitinho tão único de fazê-lo sentir como se fosse o cara mais gostoso do mundo (fora que era mesmo). No fundo, se sentia a maior putinha de estar assim, se rendendo a um cara que, há duas semanas, era apenas um desconhecido e caindo em todos seus charmes — até porque, como o, abre aspas, pudico, fecha aspas, que era, não costumava se enfiar em situações assim. Mas, para falar a verdade, não se importava muito naquele exato momento. Que Felix lhe usasse então!

Claro que queria.

Felix não tardou em descer suas roupas, ajoelhar-se no chão e sair beijando o interior de suas coxas. O pau de Hyunjin já estava duro, como esperado. Agora, com o piercing mais ou menos cicatrizado, Felix mal podia esperar para atender os desejos do Hwang e lhe chupar como merecia.

(E estava orando para os deuses do piercing para que nada desse errado!)

Quando a língua de Felix passeava por seu corpo ou quando a bolinha metálica massageava levemente as veias saltadas de seu caralho, Hyunjin não conseguia nem se segurar. Aquilo era exatamente o que tinha imaginado. Gemia baixinho enquanto guiava a cabeça do mais novo. Felix estava lhe proporcionando o melhor boquete de toda sua vida (tá que não foram muitos). Aquela porra de piercing lhe excitava em níveis que nem saberia descrever e, a cada segundo, sentia seu autocontrole se esvair um pouco mais. Só queria foder a boquinha gostosa do Lee até gozar em seu rosto.

E foi quando aquele maldito inventou de colocar o anel. As vibrações em seu caralho, junto à sensação da língua macia de Felix e da bolinha do piercing, fizeram Hyunjin quase surtar. Mas Felix se recusava a tirar o brinquedo para que gozasse, ainda que o Hwang estivesse literalmente a implorar.

Assim como Felix previu.

Continuou chupando como o bom garoto que era, sugando a glande inchada e acomodando toda a extensão em sua garganta. Seguia em ritmo constante, deixando que Hyunjin lhe fodesse a boca.

Foi a primeira vez que Hyunjin chegou ao orgasmo sem gozar. Pensou ter visto estrelas, tinha sido a melhor coisa que já vivenciara durante o sexo. Felix retirou o anel, e continuou a manusear o pau meia-bomba do Hwang, esperando que voltasse a ficar duro em suas mãos para que pudesse lhe foder propriamente. E, pelo visto, não teria muito trabalho para realizar isso.

— amor, mete forte em mim — pediu, com aquele rostinho angelical todo sorridente. O filho da puta estava mais para demônio.

E claro, quem seria Hwang Hyunjin de negar qualquer coisa a Lee Felix?

VIBRATOR | HYUNLIXOnde histórias criam vida. Descubra agora