teach me.

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DESDE QUE FELIX MANDARA AQUELA MENSAGEM, ele não conseguia fingir que o incômodo azucrinante na boca do estômago não existia. Havia falado sem pensar, não sabia que Hyunjin realmente levaria aquilo a sério; ele nunca parecia levar nenhum dos joguinhos de Felix a sério, para ser sincero, e isso estava intrigando-o. Talvez ele realmente quisesse ficar com Jisung tanto quanto costumava resmungar pelos quatro cantos da universidade, mas para Felix ainda não era o suficiente. Não quando tudo o que conseguia fazer era andar em zig-zag ao redor da pequena cama de solteiro, tentando prever o que esperar a seguir. 

Para sua sorte, ou azar, como um toque do destino, algo atingiu o vidro da janela, assustando-o. Ele correu até ela, puxou a cortina, afoito, e espiou o lado de fora, surpreendendo-se com a visão de Hyunjin abanando enlouquecidamente para si, a bicicleta cinza jogada de qualquer jeito na grama úmida, enquanto verificava os arredores. Suspirou. Se dissesse que não gostou da iniciativa, estaria mentindo. Felix sempre admirou Hyunjin pela sua força de vontade, ainda mais quando essa estava atrelada à sua sede de aprendizagem, que, sinceramente, Felix esperava que estivesse ultrapassando os limites habituais naquele momento. 

Mordendo o lábio para conter o sorriso faceiro e cheio de intenções, ele abriu a janela silenciosamente. Não queria correr o risco de acordar seu colega de quarto. Não podia arriscar suas chances, espantar Hyunjin e ainda ter que responder perguntas inconvenientes a respeito da sua visitinha secreta, na manhã seguinte. Isso seria o fim! 

— Não acredito que você veio mesmo — disse, debruçado sobre o peitoril da janela, observando Hyunjin escalar habilidosamente a árvore volumosa que dava o acesso perfeito até seu quarto. — Caralho, ' deve estar desesperado — zombou, dando espaço para que o Hwang entrasse no cômodo. 

— Você me disse para vir, e eu vim — piscou para ele, terminando de passar a perna longa pela janela pouquíssima espaçosa. 

— É, mas tá no meio da noite, eu não tava botando fé — admitiu, analisando a figura alta e exorbitante agora tão próxima de si, a presença tão espaçosa que Felix perguntava-se se algum dia seria possível intimidá-lo na mesma intensidade. — Desde quando você escuta o que eu falo? — perguntou, assistindo-o andar pelo quarto bagunçado. 

— Desde que você tem algo que eu preciso. — Hyunjin tirou a jaqueta pesada e jogou-a na cadeira perto da escrivaninha onde Felix costuma empilhar qualquer porcaria que esteja com preguiça de guardar no lugar certo. 

— Um pau bonito? — Felix sorriu sugestivo, antes de tomar distância e jogar-se na cama bagunçada, falsamente relaxado, os braços cruzados embaixo da cabeça como se a pressão e a expectativa de um boquete cinco estrelas não estivesse em suas mãos. Hyunjin revirou os olhos. 

Experiência. — corrigiu, fingido. Julgando que essa opção fosse melhor do que negar um fato. Sabia que era bonito, observou Felix algumas vezes, uma atitude quase impossível de negar, quando o Lee insistia em exibir o físico perfeito pelo vestiário masculino em qualquer oportunidade que tivesse. Mas jamais admitiria isso com tanta facilidade, Felix era convencido demais para dar esse gostinho a ele. 

— Tá bom — riu em descrença, apoiando o peso do corpo sobre os cotovelos para olhá-lo melhor. — E o que você quer saber, Hwang? 

Hyunjin comprimiu os lábios e espremeu os dedos dos pés. 

— Bem... você sabe — ele subiu lentamente o olhar pelo corpo de Felix, até chegar nas íris castanhas e esperançosas. — Eu nunca tive um pau na boca. 

— Ah, sim — Felix verificou embaixo das próprias unhas, fingindo o desinteresse mais falso que conseguiu para evitar que Hyunjin sentisse o cheiro do seu desespero. — E agora precisa que um homem de verdade te mostre como faz, não é? Tudo bem — disse sem rodeios, chamando a atenção do outro — Não tem ninguém nesse campus que possa te ensinar isso tão bem quanto eu. 

𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐋𝐘 𝐇𝐄𝐋𝐏Onde histórias criam vida. Descubra agora