Capitulo 1

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Índia Smith

Estaciono meu carro no pé do morro, não vou querer chegar batendo cabeça, sei que não pode subir carro grande sem autorização, então como não sei o proceder, vou adiantar logo pra evitar desgaste. Deixo a Russa junto com os meninos e vou logo dar meu papo, sem muita paciência por aqui. Avisto uns menor fazendo a contenção frente do morro e adianto logo.

- Ae, quero falar com o Vt. Onde fica a boca? - digo direcionada a o primeiro que vejo pela frente.

- Iiiih, tá achando que é assim? Qual papo? Que aí nós desenrola coisa linda.. - ele olha pra minha cintura e percebe logo que tô de porte. Não pensa duas vezes em puxar a arma que tá na cintura dele e apontar pra mim. Reviro os olhos, homens. - Qual proceder?

- Você tá surdo caralho? Eu quero falar com Vt, e tira essa porra da minha cara pra eu não fazer você engolir. - Digo já alterada, ele se afasta um pouco, pega o rádio, ouço ele dizer algumas coisas e me olha.

- Foi mal ae, bora subir! - confirmo e o sigo. Monto em sua moto e ele arrasta pro topo do morro, onde eu deduzo ser a boca. Não demora muito e ele chega. Ele estaciona e eu desço, sinto olhares a todo instante, pra mim, pro meu corpo, o que me faz revirar os olhos a todo instante. Entro sem muita cerimônia e encontro um puta gostoso, cabelo na régua, bigode fino, no porte. Isso vai ser interessante.

- Acho que o paizão deve ter te ensinado boas maneiras... - ele diz olhando na minha cara que reviro os olhos. - Satisfação, Vt. Você deve ser a Eloá, o 01 já tá na linha só te esperando.

- Pra você e qualquer um, Índia. Pode falar 01, tô ouvindo. - digo firme

- Índia, já acertei com Vt sobre a estadia de vocês aí por um tempo, a casa já tá nos conformes. Os seus seguranças também vão estar disponíveis pra fazer ronda e plantão, assim como os soldados do Vt também estarão disponíveis pra você. Preciso que você de uma analisada da contabilidade daí, e de essa moral pro mano. O que tiver errado você aciona, ele averigua e desenrola. Eu tô fazendo meu corre pra encontrar o filho da puta e darmos um jeito nele sem precisar que ele te ache, e depois disso, poeira vai tá baixa e você retorna pra casa. Não quero saber de você trocando tiro, nem se envolvendo em missão, tá me ouvindo né sua filha da puta? Abraça o papo se não eu mesmo saio daqui e vou te cobrar. Outra coisa Índia, postura! Você sabe do que eu tô falando. Quando der, te ligo pra saber como estão as coisas. Tô confiando em você Vt, cuida dessa maluca aí que ela é minha vida, e sabe que vai ser bem recompensado. Qualquer coisa me acionem! Fé!

- Fé - respondemos e meu pai desliga.

- Preciso subir com meu carro, tem como liberar? - ele pega o rádio e aciona o menor da contenção já mandando levar pra não sei onde que acredito ser onde irei ficar. - Quem é o menor da contenção?

- Ele tava fazendo o trabalho dele, não fode! - ele responde já sabendo minha intenção.

- Certo, mas avisa que da próxima o cano da arma vai parar no cu dele.  - digo e ele ri, arquei minha sobrancelha em dúvida.

- Esperava uma patricinha inofensiva, confesso. - ele diz me olhando intensamente.

- E eu esperava um velho barrigudo... Qual problema da contabilidade?

- Isso que tô querendo saber, não bate. Tô só palmeando as situações, mas quero ter certeza. Teu pai disse que você desenrola isso lá no alemão, nem sabia que tu era envolvida.

- Até o último fio de cabelo. - forço um sorriso - Preciso conhecer a casa, o morro, saber como funciona, se possível quero conhecer os soldados de confronto pra selecionar quem vai ficar na segurança enquanto os meus estiverem de plantão.

- Mais alguma coisa senhora? - ele me pergunta e eu percebo a intenção em cada palavra.

- A gente ver mais pra frente. - pisco e ele sorri.

- Vou pegar minha moto e nós vamos. - confirmo e o acompanho pro lado de fora da salinha onde vejo pegar sua Ducati preta e parar na minha frente. Não me dou o trabalho de segurar em sua cintura, e não demora muito pra que eu veja meu carro estacionado em frente a uma casa de andar. Desço e entro na casa, nada muito luxuoso, mas muito espaçoso, a casa tinha 4 quartos, piscina, área de churrasco e até uma parte que dava pra fazer de academia. Quem olha de fora, não imagina a dimensão.

- Vt, esses aqui são RD, Nego, e Russa, eles vieram como meus seguranças... Vocês, esse aqui é o Vt, frente da Rocinha e vocês, estão disponíveis pra plantão e ronda. Vou só desenrolar com ele como vai ser isso. - digo e eles se cumprimentam.

- Quero um pra fazer treinamento dos menor iniciante, qual desenrola isso aí? - ele pergunta aos três e eu interrompo.

- Russa, você treina. - digo e ela confirma. - RD cobra, Nego faz gerencia. É só da o papo. Já te adianto que eles não tão aqui pra ser vapor. Ver o que precisa e diz.

- Tranquilo! Th vai brotar aqui pra apresentar a favela pra vocês e dizer como tudo funciona. Russa, amanhã pela manhã o treinamento é no galpão, já pede pro Th explicar onde é. O resto vou ver, e aciono. - ele é breve no que diz e sai. Respiro fundo. Serão dias longos.

- Que gostoso! - Russa diz piscando os olhos.

- Vai sentar pro chefe, safada - digo e ela ri

- Nada que ela já não tenha feito né - Rd diz e eu bufo, esqueci que ela pegou meu irmão.

- Eu ou você primeiro? - digo e ela gargalha.

- Juntas é melhor!

- Vocês são escrotas e eu não tô ouvindo isso. - Nego sai com as mãos tapando os ouvidos.

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