25. Uma chuva de surpresas

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O dia havia amanhecido totalmente nublado. O tempo estava abafado, o que significava que muita água ainda poderia cair sobre a cidade, principalmente pela noite. Como combinado, Hyunjin havia ligado para Kim Seungmin para tentar marcar uma consulta em casa para o pequeno Jeongin. O homem tinha os horários bastante apertados, porém felizmente conseguira um encaixe para as três horas da tarde, uma hora antes do compromisso do professor com as aulas de Yongbok.

— Muito bem. Coloque a língua para fora e diga 'aaaah'.

— Aaaaaah — o pinguinho de gente repetiu, balançando os pezinhos enquanto mantinha-se na beirada do colchão.

— Agora inspire bem fundo e solte o ar devagar.

Innie fez exatamente o que o médico mandou, acabando por tossir baixinho uma ou duas vezes, mostrando o pulmão levemente carregado.

— Pronto, excelente. Pode abotoar a blusa — Kim tirou o estetoscópio, caminhando até a maleta que descansava sobre a mesinha próxima.

— E então, doutor? O que acha? — Hwang questionou de braços cruzados, erguendo as sobrancelhas.

— O peito está um pouco cheio, isso explica a febre da noite anterior. Não é nada grave, mas devo receitar um xarope para que ele melhore mais rápido e não fique propenso a qualquer recaída.

Do batente da porta, Changbin mirava tudo de maneira atenta. Xarope? Como ia comprar um xarope se não tinha sequer dinheiro para dois pãezinhos?

— Ele deve tomar durante cinco dias pela manhã e pela noite — puxou o bloco de anotações e escreveu rapidamente o nome do medicamento em letras caprichadas, destacando a folha em seguida para estender para o mais velho. — Aqui está. No meio tempo é importante que ele se alimente direito para fortalecer o sistema imunológico. Legumes e proteínas são essenciais. Canjas e caldos também podem ser uma ótima saída caso ele não esteja com muito apetite — guardou tudo no compartimento de couro, fechando-o por fim.

— Obrigado, Doutor Kim. Faremos isso.

— Aqui está — o médico estendeu o pirulito na direção do caçula, que arregalou os olhos brilhantes no mesmo instante.

— Pra eu? — piscou incrédulo.

— Sim, por ter se comportado muito bem — curvou o canto dos lábios em um sorriso afável.

— Brigado! — ele agarrou o pirulito pequenino entre os dedos mais do que depressa, girando a embalagem retorcida de papel para revelar a superfície brilhante e colorida, com um cheirinho incrível e delicioso.

— Também tenho um para você — Kim ofereceu a Changbin, que fez a mesma cara espantada do irmão.

O mais velho, no entanto, não fez qualquer menção de aceitar a gentileza do médico.

— Eu não sou criancinha, não gosto dessas coisas — avisou marrento, encolhendo-se contra a porta.

Kim continuou mirando-o de onde estava e abaixou os dedos em uma análise breve. Teve vontade de rir em tom amigável. Contudo, segurou-se. Se aquele baixinho não era uma criança, era o quê?

— Você está certo. Já é um homenzinho, não é? Desculpe-me pela gafe. De qualquer forma, vou deixar o pirulito aqui — colocou-o sobre os livros de cabeceira de Hyunjin. — Tenho muitos no meu consultório, já não há mais espaço. Quem sabe alguma visita não apareça com vontade de comer um doce, aí o problema já está resolvido, hum? Fiquem bem meninos, até mais ver.

Hwang sorriu também, divertido. Pelo visto, Yongbok estava certo: o médico parecia uma excelente pessoa. Caminharam lado a lado até a sala, onde o professor cessou a caminhada na intenção de quitar a consulta.

Meu querido professor | Hyunlix | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora