5. O jardim

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Hyunjin chegou na mansão dos Lee pontualmente às quatro horas da tarde. A governanta abriu a porta da frente e cumprimentou-o, permitindo a sua entrada. Como já havia se acostumado com o novo tutor, ela já não via mais necessidade de acompanhá-lo toda vez ao quarto de Yongbok, deixando que seguisse o caminho por conta própria.

Assim que colocou o primeiro pé na escadaria, no entanto, a voz conhecida fez com que Hwang barrasse o movimento e voltasse para o piso térreo.

— Boa tarde, professor — Yongbok disse do meio da sala, sorrindo abertamente.

— Yongbok? — Hwang olhou para os lados, mudando o trajeto do caminhar para a sua direção. Não precisou de muito tempo para reparar que ele estava segurando algo que parecia uma cesta, da qual uma toalha xadrez branca e vermelha pendia graciosamente ao lado de um leve guarda-sol vitoriano fechado. — Boa tarde. Que grata surpresa vê-lo fora de seus aposentos — curvou os lábios em um sorriso, parando em sua frente.

— Pensei que hoje nossa aula poderia ser diferente. Quem sabe... durante um piquenique no jardim? — desviou os olhos timidamente, estreitando os dedos na alça de madeira. Hyunjin mal havia chegado, mas o seu cheiro fresco e delicioso já havia atingindo Lee na primeira oportunidade.

— Um piquenique? No jardim? — o docente ergueu as sobrancelhas, definitivamente admirado. — Eu acho a ideia formidável, mas estaria tudo bem para você? E quanto ao seu pai? — questionou, preocupado com uma possível repreensão do patriarca.

— Eu consegui a permissão dele. Sinto-me muito melhor hoje!

Hwang estava impressionado e totalmente de acordo. Se dependesse da própria vontade, sempre tomariam as aulas na área externa da mansão.

— Nesse caso, a aula acontecerá no jardim, então. Se eu soubesse, teria preparado algo bem especial — ajeitou o óculos com a ponta do indicador.

— Tenho certeza de que será especial de qualquer maneira. Vamos? — Incentivou-o, ganhando um breve aceno positivo como resposta.

O professor deixou o paletó e a maleta sobre o sofá e seguiu com Yongbok para fora da casa. Assim que atingiram o caminho de cascalhos brancos que levava para a área verde e florida, o mais velho apontou para a cesta.

— Posso ajudá-lo? — Hyunjin perguntou, gentil. Imaginava que ela estava um tanto quanto pesada e queria poupar as energias do mais novo para que ele se aproveitasse ao máximo o passeio, uma vez que se tratava de um evento raro.

— Ah, claro! Obrigado — deixou que ele pegasse o recipiente e então abriu o guarda-sol, protegendo-se dos raios brandos daquele final de tarde.

Antes de iniciarem a caminhada, Hwang ainda ofereceu o próprio braço para que Lee segurasse, fazendo as bochechas do outro corarem por trás das graciosas sardas. Aquele homem parecia não existir. Já havia reparado que gentileza era algo inerente ao professor, presente em cada um de seus gestos, o que tornava realmente complicada a missão de não se apaixonar.

Cheia de agrado, a mãozinha encontrou espaço sobre a manga de sua camisa e o corpo miúdo de Lee colou-se ao maior, acertando o ritmo da caminhada enquanto seguiam rumo ao lago.

A tarde estava linda, totalmente aprazível. Cada vez que via uma libélula ou um passarinho cortarem o ar, Yongbok sorria mais, preenchido por um prazer indescritível. O sol era acolhedor e havia uma paz ímpar em poder caminhar daquela forma em meio à natureza.

— Está vendo aquelas roseiras distantes, depois do lago? — Bokie perguntou de repente, apontando para o horizonte.

— Sim. Confesso que da primeira vez em que as vi fiquei curioso ao notar que não eram vermelhas. Amarelo é uma escolha não usual.

Meu querido professor | Hyunlix | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora