Segunda parte

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-Hermione, isso não é normal. Ela só tem nove anos, não pode estar entrando na puberdade para ficar desse jeito! - Rony argumentou na cozinha do apartamento, logo após Rose ter sido colocada de castigo em seu quarto.

-E o que te fez pensar que é puberdade, Ronald? Só porque ela teve uma crise de raiva não significa que... - Hermione estava irritada da mesma maneira, sequer ousando em olhar nos olhos do marido.

-Porque ela está do mesmo jeito que você. E não quando está de TPM todos os meses, mas naquela época em outubro. Eu vi o que você fez dez anos atrás, e querida, você precisa admitir que duas semanas de outubro você fica bem carrancuda.

Nove anos tinham se passado desde o casamento dos dois, e enquanto Rose tinha recém completado nove, Hugo estava prestes a fazer sete anos. Desde então poucas coisas haviam mudado na vida dos dois: a paixão não tinha sido momentânea, e eles permaneciam juntos desde então, Hermione continuava no Ministério e Carlinhos continuava a ficar longos períodos desaparecido da Toca, com a exceção que agora ele realmente parecia evitar aquele núcleo familiar. Ele tinha sido um babaca no casamento, e desde então se pudesse evitaria trocar mais que um cumprimento com os quatro Weasley's. Hugo até mesmo tinha medo do tio!

Mas não Rose. Rebelde como o pai, ela insistia em querer conversar com Carlinhos, ainda mais após ouvir do Tio George que o tio que morava fora trabalhava com dragões. Aquilo foi o que bastou para sua fixação pelas criaturas começasse, e desde então ninguém mais tinha tido paz naquela Toca.

"-Céus, ela até parece Carlinhos quando era pequeno com essa obsessão!" Molly tinha dito em uma tarde, com tosses de disfarce sendo proferidos por Harry Potter e ouvidos muito atentos de Percy para o comentário.

E quando o mais velho tinha sido abordado pela pequena Rose aos seis anos de idade e só conseguindo ir embora após prometer um dia levá-la ao Santuário, a menina ficou histérica de felicidade. Pena que depois dessa promessa Carlinhos só visitou a Toca mais uma vez, e quando o núcleo não estava presente.

Mas o que eles achavam que era apenas uma obsessão, poderia ser algo a mais. Haviam exatos quatro dias desde que Rose começou com um comportamento rebelde, irritadiço, com magia involuntária e arrumando conflitos pela casa - ao mesmo tempo que Hermione estava inquieta, dominadora e praticamente se esgoelando com a filha a cada desobediência.

Mais uma vez a temporada de acasalamento tinha começado e apesar deles não estarem em um país com um Santuário de Dragões, a Rainha ainda era capaz se sentir alguma influência, sendo a responsável por estar sempre com uma carranca no rosto, dominadora em todos os poucos sentidos que ela conseguia alcançar. E se Hermione era a Rainha, Rose poderia sim ter herdado alguma influência, ainda mais tendo sido concebida durante a temporada com alguém que ela conseguiu dominar para ser seu companheiro.

-Pense, querida... - Rony se aproximou da esposa e distribuiu beijinhos pelo seu braço e pescoço. - Vocês duas não estão conseguindo entrar em harmonia, e se você já fica inquieta pela magia, imagina Rose? Ela ainda não sabe o que é magia, e muito menos passou por isso antes.

-Como pode ter tanta certeza que não é só malcriação? - Hermione resmungou, cedendo aos carinhos, e se apertando contra o corpo do marido.

-Porque eu sei que nós dois a criamos muito bem, e é algo que vim reparando a algum tempo. Mione, não é natural uma criança nascer na terceira contração em uma primeira gestação. Eu ouvi você pedir com muita força que acabasse de uma vez e em seguida Rose quase foi expulsa do seu corpo. Não acho mais que que foi uma reação do seu corpo, mas acho que a Rainha ordenou e a filha se influenciou pela dominância.

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