BALL BLOOD

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ESTELA

Depois da descoberta de traidores no reino, pedi para meus guardas particulares procurarem a criada do corredor, mas uma semana já passara e nada de encontrá-la. Pedi então que fossem até a aldeia para procurar pela sua filha, mas nem sinal dela.
Estou começando a ficar preocupada, porque ela colocou sua vida em risco para me dar a informação. Talvez elas já estejam mortas ou presas em algum lugar. Não posso pensar muito nisso agora, já que estou me preparando para o baile dos grandes reinos e é lá que vou finalmente conhecer meus aliados.
Estou vestida em um vestido verde, cheio de pérolas e conchas. Meus cabelos castanhos estão lisos e soltos. Com a minha coroa perfeitamente alinhada, estou pronta para o baile.
- Estela? - perguntou minha mãe, entrando no quarto.
- Sim?
- Vim avisar que conversei com seu pai e você tem uma semana para achar um marido.
- O que? Nem pensar, já disse que não quero e não vou me casar. E em uma semana ? Querem que eu ache alguém em uma semana? Não podem me obrigar.
- Podemos sim, somos a rainha e o rei de Atlantis.
- Daqui poucos dias não serão mais.
- Estela Delmare, ache um marido em uma semana ou perderá o seu reinado.
- Não tem como mudar as regras. Daqui poucos dias nós 5 nos tornaremos reis e rainhas.
- Estela, me escute, uma rainha sem rei é uma rainha fraca. Você quer ser uma rainha fraca? Se quiser vamos em frente, vamos ver quantas alianças vamos ter se você não se casar. Você sabe que a única razão de sermos fortes é por conta das alianças, se perdermos isso não seremos nada. Vamos ser apenas alvo de 4 reinos. Pense nisso, você tem uma semana - terminou a conversa e saiu, deixando-me sozinha com as criadas.
Eu não posso perder as alianças. Demoramos séculos para sermos o que somos, não vou estragar isso.
- Guardas? Estou pronta, tragam minha carruagem.
Como Atlantis é a única a ter alianças com todos os reinos, o baile acontece em uma ilha chamada Cosmópolis bem no meio do oceano. Sou a primeira a chegar e os criados acrescentam os últimos detalhes. O lugar está todo iluminado e decorado com itens de todos os reinos e cinco tronos estão dispostos para os cinco futuros reis e rainhas.
Alguns nobres de todos os reinos começaram chegar. Tento desviar de dois deles que estavam flertando comigo. A noite mal começou e já estou exausta, então decido me sentar quando escuto a primeira trombeta.

[....]

OSCAR

Acabamos de chegar em Cosmópolis e eu e meus pais somos anunciados antes de entrarmos no salão. O plano de matar os Flaysius foi cancelado para dar espaço para um novo plano, um plano que separará os reinos e os trará para mais perto de mim. Trouxe comigo um número significante de soldados que estão escondidos no píer. Meu pai acha que o plano com os Flaysius não deu certo por conta de não conseguirmos chegar perto deles sem a erva Taiko, a única coisa que consegue derrubar um Flaysius. Fiz uns negócios com um lorde de Florent para conseguir um frasco cheio, mas tive que matá-lo, ele não me serviria mais de nada. Tenho a erva guardada comigo, mas ela não será usada hoje. Tenho planos muito maiores.
Hoje conhecerei minha noiva que só servirá de isca, se for bonita... Não importa, vou me livrar dela.
- Oscar - meu pai chamou minha atenção. - Vou tentar conseguir aliança com Clermont hoje, então não estrague nada - mandou enquanto me encarava sério.
- Você acha que eles aceitariam? Eles são espertos,vão querer armamentos e não podemos dar isso a eles!
- Vou convencê-los, talvez ameaçá-los.
- Você não vai conseguir se não oferecer algo em troca.
- Talvez eles estejam de bom humor hoje.
- Boa sorte com isso - bufei de raiva. Ele vai arruinar todo o plano. Arrependo-me de ainda não ter me livrado dele.
Vejo uma dama me encarando e me aproximo dela.
- Gosta do que vê? - pergunto e ela toma um pouco de seu vinho. - Acho que não pode me encarar muito. Como o próximo rei de Volterra, sou perigoso - ela continua encarando.
- Não é de falar, não é mesmo? - ela passa por mim, passando a unha em meu pescoço e deixando um fio de sangue. Limpo antes que suje o colarinho. Ela entra corredores a dentro e eu a sigo. Uns guardas passam por nós e finalmente estamos sozinhos.
- Me chamo Caroline, alteza - ela finalmente para.
- Você me feriu - digo me aproximando.
- Não gosta da cor disso? - ela mostra o sangue em minhas mãos e eu observo calado. - Você me disse que é perigoso, vamos dizer que eu também sou. - ela afrouxou o corpete no decote.
- Não se meta comigo, Caroline, não sabe do que sou capaz.
- É mesmo? - ela me beijou e eu retribui o beijo, depois a prensando na parede e a beijando ainda mais intensamente.
- Fique longe de mim - me afastei e quando dei conta minha boca estava com um gosto estranho, um gosto de ferro. Estava sangrando sem parar. - O que você fez? - perguntei surpreso.
- Eu já te disse, também posso ser perigosa - e ela correu para os corredores e sumiu em um pouco iluminado.
Lavei minhas mãos e minha boca finalmente parou de sangrar. Voltei para o salão assim que anunciaram a chegada da família real de Clermont. Meu plano iria começar a funcionar mais rápido do que pensei.

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⏰ Última atualização: Jun 03, 2015 ⏰

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