Douce mélodie

A história

Naquele livro, a mulher tinha começado a frequentar quase todas as apresentações do dançarino e sempre se encantava pela beleza e paixão que exalavam da dança dele. Ao fim de uma das apresentações, a jovem moça foi até o camarim para falar com aquele dançarino que tanto a chamava atenção.

Para meu infortúnio, o livro terminava bem nesse momento. Quando levantei os olhos da leitura para novamente começar a procurar a continuação da história, passei a ouvir uma suave melodia que me convidava a procurar pela fonte e me causava uma forte sensação de que havia outra pessoa comigo a me levar pelos corredores. Segui o estranho, mas familiar sentimento até que ele me levou a terceira parte do livro, que dessa vez contava como o homem e a mulher se aproximaram depois de ela ir até o camarim dele.

Desta vez, a narrativa acaba quando o homem convida a mulher para assistir uma das performances dele na parte vip do teatro onde ele se apresentaria. Depois de terminar o livro, a melodia ficou ainda mais alta e a sensação, mais forte. Percorri os corredores guiada por aquela sensação acolhedora até encontrar mais uma das continuações da história, que desta vez contava como a mulher e o homem trocaram olhares durante a dança, e que aquela coreografia havia sido dedicada a ela. Ao fim da performance, o homem levou a mulher até um grande carvalho que reconheci como sendo o mesmo que aparecia na capa de todos os livros que faziam parte daquela misteriosa coleção.

Embaixo do carvalho, o homem e a mulher dançaram alegremente ao som da melodia que havia tocado naquela tarde. Quando o sol estava se pondo e as folhas do carvalho exibiam uma linda cor dourada, o homem se ajoelhou e pediu a mão da mulher em casamento. Ela por sua vez respondeu que sim enquanto lágrimas rolavam por seu tenro rosto, os dois rodopiando de felicidade naquele singelo carvalho, os últimos raios de sol eram os únicos confidentes das juras que foram feitas naquele dia.