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13 years ago

Era aproximadamente duas da manhã quando Ketlyn acordou ouvindo os gritos de sua mãe aos prantos.

-SUA VAGABUNDA COMO VOCÊ OUSOU ME TRAIR--Escutou seu pai gritando. Seu pai. Não sabia se isso era bom. Ela o amava é claro, ele era seu pai. Mas esse amor não foi correspondido, ou pelo menos não era o que ele demonstrava.

Ketlyn ouviu seu irmão mais novo se remexendo no colchão, sua mãe não tinha dinheiro para comprar camas então eles dormiam em um único colchão no chão. A garota o abraçou e beijou o topo de sua cabeça tentando fazer com que ele não acordasse com os gritos.

Barulhos de vidros sendo quebrados ecoaram pela pequena casa de apenas três cômodos.

Ketlyn se assustou com um grito estridente. Era sua mãe. Ela não podia ficar ali parada ouvindo sua mãe pedir socorro, mas se seu pai a visse seria pior para ela.

Ketlyn se levantou lentamente tentando não fazer barulho e acordar seu irmão, ela desceu as escadas que não eram muitas e se sentou no chão tentando não ficar visível a visão de seu pai. Ela se assustou quando seu pai gritou palavras que ela não sabia o significado enquanto jogava copos e pratos de vidro tentando acertar sua mãe que estava encolhida em um canto.

Sua mãe, Maria, com lágrimas nos olhos paralisou quando viu sua primogênita ali, a sua frente abaixada naquela escada.

-SUA PUTA DESGRAÇADA-- Seu pai gritou enquanto jogou uma garrafa de cerveja que havia acabado de beber no chão, o que fez Ketlyn se arrepiar.

Ele abriu uma gaveta e pegou uma faca e foi em direção a mulher encolhida no chão e a levantou segurando-a pelo pescoço a deixando sem ar.

-Isso é pra você aprender a me respeitar sua puta--Cuspiu as palavras arrastadas com odor de álcool no rosto de Maria que tinha os olhos vermelhos e assustados.

Ketlyn não podia deixar de fazer alguma coisa para impedi-lo.

Ela podia se dar muito mal, seu pai estava bêbado e ela sabia como ele ficava descontrolado quando bebia.

Mas sua mãe... Ketlyn não suportava vê-la naquela situação.

A mais nova saiu de seu esconderijo correndo quando viu o rosto de sua mãe tomar um tom arroxeado e seu olhos avermelhados pulando de seu rosto.

-Pai! Para, você vai matar a mamãe!--Ketlyn gritou e lágrimas rolaram por sua bochecha e caíram em sua boca deixando ali um gosto salgado.

Seu pai direcionou sua atenção a pequena garota que agora estava grudada em sua perna dando socos que nem mesmo faziam cócegas.

Ele jogou a mulher a sua frente  como se fosse um saco de lixo, a mesma caiu tossindo com uma mão fazendo pressão no peito e a outra se apoiando no chão.

-Criança, que bom que você ta acordada.- Criança. Ela odiava quando a chamavam assim, por mais que fosse verdade, ela odiava. Na sua cabeça, se ela fosse uma "pessoa grande", poderia ajudar sua mãe e seu irmão das agressões de seu pai.

Ele deu um soco no rosto de Ketlyn que caiu desacorda no chão.

Maria que ainda estava meio inconsciente, recuperou a consciência (ou parte dela)  no momento em que aquele homem encostou em sua filha.

Ela podia aguentar todas aquelas agressões mas não suportava ver aquele desgraçado tocando em seus filhos. Principalmente Ketlyn, visto que, sempre que ele estava por perto(o que eram poucas as vezes), tinha um olhar malicioso e perverso direcionado a pequena garotinha inocente.

Maria só percebeu o que tinha feito quando o pai de seus dois filhos estava caído no chão com a cabeça sangrando com cacos de vidro espalhados por seu cabelo cacheado ressecado.

Ela tinha jogado uma jarra de vidro nele.

Ela estava fora de si.

Qualquer pessoa que tivesse tido uma simples conversa na rua com aquela mulher, não a reconheceria naquele momento.

Ela pegou a faca que antes estava na posse do homem que agora, estava no chão enquanto murmurava coisas sem sentido.

Maria cravou a faca no peito dele. Ela fez isso tantas vezes que nem mesmo sabia quantas. Só parou quando a polícia chegou no local e a imobilizaram, alguns policiais não aguentaram a cena e saíram com a mão na boca tentando segurar o vômito. Ao lado do cadáver que  tinha os órgãos expostos, havia partes de fígado e estômago triturados pela faca afiada, os intestinos rasgados e misturados como se fossem apenas um. Nem mesmo um especialista poderia decifrar qual era o intestino grosso e qual o delgado no meio de tanto sangue.

Ketlyn estava meio inconsciente e completamente perturbada encolhida em um canto debaixo de uma pequena mesa, observando a mãe literalmente despedaçar os órgãos daquele que um dia ela chamou de pai.

Ketlyn não se lembra de muita coisa, apenas de ver sua mãe ensanguentada com uma faca rasgando os órgãos de seu pai, e depois de algum tempo alguns policiais a algemarem pressionando-a contra o chão.

Aquela foi a última vez que vira sua mãe.


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oii amores💋

então galerinha tô escrevendo essa fic porq ultimamente to mt perturbada e tava querendo passar isso pro papel.

Não sei se vai ter continuidade pq provavelmente eu vou esquecer de escrever mas vou tentar💐

(relevem qlqr erro pq eu nao posto nada q escrevo desde 2021😭)

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⏰ Última atualização: Mar 17 ⏰

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