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— Eu estava solitário.
Ao ouvir aquilo, sinto a garganta fechar e os olhos arderem.
— Eu o fiz se sentir assim?
Novamente, ele gesticula negando com a cabeça.
— Você sempre esteve comigo. Eu podia sentir seu amor. Mas... ainda assim... me sentia solitário. Era como se... eu estivesse caindo em um buraco escuro e que não parecia ter fim. Às vezes, a única sensação que eu tinha era querer encontrar o fim dele logo. Dessa forma eu não precisaria mais ficar à deriva. Não foi culpa sua. — Ele fita o chão. — Ou minha.
Silêncio.
— Você se ressente de mim? — Ele pergunta.
Não queria que Wonwoo se sentisse culpado, mas não era essa uma conversa honesta? Talvez em toda a vida nunca tivéssemos sido realmente sinceros um com o outro. Pelo menos, após a morte, não havia a necessidade de esconder quaisquer sentimentos.
— Eu odiei você. Odiei porque não confiou em mim. Odiei porque foi egoísta e decidiu apenas partir. Você me deixou para trás.
Ele assente vazio.
— Mas de todas as pessoas, a que eu mais odeio sou eu. Eu me odeio por não perceber o quanto você estava sofrendo. O seu sorriso sempre me confortou e me curou diversas vezes. Eu... me odeio por não notar a dor por debaixo dele.
A chuva começa a cessar lentamente ao passo em que sinto os dedos finos e frios de Wonwoo tocando minha mão. Ele estava silenciosamente me consolando.
— Eu podia ter feito algo?
— Você fez tudo o que pôde. — Ele olha para as gotículas que ainda caíam do céu. —Minha solidão era fria como a chuva.
As pontas gélidas de seus dedos roçavam carinhosamente a costa de minha mão. Palavras não eram necessárias. Eu sabia que não era minha culpa. Ainda assim, me culparia eternamente.
