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Mesmo quando você deitou em seu peito nu, ouvindo seus batimentos cardíacos, com os dedos dele em seu cabelo e o braço em volta de sua cintura. Você sabia, ele não te amava.
Quando o aperto dele machucou sua cintura, e quando os dentes dele afundaram em sua pele, sempre tão rudemente, violentos até. Você sabia que o mais suave de seus toques pertencia a ela, e somente a ela.
Você era apenas um corpo para ele, e ela era seu coração. Mas isso não importava para você agora, o que importava era que ele estava com você agora. E ela não poderia tirá-lo de você, ela nunca poderia.
Não neste universo. Foi egoísta da sua parte, mas você não se importou. Esta era a única maneira que você poderia tê-lo.
"Miguel", você chamou gentilmente, levantando a cabeça do peito dele e apoiando o queixo nele.
"Sim", ele cantarolou, nem mesmo abrindo os olhos, ainda brincando ao acaso com seu cabelo.
"Eu te amo. Tanto," você sussurrou, e sentiu o dele congelar, todo o seu ser congelar. Como sempre.
"Eu também te amo", ele disse de volta depois de um momento de silêncio. E você sorriu, movendo-se para deitar em seu peito mais uma vez, começando a traçar padrões aleatórios em suas cicatrizes. Logo depois que a mão dele encontrou o caminho de volta para o seu cabelo, você cantarolou enquanto o fazia.
Você estava contente, mesmo que tudo fosse mentira.
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