Capítulo 1 - De volta ao lar

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Chuva

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Chuva. Que grande novidade! Não faz outra coisa nessa cidade além de chover. O tempo parece muito com o meu humor está manhã, nublado, negro e furioso. Vem tempestade por aí, tenho certeza. A mesma tempestade que está se formando no meu interior, aquele tipo de tempestade que todo irmão mais velho sente quando sua irmã liga anunciando divorcio menos de dois meses depois de dar à luz.

Eu sinto a raiva fervilhando em banho maria, lenta e constante, cada vez mais quente. Bufo pensando comigo mesmo que sabia que essa merda aconteceria, sabia que aquele idiota acabaria magoando a Katherine algum dia. Não sou cético, acho que as pessoas verdadeiramente se apaixonam, mas amor... isso é para poucos e a grande maioria não leva o sentimento tão a sério ou impõe a dedicação necessária para manter um relacionamento duradouro. Francamente, minha irmã é uma romântica incurável, mas com o péssimo habito de fazer escolhas ruins.

Quando a Katherine apareceu em casa no primeiro ano de faculdade dizendo que estava apaixonada, eu sabia, sabia que o cara só podia ser um idiota. Minha irmã tem uma visão do amor que assusta a maioria dos caras. Katherine tem aquela visão grandiosa de constituir família, viver feliz para sempre e envelhecer juntos, e não há nada de errado nisso. O problema é que o homem com quem ela escolheu viver esse sonho é um covarde filho da puta. Alec é um fraco, soberbo e mesquinho. Minha irmã era apenas um objeto para ele, uma esposa bonita e jovem para estar ao seu lado. Ela merecia, melhor ainda, merece coisa melhor.

Alec é o pior tipo de homem, aquele que cresce passando por cima da esposa sem pensar duas vezes, principalmente quando ela deixa de ser "desejável" para ele, ainda mais com uma filha recém-nascida na mistura. Aperto o volante com força até os dedos das mãos ficarem brancos, quando penso que aquele cuzão teve a coragem de trair a minha irmã enquanto ela ainda estava de resguardo, fico furioso. Eu vou matar esse cara e depois ressuscitar, só para matá-lo de novo.

Estou distraído na minha tentativa de assassinato imaginaria e não vejo a mulher de branco cruzando a rua, só me dou conta quando é tarde demais e não consigo desviar da poça lamacenta no caminho dela e no meu. Tudo que posso fazer é diminuir a velocidade, o que não adianta muito porque a água respinga por toda a roupa da mulher. Resmungo um palavrão parando o carro no meio fio, baixo o vidro e sou atingido de imediato.

Por um segundo sou capturado por aquele olhar intenso, brilhante e sorridente. Ela é linda. Pele clara, cabelos castanhos presos perfeitamente em um rabo de cavalo alto e o terninho branco agora todo sujo caiu como uma luva no corpo dela. Um corpo esguio, feminino, curvas nos lugares certos e um bom par de peitos. A chuva praticamente lava o seu corpo, pingando no rosto delicado e através dos cílios, os olhos castanhos piscam para mim e a atração imediata me engolfa

- Qual é? Só pode estar de brincadeira com a minha cara – Resmunga levantando os braços para cima como se estivesse xingando o universo, engulo um sorriso afinal ela está toda suja por minha causa.

- Sinto muito – Digo arrependido ou nem tanto já que todo homem de sangue quente não lamenta o fato de cruzar o caminho de uma beldade dessas logo de manhã. Meus olhos a cobiçam abertamente e param quando percebem o estrago na roupa dela outra vez – É branco? – Constato o obvio, ela pisca voltando o olhar na minha direção.

Através do seu olhar - Parte I (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora