Cap 1

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Espero que gostem.

Malia

Andar de skate é...libertador e divertido. Acho que é mais divertido quando se está segurando na traseira de um carro e apenas apreciando a sensação.

E é isso o que estou fazendo agora. Estou fazendo a última entrega de hambúrguer.

Eu trabalho em uma pequena lanchonete, faço entregas depois da escola. Não faço muitas porque preciso cuidar da minha avó Luzia.

Eu cuido dela desde que minha mãe morreu. Eu tinha nove anos, ela ficou doente e não conseguiu sobreviver. Meu pai? Não faço ideia de quem seja, minha mãe nunca me falou sobre ele.

Depois de entregar o último pedido, volto para a lanchonete para entregar o dinheiro ao senhor Delluca.

- cheguei...qual foi o tempo? - a gente sempre faz um cronômetro de quanto tempo levo para fazer uma entrega.

- seis minutos em cima - respondeu enquanto pegava o dinheiro da última entrega que lhe entreguei.

- legal -

- Malia...você não devia andar tão rápido na rua assim, pode se machucar -

- quanto mais rápido, mais entrega e mais dinheiro para você -

- sei - ele pegou outro pacote, achei estranho, principalmente quando percebi que está sem endereço - é para você e sua avó, agora...e nem adianta dizer não mocinha.

- ...obrigada senhor Delluca  -

- não se preocupe, até amanhã Malia -

- até amanhã senhor -

Voltei para casa o mais rápido que pude. Mas quando cheguei...eu quase fui para o chão quando eu a vi. Minha avó estava no meio da rua, confusa. Por causa do alzheimer, na maioria das vezes ela não sabe o que faz e o que fala.

- vovó? - eu corri até ela e a tirei do meio da rua.

- oh eu o vi, ele está chegando querida, meu Richard está vindo - ela sorria de uma forma tão inocente.

- ah vovó - meu avô Richard. Ele morreu de câncer quando eu tinha seis anos.

- tudo bem aqui senhoritas -

Um policial se aproximou da gente.

- está sim senhor - tentei levar minha avó para dentro do nosso apartamento mas não quis, ela ficou olhando para os lados sorrindo docilmente.

- ele está chegando, vão fazer um grande desfile -

O policial me olhou por alguns segundos e pediu uma ambulância pelo pequeno rádio que estava com ele.

Isso vai acabar mal.

- onde está sua mãe mocinha? - ele tinha a voz calma. De uma certa forma isso me tranquilizou.

- ela...morreu senhor - eu não consegui olhar para ele.

Falar sobre minha mãe ainda dói.

- e o seu pai? - apenas balancei os ombros - você cuida da sua avó sozinha?

- sim senhor - minha avó começou a tremer, eu precisava levá-la para dentro - posso levar minha vó para casa? Não é bom ela ficar aqui fora muito tempo.

- é claro, mas vou lhe acompanhar -

Eu não queria a companhia dele, mas eu não tenho escolha, e para piorar tudo, ele chamou reforço e uma ambulância.

Não demorou muito para a ambulância chegar, junto com mais dois policiais e dois agentes do concelho tutelar.

Depois de examinarem minha avó e dizer que, tirando o alzheimer ela está bem, os dois agentes começaram a conversar com ela, por conta do alzheimer ela falava coisas sem sentido.

A partir daí, só foi ladeira a baixo.

Eles disseram que por eu ser menor de idade. Tenho quatorze anos. Não posso ficar sozinha e cuidar de uma senhora com Alzheimer. Eu cuido dela desde que minha mãe se foi.

Não tendo escolha, arrumei suas coisas e eles a levaram para um lugar onde tem pessoas treinadas para cuidar dela.

E eu? Bem, encontraram meu pai. Minha vó sabia o nome completo dele e o endereço. Ela falou tudo isso quando perguntaram do meu pai para ela.

Ela nunca me falou nada sobre ele. Nada, mesmo quando eu perguntei algumas vezes depois que minha mãe morreu. E agora do nada ele sabe até a localização dele. Bizarro.

Ele tem uma fazenda em Wyoming, tem dois filhos adotivos, atualmente eles tem dezessete anos, e é casado com um cara chamado Remus. E também, meu pai se chama Severo. Severo Snape.

Espero que ele não seja bravo.

O policial que chamou o reforço. Steven, me acompanhou até o aeroporto e durante a viagem, uma aeromoça ficou o tempo todo comigo até que finalmente chegamos.

- olha ele está ali - ela apontou para sua esquerda e eu o vi.

Ele é grande e olhando bem para ele, até que lembro ele um pouco, tirando o fato que sou bem mais baixa por causa da minha mãe, graças a Deus não puxei aquele nariz enorme e meus cabelos são enrolados e curtos, sempre achei mais fácil assim, e o dele é liso até os ombro.

- senhor Snape, essa é a Malia Santoro -

Depois que ele a cumprimentou com um aperto de mão, ele ficou me olhando com um sorriso.

- olá Malia, eu sou Severo Snape - voz grossa, que isso.

- oi - minha voz saiu mais baixo que o normal.

- obrigado por cuidar dela Senhorita - enquanto a agrecia, ele pegou minha única mala. Acho que ficou surpreso com a levesa dela.

Eu não posso me dar o luxo de ficar gastando com roupas caras. Minha vó e seus remédios sempre vieram em primeiro lugar.

Minha vó. Espero que ela esteja bem.

- não se preocupe, até mais Malia -

Ela saiu sem esperar que eu falace tchaul.

- certo, tudo bem? Quer comer alguma coisa? Ir no banheiro antes de irmos? Sei que está cansada mas vamos ter que pegar algumas horas de estrada até chegar na fazendo -

- estou bem -

Ouvir a voz dele é legal.

Pera.

Não é não. Se não fosse por ele eu não estaria aqui. Estaria cuidando da minha avó e estaríamos muito bem.

Isso tudo é culpa dele.

- tudo bem, vamos a camionete está aqui perto -

Eu deixei ele ir na frente para mostrar o caminho. Durante o caminho ficamos em silêncio, apenas escutando a música da rádio. Meu Deus música Country. Não gosto muito.

Mas acho que isso me fez dormir durante a viagem, um minuto estava olhando as montanhas verdes e do nada, sinto alguém fazendo carinho nos meus cabelos e quando consegui abrir os olhos, estava tudo escuro.

Eu vi os dois garotos e o marido do meu pai.

Céus.

Não sei se estou preparada para isso.

Flicka -- Severus e RemusOnde histórias criam vida. Descubra agora