тняєє - gσѕѕιρ яєвσяη: NYC тαℓєѕ

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O tilintar dos talheres contra a porcelana fina mal conseguia competir com o caos orquestrado pelos empregados, que transformavam o espaço com uma urgência que fazia o jantar parecer um espetáculo secundário. — Como foi o primeiro dia de aula, querida? — A voz da minha mãe flutuava acima do tumulto, uma tentativa de normalidade na sala de jantar improvisada do hotel.

Eu apertava os talheres, sentindo a irritação crescer não apenas pelo barulho, mas pela expectativa nas palavras dela. — Foi bem. — Respondi, mantendo minha voz neutra.

E quanto a Chuck Bass? — A interrogação abrupta do meu pai me pegou de surpresa, fazendo-me questionar o jogo em que, sem saber, eu já estava enredada.

— O que tem ele? — A pergunta escapou, desafiadora, antes que eu pudesse medir as consequências. O olhar que recebi em troca era uma mistura de repreensão e triunfo, como se cada palavra minha fosse uma peça que ele habilmente movia no tabuleiro.

— Esperava que você compreendesse a importância de fortalecer os laços com a Bass Industries. — Ele disse, sua voz tingida de desdém, como se eu fosse uma criança que não compreendia as regras de um jogo adulto.

— Você não tem conversado com ele, querida? — Minha mãe entrou na conversa, seu tom suave contrastando com a mensagem implícita - eu estava falhando em um papel que nem sabia que tinha que desempenhar.

Desviei o olhar, sentindo o peso da manipulação. Eles me fazem sentir pequena, uma marionete dançando nas cordas de suas ambições, enquanto traçam seus planos e estratégias, usando-me como peão em um jogo tão sujo.

Meu prato, ainda cheio, torna-se um campo de batalha enquanto meu pai dá continuidade ao seu sermão. — Você vai mudar isso, — Ele decreta, sua voz um trovão disfarçado de sussurro. Evito encontrar seus olhos, temendo o reflexo de um pesadelo mais real do que qualquer fantasia. — Amanhã à noite, na casa de Eleanor Waldorf... — ele prossegue, delineando o mapa de um campo minado social onde cada passo é crítico. — ...e lembre-se, principalmente do nome Bass. — ele enfatiza, cada palavra um tijolo a mais no muro que me separa da liberdade.

Pelo canto do olho, vejo-o me encarar, esperando uma submissão que não quero dar, mas que minha inação concede. Levanto os talheres para comer, uma rendição forçada, e ele interpreta o gesto como um sinal de cooperação. O silêncio retoma seu trono entre nós, cada um assumindo seu papel na farsa familiar.

— Você precisa ver o vestido que escolhi para você, querida. — Minha mãe interrompe, sua animação tingida com a cor da juventude que ela busca refletir através de mim. — Não é todo dia que Nova York vê um Versace de primavera. — Sua voz é um lembrete de que cada impressão que causo é um reflexo direto na reputação da família Grimaldi. E, em sua empolgação, há uma tristeza que revela mais do que qualquer palavra poderia dizer.

[...]

Chuck sempre foi um mestre das farsas — Levanto os olhos do romance gasto que repousa em meu colo, as palavras de Blair Waldorf me envolvendo como um sussurro de seda. Seu olhar é um desafio, afiado e penetrante, encontrando o meu em um jogo silencioso de poder. — Mas, às vezes, até o maior dos mentirosos deixa escapar uma verdade. — Ela declara, estendendo a mão em um gesto que oscila entre um cumprimento cordial e um convite para o confronto. — Não imaginei que sua família estivesse de fato... Bem, em busca de novos horizontes.

Ao nosso redor, o exército de seguidoras dela observa com olhares aguçados, como falcões à espreita, prontos para se lançar sobre qualquer sinal de fraqueza. A energia que Blair emana é inconfundível, um eco da presença dominante de Chuck, onde cada movimento parece parte de um jogo complexo, e ela é a rainha controlando o tabuleiro.

𝐆𝐎𝐋𝐃𝐄𝐍 𝐁𝐎𝐘 - nate archibaldOnde histórias criam vida. Descubra agora