#15 saudades, meu amor

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"To com tanta saudade de você, meu amor."

O sotaque carioca de Leonardo era completamente diferente do de seu curitibano favorito. Ele não tinha o trejeito, a voz grossa, as palavras certeiras. Não provocavam borboletas no estômago, na verdade, não provocavam nada nela.

Ela sentiu as mãos dele tateando seu corpo espalhafatosamente e se esticou até a cômoda dele, pegando uma camisinha na gaveta. Sabia que Leonardo pulava a cerca, e não ia dar sorte para o azar. Não confiava nele. Confia, porém, em Alexandre.

Percebeu que estava pensando nele pela milésima vez só naqueles poucos minutos.
Seu celular acendeu. Se perguntou se era ele. Fechou os olhos, respirou fundo. Precisava se esquecer dele.

Leonardo foi apressado ao tirar as roupas dela e dele ao mesmo tempo. Giovanna não tinha a menor pressa.

Correspondia aos beijos, mas até isso era difícil de fazer. Leonardo beijava rápido demais. Muito superficialmente. Eram beijos profundos e de língua, mas não tinham a intensidade do amante. Aos poucos, Giovanna percebeu que era inútil tentar levar seus pensamentos até o marido, mas decidiu tentar até o fim.

Ela assistiu enquanto o marido beijava o meio de suas coxas, abaixando para chupar ali no meio de suas pernas.
Respirou fundo. Sentia seu corpo super incômodo. Fechou os olhos, tentando relaxar. Teve lapsos de ver Alexandre no meio de suas pernas.
Sentiu uma lágrima escorrer de seus olhos enquanto o marido a chupava e ela fingia que gostava. Fingia gemidos baixos e contidos. Não sentia muito além do que o corpo provocava, aquele tesão mínimo por ter áreas de prazer sendo acariciadas.

Quando Leonardo se cansou, ela quase agradeceu. Observou o marido se colocar em cima da cama de joelhos, enquanto segurava o pau para colocar nela.

Giovanna não estava molhada.

"Léo, o lubrificante.." Ela pediu.

"Precisa?" Ele estranhou.

Giovanna assentiu.

"Tá bem."

Os longos segundos entre ele se esticar por cima dela e cuidar disso foram horríveis. Na verdade, tudo ali era horrível.

Quando ele se colocou dentro dela, Giovanna tentou se concentrar mais uma vez. Se segurou nas costas dele, enquanto o beijava. Sentiu as investidas fortes e fundas. Leonardo era enorme, mas ela continuava sem sentir absolutamente nada. Soltava um gemido ou outro, sentindo um pouco de dor. Ele era brusco, e sem tesão nenhum isso ficava sendo só ruim. Definitivamente não era como Alexandre.

Ficaram ali por algum tempo. Tempo demais. Trocaram posições, e Giovanna agradeceu horrores quando ficou de bruços e não precisou mais fingir.

Quando ele gozou, ela foi para o banho em silêncio. Ficou pensativa debaixo do chuveiro. Aquela definidamente tinha sido a pior vez de sua vida. E ela nem conseguiu tocar nele, ou tentar algo como antigamente. Não tinha vontade, e achava que suas atitudes iam denunciar alguma coisa.

Se assustou, porém, quando Leonardo apareceu escorado na porta do banheiro.

"Você não gozou." Ele constatou.

Giovanna esfregou o rosto que estava molhado, buscando abrir os olhos.

"Não, não gozei. To com muita coisa na cabeça, e não consegui me concentrar."

"Você sabe quanto tempo faz que a gente não transa?"

Ela ficou quieta, olhando para ele. Sentia a água caindo por todo seu corpo.

"Sim. Bastante tempo."

"E mesmo assim, você não pareceu estar morrendo de tesão como antes. A Giovanna.. Minha Giovanna teria gozado." Ele concluiu. "Você tá diferente."

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