"De alguma forma, sinto que as pessoas de quem gosto e que são importantes para mim ainda estarão vivas amanhã. Mas essa é apenas a minha esperança e não há como eu poder prometer isso com certeza."
-Kanao Tsuyuri
*Sinopse*
| Yumi era filha de artes...
Acordei com a cabeça latejando e o corpo dolorido. Não tinha ideia de onde estava, mas percebi que estava deitada em um futon com dois cobertores. Havia uma toalha molhada na minha testa e um copo com um líquido que parecia ser chá de camomila. Tentei me levantar, mas me sentia fraca demais para sequer ficar sentada. Fiquei olhando para a porta que se abriu e o mesmo homem que vi anteriormente entrou no cômodo e se sentou ao meu lado.
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-Parece que finalmente acordou, pirralha - disse com certa raiva na voz.
-Onde estou? O que aconteceu? Quem é você? - perguntei, confusa.
-Não quero e não preciso responder. A única coisa que você precisa saber é que sua vila foi atacada por um oni superior. Ninguém além de você sobreviveu. Você ficou adormecida por uma semana inteira - ele interrompeu, cortando minhas perguntas.
-...E minha nee-san? - perguntei, com a voz embargada.
-Já disse! Morta! Não houve sobreviventes! Você não me ouviu? - respondeu com frieza.
As memórias de Mizuki e minha família começaram a invadir minha mente como um filme. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto e eu as escondi, envergonhada. Não era minha intenção deixar um estranho me ver chorando. Não precisou de palavras, o homem levantou-se e saiu do quarto.
-A propósito, meu nome é Sanemi Shinazugawa. Vou cuidar de você por enquanto. Apenas porque fui obrigado - ele disse antes de partir.
Aquelas palavras ecoaram na minha mente: "apenas porque fui obrigado". Eu não conseguia parar de pensar nelas. A sensação de solidão e de ter perdido tudo me inundou. Ainda tinha uma família, mas eles já não estavam vivos. Eram apenas espíritos que me apoiavam do outro lado.
Tentei voltar a dormir, minha cabeça estava prestes a explodir. Não queria mais pensar naquele acontecimento. Tomei um gole do chá e me deitei novamente.
-
....
-Você correu igual uma covarde, Yumi, você nem tentou me ajudar...-Disse Mizuki.
-Talvez fosse melhor se você nem tivesse nascido. -Disse papai- Só você sobreviveu. Porque só você? E os outros? Foram mortos pelo destino? Eu não sei porque eu lutei, poderia ter fugido igual um covarde, IGUAL A VOCÊ!
-Yumi! Você deve nos vingar! Não era para nós termos morrido naquele dia! VOCÊ TEM A OBRIGAÇÃO DE NOS VINGAR!
Essas palavras ficaram se repetindo e se repetindo na minha cabeça, não paravam. Pedi para que parassem.
