Hanma ShujiHanma Monster
Quando eu via a Hattie pela primeira vez, ela deveria ter uns dez/doze anos, era uma criança um tanto chata, e eu era um adolescente obstinado, não é atoa que ela cuspiu no meu café, mais alta que o irmão mais velho, de cabelos longos com resquícios de mechas loiras é uma educação notável, os olhos azuis cheios de inocência e o cheiro inebriante de baunilha que ficavam nas minhas camisas depois que aquela pequena criatura saia do local, eu não vou dizer que foi paixão a primeira vista, até porque ela era uma criança, mas eu não vou mentir que eu criei um carinho pela garota que chamava todos os amigos do irmão de senhor mas quando chegava minha vez, me chamava de idiota, eu sentia vontade de protegê-la porque sabia oque ela é Kisaki tinham passado, eu queria colocá-los em um local seguro longe dos perigos do mundo pois é oque eles merecem, oque ela devia ter tido, eu queria manter aquele doce olhar turquesa brilhante longe da escuridão das ruas, da dor da fome, e de todos abusos que eu não estava lá para evitar, eu queria cuida-lá porque ela é a irmã do meu melhor amigo, mas conforme o tempo foi passando, nós fomos mudando, crescendo, e se tornando oque somos, e talvez aí, realmente eu tenha começado a sentir algo, e eu vejo que ela também sentia algo, além dos hormônios a flor da pele.
Hattie tinha seus doces dezoito, cabelos completamente loiros, os olhos com aquele mesmo brilho, mesmo com as manchas do tempo e da sombra com glitter e delineador, os lábios carnudos rosados, cheia de pintinhas como um céu estrelado e o maldito cheiro de baunilha que me perseguia, eu sentia aqueles olhos me perseguindo por nosso apartamento sempre que eu chegava, ansiosa por atenção, é claro, não tinha como evitá-la, não exista autocontrole em meu corpo quando se tratava de Hattie Kisaki, talvez eu tenha demorado demais para notar que oque eu queria era mais recíproco do que eu imaginava, talvez não fosse só uma birrinha de adolescente, mas eu só fui notar essa pequena atitude quando minha doce garota vanila estava nos braços de outro.
A brisa levando a fumaça do cigarro manchado de batom que estava entre os dedos da loira debruçada na sacada, os olhos azuis com a sombra metalizada borrada, ela estava chorando por aquele idiota novamente, vestida em uma mini-saia rosa que deixava a cicatrizes em suas coxas visíveis e um cropped tubinho preto com brilho, ela com toda certeza sentia frio. Eu coloquei minha jaqueta sob seus ombros e sentei ao seu lado.
Ele a machucava e apagava aos poucos o brilho daquelas íris azuladas, ela não gostava dele, ela gostava da sensação de se sentir desejada, era viciante e excruciante, porém ela sempre ia atrás de sua validação é sempre que ele voltava quebrada eu juntava seus pedaços ao lado de uma garrafa de vodka e as cinzas do cigarro.
Eu nunca a machucaria, para mim Hattie é sagrada; Eu era mero espectador que às vezes fazia participações especiais, Eu estava de mãos atadas vendo ela se afundando mais e mais no buraco que ela mesma se colocou mas eu não poderia dizer que apenas o meu amor a salvaria, porque eu estaria mentindo.
Passei as mãos pelo rosto da menor enxugando suas lágrimas coloridas com sombra azul, ela como sempre me pediu um abraço e eu a coloquei em meu colo em busca do conforto que precisava.
Ela soprava a fumaça do cigarro e as cinzas caiam em meu braço, mas a dor era quase nula em comparação a outros sentimentos presentes.
E a conversa foi indo, outro cigarro foi ascendido por mim, a noite caia ainda mais rápido, e as ruas ficavam menos movimentadas, a conversa foi ficando ainda mais complexas, as perguntas faziam ambas as mentes funcionam mais em busca de respostas e eu realmente não sei bem como chegamos onde estamos, pois quando eu vi nós já estávamos nos beijando.
É algo bem cafona de se dizer, mas naquele dia eu de a Hattie o amor que ela merecia, o amor que ela precisava, eu a beijei com toda minha vontade, eu acariciei seus cabelos e não desviei os olhos do seu em momento algum, beijei cada cicatriz que seu corpo tinha em busca de curá-la de todos os seus demônios mesmo sabendo que isso seria impossível, amá-la não custaria nada.
Talvez fosse apenas a solidão, a dor do abuso, o desejo ou qualquer outro motivo, talvez amanhã eu acorde e ela tenha ido até ele após ver uma ligação perdida, mas eu dei o melhor que eu podia oferecer, e fiz como se fosse a última vez, porque mal sabia eu que essa noite iria se repetir.
Talvez eu deveria ter sido mais cuidadoso, e menos intenso, talvez eu deveria parar de tentar consertar os problemas dos outros, e talvez eu devesse ter pegado leve ao beija-lá pois o gosto de baunilha impregnado nos meus lábios e agora eu era o viciado na droga que eu nunca poderia ter.
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VANILLA FLAVOR, Hanma Shuji
FanficOne shot, Tokyo Revengers TIGERCLUBVERSE, especial de dia dos namorados Monólogos proibidos em 193 países que o Shuji escreveu ao invés de ir para terapia. [+18] [OC] [Referências/Spoiler a Monster] [monólogo] Fanfiction by medusapilots. Primeiro...