Nossa História começou naquele domingo de verão. Eu estava (como sempre) reclamando de meu irmão que havia me deixado sozinho e foi andar de skate com um de seus amigos estranhos, foi quando o caminhão de mudanças virou a esquina com o carro preto logo atrás. Sabe como sou curioso certo? Como não saberia se você quem sempre me repreendeu por isso.
Corre ate uma grande árvore que dividia os dois terrenos e me sentei em uma de suas imensas raízes vendo todo o movimento dos homens que desceram do caminhão, eles levavam moveis para dentro da casa. Mas foi no carro que meu olhar se fixou e nas pessoas que dele desciam: O primeiro foi um homem de olhos rígidos e postura totalmente ereta (admito ter ficado com medo de seu pai ) ele me fitou e logo uma mulher de longos cabelos cor de mel desceu do carro, essa era sua mãe. E por fim eu tive a primeira visão de você, meus pensamentos assumo ter sido os mais egoístas "agora tenho uma amiga para brincar e não preciso mais de meu irmão"
Mas com uma detalhada e observadora visão eles logo sumiram: Seus cabelos medianos atrás com leves cachos e uma franja cobrindo as sobrancelhas, O vestidinho em tom rosa um palmo a cima dos joelhos com detalhes rosa por ele todo e um arquinho transparente com um broche de borboleta também rosa. Na época me lembro de ter pensado que seus olhos eram pequenos oceanos que se prenderam ali, infantil? Creio que sim, mas eu tinha apenas 6 anos.
Mais tarde descobre que eram mais parecidos com o céu pela manhã e teve também a sua opinião que dizia "eles são apenas azuis" , Mas custei a acreditar e na nossa adolescência eu os chamava de Pedras do mar.- Vamos Filha! - A voz de sua mãe era tão adocicada quanto a sua e apenas naquele instante percebe que nos fitavamos abobados, logo vi seu corpo pequeno correr e pegar a mão que a matriarca lhe estendeu e ambas entraram na casa junto do homem de olhos rígidos.
No jantar contei a minha mãe sobre os novos vizinhos e decidimos (ela, papai e eu) que iríamos levar uma torta ao amanhacer.
.....
Nossas casas eram idênticas só que viradas ao contrario, então nossos quartos ficavam de frente um ao outro e entre as janelas um grosso galho da árvore que crescera entre as duas casas. Admito que fiquei sentado em minha cama desde de o término do Jantar, esperando você adentrar o cômodo: Quem diria que aquilo se tornaria um hábito?
Quando o som da porta se abrindo pode ser ouvido um sorriso nasceu em minha face e lá veio a menina de vestido rosa sorrindo e correndo a seu piano, Mas parou assim que me viu na janela.- Oi - Hoje sei que esse foi o pior começo de conversa da História, mas na época foi a única coisa que me veio a mente.
- O-Oi - Respondeu vacilante, em torno de 3 dias sua timidez comigo foi para abaixo de 0% e junto dela sua gagueira.
- Meu nome é Luca! - Se me recordo bem a esse ponto eu já havia pulado para o grande galho e me sentado.
- Re-Renata. - Mas enquanto eu me aproximava você se afastava dois passos.
- Quantos anos tem?
- se-seis.
- Eu também! - sorri amigável, mas acho que isso te assustou mais já que caiu sentada quando tentou dar mais dois passos. - Não tenha medo de mim.
- Não te-tenho Medo.
- Vamos levar uma torta ai amanhã - desviei o assunto - Que sabor gosta Renata?
- Ce-cereja.
Nesse momento a porta se abriu mais uma vez e dela entraram seus pais chamando por você, pulei novamente janela a dentro de meu quarto e meus pais vieram fazer o mesmo. Logo ambos os quarto estavam em uma escuridão profunda, Minha nova amiga era como eu: Não temia o escuro.
Mas, só nos dois sabemos que aquele escuro não durou muito, pois a meia noite daquele domingo eu e você ligamos as luzes para conversar através de plaquinhas de papel.
Quem diria que de uma inocente conversa de duas crianças iria nascer uma amizade? Ah, Renata.
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Nossa Árvore
RomanceUm sentimento tão puro, tão singelo. Descoberto na infância, contemplado na adolescência e vivido intensamente. Um amor tão inocente que passou por várias provas, entre dores e alegrias, um novo sentimento a cada dia. E o símbolo desse amor é aque...