Capítulo 23

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⚠️ Esse capítulo contém homofobia, agressão contra a mulher e personagem pau no cu⚠️

Pov- S/n

A morena se encosta no banco me fintando.

- A gente nunca foi muito próximo e tudo piorou naquele dia- sorrio fraco.

*Flashback on*

Chego da escola feliz e praticamente pulando de alegria. Violet finalmente tinha me notado e até escreveu uma cartinha pra mim. Eu tô tão feliz. Chego em casa praticamente correndo e jogo minha mochila e meu casaco no sofá e subo as escadas correndo.

- S/n, pare de correr nas escadas- escuto a voz alta da minha mãe - olha os exemplos que vai dá pros seus irmãos.

Sorrio sem mostrar os dentes e me viro pra trás vendo minha mãe com uma cara nada boa na subida das escadas com marco no colo.

- Desculpa - digo e ela serra os olhos.

- Tome muito cuidado, pode se machucar- ela diz e eu assinto- vai lavar as mãos pra almoçar e chame a Megan.

Assinto freneticamente e passo pelo quarto da Megan vendo a menor pintando alguma coisa em um papel no chão.

- Mamãe disse pra descer pra almoçar- digo e Megan assente.

- Tá bom, S/a- ela se levanta deixando o pincel.

Ela tá sempre assim pintando alguma coisa pelas cantos, para o alívio da nossa mãe dessa vez não era uma parede.

*Quebra de tempo*

O dia tava correndo bem, até meu pai chegar com o mal humor dele. Eu estava no quintal de trás brincando com o Vicent enquanto ele e minha mãe discutiam alguma coisa na cozinha.

- Eu vi você e a violet hoje- Vicent diz sorrindo.

- Ela me escreveu uma carta- sorrio boba- ela me disse que como eu quero ser uma escritora, eu merecia receber cartas.

- Olha só o sorriso bobo- ele me abraça de lado- espero que a mel também fique assim comigo, assim nós podemos sair pra tomar sorvete juntos.

Sorrio animada com a ideia do meu amigo e nós continuamos a brincar no quintal, bom até escutar os gritos do meu pai do lado de dentro. A porta da cozinha que dá nos fundos foi aberta com brutalidade e meu pai vem minha direção e segura meu braço com força.

- Que porra é essa aqui?- ele levanta um papel nas mãos e eu logo vejo que é a carta de Violet.

- Pai, tá me machucando- digo tentando me soltar e ele me aperta mais.

- Pra isso que você vai pra escola?- ele grita me assustando- é pra essa pouca vergonha?.

- Tá assustando e machucando ela- Vincent diz e meu pai o empurra pra longe.

- Não faz isso- me solto dele e vou até meu amigo.

Tento levantar Vincent do chão mas meu pai me segura pelo cabelo e me joga no chão com brutalidade.

- Sua imunda- ele diz com raiva- vocês duas são imundas.

- Não, isso não é verdade- me encolho um pouco- eu gosto dela.

- Gosta? Você não sabe o que tá dizendo- ele aponta pra mim- eu vou tirar isso da sua cabeça na marra.

Olho pra trás do meu pai que se aproxima de mim e minha mãe vem correndo se pondo na frente dele.

- Antony para com isso- minha mãe diz alto e com a voz embargada- ela é nossa filha.

- Nossa? Eu não sou pai dessa aberração- ele olha pra mim com desprezo- dessa coisa nojenta.

O homem mais uma vez tenta avançar e minha mãe se põe na frente dele e o mesmo acerta um tapa na cara dela a jogando no chão e sem se importar o mesmo me pega pelo braço e acerta um tapa forte no meu rosto me fazendo cair novamente, o contato com o chão foi doloroso mas o chute que eu levei na boca do estômago doeu mais, tento me levantar mas sou acertada por um impacto mais forte no meu rosto e caio de novo sem forças. Eu não conseguia me mexer, apenas escutar os gritos da minha mãe.

Antony se abaixa do meu lado e eu estava completamente encolhida e o mesmo rasga o papel em pedacinhos pra eu poder ver. Sem dizer nada ele se levanta saindo dali.

*Flashback off*

Quando eu termino de contar os olhos de Jenna estavam cheios de lágrimas e o narizinho dela vermelho. A morena sem dizer nada avança nos meus braços e me aperta fazendo algumas lágrimas teimosas caírem.

- Ele é um monstro- ela diz com a voz chorosa- sinto muito, você não merecia ter passado por isso. Ninguém merece passar por isso.

- Tudo bem, pequena- dou um beijo nos cabelos dela- já passou.

O abraço se desfaz depois de alguns minutos e eu sorrio pra menor.

- Deixa eu terminar de contar- digo e ela encara.

- Tem mais?- ela pergunta e eu assinto.

- Depois disso, eu não conseguia sair do quarto. Meu corpo doía e eu me sentia tão mal que nem tinha ânimo pra levantar e o Antony que antes não dava atenção, começou a dar mas não de uma jeito muito paterno. Era sempre uma piadinha sobre eu ser imunda ou uma vergonha pra ele- solto um suspiro pesado- minha mãe ficou arrasada e se culpava por ter deixado ele me bater e me tratar daquele jeito, então ela pediu o divórcio e dobrou a carga horária dela pra poder manter a casa e a gente- Jenna entrelaça nossas mãos me fazendo sorri pelo ato.

- Sua mãe é uma mulher incrível- ela diz e eu concordo.

- É sim- disse olhando pra ela- ela se desdobrou pra manter a gente, mas eu não podia deixar ela se matar de trabalhar. Então com quinze anos eu e Vicent estávamos andando pela cidade e vimos uma plaquinha dizendo que precisavam de novos funcionários na parte da tarde- sorrio lembrando- então eu e ele entramos na loja de conveniência e convencemos o dono a contratar dois pirralhos do ensino médio.

- E deixa eu adivinhar, é a loja que vocês trabalham hoje em dia?- ela pergunta e eu assinto- uau, você convenceram mesmo.

- De fato- ri me encostando no banco.

- Você é uma mulher maravilhosa- Jenna solta e a olho- eu já sabia disso e agora tenho mais certeza ainda- a morena leva a mão até meu rosto fazendo um carinho gostoso e delicado- você é forte, gentil, carinhosa, dedicada, tem um coração lindo e é linda. Posso dizer que é praticamente perfeita.

- Eu também tenho defeitos- fecho os olhos aproveitando o carinho.

- Eles se tornam perfeitos apenas por fazerem parte de você- ela solta e eu abro meus olhos castanhos intensos dela.

Me aproximo devagar e selo os nosso lábios carinhosamente.

Continua...

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Estamos no mês do orgulho LGBTQIA
e e eu me sinto radiante e orgulhosa por fazer parte dessa comunidade.

Mas como nem tudo são rosas, eu vim por meio desse capítulo mostrar uma das realidades da vida de algumas pessoas que fazem parte dessa comunidade, inclusive já chegou bem perto de ser a minha realidade mas graças a Deus não chegou a tal ponto, mas não se tornou menos dolorosa.

Esse é um mês muito importante e mostrar que não importa o que nós passamos continuamos sendo um povo bem animado (as piada da veia kkkkk) e orgulhoso por carregar essa bandeira, nós merecemos e vamos ser felizes. Feliz mês do orgulho!!❤️✨🌈

Espero que gostem!❤️✨🌈

Até o próximo!! (Ano que vem eu tô de volta).

Não revisei!!

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