Parte 4: Finalmente achamos nosso alvo

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Andamos seguindo a trilha que havíamos encontrado, procurando onde o ajudante da Belinda estaria. Quando estávamos nos aproximando de um local específico, começamos a ouvir um barulho de orcs gritando e conversando. Finalmente chegamos na vila dos orcs canibais.

A situação era tensa pois haviam cerca de quinze orcs, cercados de comida podre, restos de corpos também apodrecidos, com um caldeirão no centro daquela vila, borbulhando com uma espécie de sopa nojenta, com um cheiro extremamente nauseante, composto de desgraça e desgosto. Mal consegui ver o ajudante da Belinda em uma espécie de palco, no meio da vila, perto do caldeirão de sopa desgostosa. Ele estava amarrado e claramente tinha sido sequestrado.

- HOJE TEM COMIDA! Hoje tem comida fresca e gritando! Não teremos comida roubada, teremos carne de qualidade! Quem não quiser comer, pode vir que vai servir de comida para os outros também! Abram a boca que a comida chegou! - gritou um dos orcs, que parecia ser o líder deles, enquanto erguia os braços, em sinal de glória, mostrando dois braços insectóides nas costelas, vendo que claramente era marcado pelo inferno.

   Eu fiquei enojado com tudo aquilo, mas me concentrei na situação e as minhas experiências de vida me trouxeram uma ideia: o melhor jeito seria entrar de forma furtiva, para tentar ganhar espaço em alguns pontos mais altos ao redor da vila, para termos vantagens na hora do combate. Vi esse orc líder cortar a mão do sequestrado e levou o órgão decepado e leva para o caldeirão. Chegando lá, arrancou um dos dedos, mergulhou na sopa e alimentou um dos orcs.

- O que a gente vai fazer? - disse o palhacinho para a medusa.

- Eu não sei como a gente entraria, Yayu. Tem muita gente ali e estamos em minoria - explicou Ophelia, para o companheiro.

- Olha, eu tenho uma ideia mas vai dar trabalho. Quantos de vocês conseguem atacar à distância? - perguntei, afobado com a situação.

- Eu não sou muito bom,porque prefiro ajudar, mas consigo - disse o esqueleto, enquanto olhava para os orcs.

- Eu consigo! Eu consigo! - cochichou Yayu, empolgado com a ideia.

- Ótimo! Precisamos de gente atacando à distância porque temos alguns lugares mais altos onde poderíamos ficar um pouco mais seguros. Precisamos ir para lá, para termos domínio de espaço - expliquei, sem enrolar muito.

- Então vamos! - disse o Yayu.

- Quem puder atacar à distância, sobe ali para a gente que a gente vai precisar invadir para salvar esse cara - falei, enquanto apontava os pontos altos da vila orc.

- Gente, eu também tenho um plano. Será que a gente não poderia pegar eles desprevenidos, com cautela? - questionou Yayu.

- Olha, eles estão com um refém. Se der errado, o orc dá um sinal e mata - explicou Carlo.

- Olha, se chamarem a atenção deles, eu posso entrar e tirar ele rápido - disse Ophelia, já pensando em como salvar nosso alvo.

- O Yayu consegue chamar a atenção - disse o esqueleto, querendo ajudar.

   Eu realmente fiquei preocupado com o que poderia acontecer, mas a discussão era infindável, então perdi a paciência e falei:

- Ophelia, e se a gente chamasse atenção do outro lado do acampamento, você consegue? - perguntei.

- Eu consigo -  disse ela, concordando com a ideia.

   Eu vi o grupo se preparando, então vi a Ophelia pegando a foice dela e, por algum motivo, as cobras do cabelo dela brilharam os olhos e a foice ficou com uma gosma verde pegajosa, então vi o esqueleto se aproximado e usando uma magia na foice da medusa, que ficou soltando faíscas azuis.

Lino, o herói perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora