A amiga da minha filha |•Drewany

Cʜᴀᴘᴛᴇʀ Tʜɪʀᴛʏ-Oɴᴇ- Me odeia

Any estava sentada em seu escritório estudando os exames de Abigail enquanto digitava algumas coisas em seu computador. Colocou os papéis sobre a mesa novamente e passou as mãos pelos cabelos, suspirando alto.

-Merda.- Murmurou.

Ela precisava se concentrar para essa cirurgia. E principalmente se sair bem, sem erros. Se ela não conseguisse salvar Abigail, com certeza a culpa lhe perseguiria pelo resto de sua vida.

Olhou novamente para os exames e se levantou de sua cadeira. Café. Era disso que ela precisava. Um grande e quente copo de café. Ela se levantou e pegou seu jaleco, mas o jogou na cadeira novamente antes de colocá-lo, abriu a porta e saiu pelo corredor.

Passou por algumas pessoas e algumas enfermeiras sorriram para ela, mas quando ia diretamente para o elevador, um interno a chamou.

-Dra.Soares!- O interno gritou correndo até ela, lhe entregando uma pilha de papéis.- Os exames estão prontos.

Any ergueu as sobrancelhas.

-Eu pedi por esses exames faz mais de uma hora.- Disse começando a ler um dos papéis.

-Eu estava...- Ele começou.

-Pare de inventar mentiras.- Disse dura.

-Descul...

-Pare de se desculpar.- O cortou, ainda observando os papéis.

-Eu...

-Pare de falar.- Ergueu uma das mãos e em seguida olhou para ele.- Sua atividade cerebral está normal, o que isso nos diz?

O interno a olhou assustado, erguendo as sobrancelhas. Mas Any quase teve certeza que ele prendia a respiração. Ela revirou os olhos.

-Você pode falar agora.

-Que ele está bem.- Disse, mas voltou a falar rápido quando viu o olhar da cacheada.- Mas ele está sonolento demais, então eu devo ficar de olho disso.

Any the entregou os papéis novamente.

-Vá para a emergência e tente não matar ninguém hoje.- Disse e em seguida viu o interno andar para longe dela rapidamente. Ela voltou a andar e parou de frente ao elevador, esperando o mesmo chegar. Quando a porta se abriu, entrou no mesmo e apertou um botão, vendo os números descerem. Saiu do mesmo e andou até a parte de fora do hospital, parando de frente à uma barraquinha de café.

-Oi, Any!- Uma mulher de cabelo preto sorriu para ela.- O que você vai querer hoje?

-Um grande copo de café.- Pediu.- Bem forte, também.

-Dia ruim?- Perguntou enquanto pegava um copo grande, colocando o líquido quente em seguida.

-Mais ou menos isso.- Disse tirando algumas notas de seu bolso.

-Aqui.- A mulher lhe entregou o café.

-Obrigada, Sarah.- Sorriu e lhe entregou o dinheiro, pegando o copo.

Deu um grande gole e suspirou. Era disso que ela precisava, mas não durou muito tempo. Os seus pensamento voltaram rapidamente, fazendo sua cabeça girar. Estava em uma sequência irritante Abigail-Andrew-Cirurgia. Ela não aguentava mais, porque se ela soubesse que seu dia viraria essa bagunça, ela nem teria se preocupado em sair da cama.

Mas aqui ela estava, com a cabeça a mil enquanto tentava encontrar uma saída para essa bagunça na qual ela se meteu. Idiota! Ela devia ter encontrado uma saída anos atrás quando viu Andrew pela primeira vez, porque se ela tivesse feito isso, sua vida estaria perfeita agora.

Terminou o seu café e jogou em uma lixeira próxima, para em seguida ver Andrew sentado em um banco bem escondido perto de uma árvore.

Não. Não. Nem pensei nisso.

Tarde demais. Ela já estava caminhando até ele. Enquanto andava, conseguiu o observar melhor. Ele estava curvado e com as mãos entre os cabelos, olhando fixamente para o chão.

-Ei.- Disse suavemente e o viu olhar para ela, o olhar que antes estava quase desesperado, suavizou.

-Oi.- Sussurrou

Ela balançou o corpo para frente para trás, perguntando a si mesma se devia se sentar ao lado dele ou não. Suspirou e se sentou ao lado dele, o observando cuidadosamente.

-Você tá bem?- Perguntou

-Você não precisa fazer isso.- Disse, olhando para o chão novamente.- Eu sei que você me odeia.

Any inspirou e em seguida deixou o ar sair lentamente pelo nariz. Pegou sua mão, o que o fez olhar surpreso para ela.

-Eu não odeio você.- Disse, apertando fortemente a mão dele.- Nunca odiei e nunca irei odiar.

Andrew a olhou

-Você está bem?- Repetiu a pergunta.

-Minha filha tem um tumor.- Disse.

-Sua filha tem um tumor.- Repetiu.- Mas eu posso operar, eu vou operar.

-Eu sei, eu sei.- Apertou a mão dela.- É só que...

-O que?- Perguntou suavemente.

-Minha vida está uma completa bagunça agora.- Suspirou.- Minha filha tem um tumor, e você...

Ele sorriu, colocando sua mão livre sobre a bochecha dela, sentindo a mesma suspirar e relaxar, fechando os olhos levemente.

-Eu te... - O moreno ia falar quando uma outra voz o interrompeu.

-Ei, Andrew, a Abigail ta dormindo então eu tava pensando que a gente podia...- A voz de Olivia adentrou o ambiente e quando ela olhou para frente, arregalou os olhos e terminou a frase lentamente.- tomar um café... eu estou interrompendo alguma coisa?

-Não.- Any se afastou rapidamente dele e se levantou começando a andar na direção de onde veio.

- Olivia, Andrew, vejo vocês depois.

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