POV Allegra
Acordei tem uns minutos e estou quietinha deitada na minha poltrona, minha irmã segura minha mão e me sinto segura.
Estamos no avião rumo à Pensilvânia, nos Estados Unidos. Vou começar a fazer faculdade de Engenharia e pra ser honesta, tenho medo. Tudo vai ser novo, meus amigos todos ficaram no Brasil e vou estar sozinha.
Tenho medo de não me adaptar, de não conseguir fazer amigos, e de ir mal na faculdade. Eu sempre tirei notas boas no Brasil, fui ótima no exame nacional do ensino médio, meu inglês é ótimo, mas nos Estados Unidos a história é outra.
Além de estudar vou estagiar na empresa dos primos do meu pai, também vou morar com a minha irmã, só nós duas e sei que vou sentir falta dos meus pais.
A princípio eu não queria mudar do Brasil, mas todo mundo me convenceu que ia ser melhor sair do país. A violência está grande no Brasil, e seria bom expandir os negócios da família. Meu pai é engenheiro, possui a maior empresa de Engenharia da América Latina, então expandir era necessário.
Desde criança eu quero ser engenheira, fui influenciada por papai e pela minha irmã Kyara, nós sempre gostamos de construir coisas, é algo de família.
Olho para a minha irmã e sinto vontade de ir ao banheiro, mas espero um pouco, espio meu relógio de pulso e pelo horário sei que ainda faltam umas duas horas para chegarmos no nosso destino. Decido por esperar um pouco, se eu levantar e soltar a mão de Kyara ela vai acordar.
Fecho os olhos um pouco e sinto falta dos meus pais, também sinto falta das minhas duas amigas, ambas conseguiram vagas em faculdades de Medicina, mas foram para o interior de São Paulo, eu estou rumo a outro país e sei que tudo vai ser corrido para elas e para mim.
Estava de olhos fechados, mas percebi alguma movimentação e abri os olhos, vi o coroa bonito passando ao lado dos nossos assentos, acho que ele vai ao banheiro. O homem deve ter uns 50 e poucos, mas é bonitão.
Eu particularmente sempre gostei de homens mais velhos. Minha primeira paixão aconteceu aos 13 anos, eu me apaixonei pelo meu professor do inglês, o homem tinha 38 anos. Claro que a paixão ficou guardada só para mim, pois mesmo tendo só 13 anos, eu sabia que se eu começasse a falar, ou fizesse algo, poderia prejudicar o professor.
Mamãe e Kyara sempre conversavam comigo, e sempre víamos o noticiário policial, eu sempre soube que uma garota nova se envolvendo com um cara mais velho poderia dar uma porcaria e das grandes.
Fiquei apaixonada pelo professor por 1 ano, ele mudou de cidade e fiquei bem mal, foi frustrante, pois eu me imaginava fazendo 18 anos e me casando com ele, mas a minha paixão desabou quando vi que o professor ficou noivo de outra mulher, aquilo me machucou muito.
Eu só tinha 14 anos, era só uma menina e conversei com Kyara, ela me deu apoio, conversamos muito e ela disse que paixões acontecem e que faz parte, que logo eu ia superar. E Kyara estava certa, com o tempo eu me esqueci do professor. Com 15 anos fiquei com um menino da catequese, mas foi meu primeiro beijo e o dele também, eu não me senti bem, ficamos por três dias, ele era meio lerdo eu acho, só trocamos beijos e eu não vi graça, eu queria beijar um menino de barba!
Sim, de barba, eu gosto de homem com barba, gosto do perfume que homens mais velhos usam, os meninos da minha idade só usavam desodorante, e ninguém tinha barba!
Depois da ficada com o garoto da catequese, não fiquei com mais ninguém. Tenho 18 anos e sou virgem, mas está tudo bem, prefiro ser virgem do que me deitar com qualquer um e me arrepender.
Eu me acho linda, mas não sou magra, sempre estive um pouco acima do meu peso, sou gorda e adoro minhas curvas, mas infelizmente muitos meninos têm preconceito. Algumas vezes sofri bullying, mas no fundo nunca liguei muito. Mamãe sempre disse que o importante é ter saúde e que a opinião de pessoas irrelevantes nas nossas vidas devem ser deixadas de lado.
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Kyara & Allegra
RomansAs irmãs Kyara Bianchi e Allegra Bianchi, se mudam de país para ajudar o pai com os negócios da família. Nessa nova jornada as irmãs vão enfrentar muitas surpresas, conhecer novas pessoas e entender que nenhuma grande mudança acontece por acaso.