08: Meu pai era um sociopata ambicioso

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Hope Andréa Mikaelson Point Of View

Eu havia acabado de acordar e ao olhar para o lado notei a ausência de minha esposa, soltei um suspiro, acordar sem ela tinha virado rotina nos últimos meses, infelizmente. Virei meu rosto olhando para o relógio digital em cima da cômoda ao lado da cama, franzi o cenho ao ver que eram quatro da manhã, S/n não acorda tão cedo sem motivo. Me levantei da cama e logo fui capaz de sentir um cheiro forte de camomila, calcei minha pantufa e sai da cama.

O cheiro estava mais forte no andar debaixo, eu andei até a cozinha e assim que entrei no local vi S/n com uma xícara na mão enquanto olhava pela janela, ela estava quieta e sua respiração estava longa e demorada com pausas maiores, eu cruzei os braços enquanto a observava, eu sei que ela sabe que eu estou aqui, ela sempre sabe, mas não quero me intrometer no seu espaço pessoal.

A vi respirar fundo e descansar a xícara no pires e virar a cabeça para mim minimamente, entendi isso como um sinal para me aproximar e assim eu o fiz, me aproximei dela e a abracei por trás, apoiei o meu queixo em seu ombro e direcionei o meu olhar para onde S/n olhava, era um pequeno túmulo em nosso quintal, afastei a minha cabeça quando alho veio em minha mente, olhei para S/n que deixava uma lágrima cair de seus olhos.

- É o aniversário de morte do Dolf - ela concordou levemente antes de deixar a xícara em cima da bancada e limpar a lágrima que escorreu pela sua bochecha.

- Eu vou fazer uma cerimônia hoje a noite - ela me disse se virando para me olhar.

- Que tipo de cerimônia?

- O espírito do Dolf não pode descansar durante todos esses anos, eu quando pequena estava tão atordoada em perdê-lo, que acabei ligando a alma dele a minha, e por isso ele vive comigo a mais de trinta anos, a cerimónia vai liberta-lo e deixar que ele fique em paz - eu assenti e levei a minha mão ao seu braço fazendo um leve carinho ali.

- Precisa de algo? - perguntei me aproximando para beijar a sua bochecha.

- Preciso de você, a cerimónia vai me deixar fraca, até porque vai tirar uma parte de mim que eu carrego a longos anos, então eu vou sofrer com isso de muitas formas diferentes - eu concordei e passei meus braços por sua cintura a puxando para chegar mais perto de mim, S/n encostou a sua testa na minha e fechou os olhos - Eu te amo, tanto, lobinha, te amo tanto, que não cabe mais no meu peito, não sei o que eu fiz de certo para te ter ao meu lado, mas ainda bem que você está aqui.

- Eu também te amo, minha gatinha - ela sorriu com o apelido e levou suas mãos ao meu rosto fazendo um leve carinho nas minhas bochechas.

S/n se afastou dos meus braços e foi preparar algo para que eu comesse, eu diria a ela que não precisava, mas sabia que ela precisava de algo para distrair a mente, ela fica assim todos os anos, nem sei como eu pude esquecer dessa data que a traumatizou tanto, minha bruxinha, ela sempre fica um pouco emotiva nessa época, o que já ocasionou na perda do controle de seus poderes, ela fica mais sensível a suas emoções, e eu acabo ficando tão mal por vê-la mal.

A S/n fez panquecas e cortou algumas frutas para que eu comesse, ela também me deu um copo de suco, e então ela se sentou ao meu lado abraçando a minha cintura enquanto eu comia, respirei fundo ao sentir ela respirar fundo e apoiar a cabeça em meu ombro. Sabia bem o que se passava na cabeça dela, senti energia elétrica passando pelo meu corpo e olhei rapidamente para S/n vendo seus olhos roxos e marejados, suspirei deixando o copo e o garfo de lado para abraçá-la.

- Quero ver os gêmeos, não quero que a Stella pense que eu a abandonei de novo, quero vê-los e explicar o que está acontecendo comigo - ela falou com a voz levemente rouca, sua cabeça estava apoiada em meu peito, coloquei meu queixo em cima de sua cabeça pensando.

Os Gêmeos Mikaelson | Hope Mikaelson 3°Onde histórias criam vida. Descubra agora