Segunda-feira (não) é uma merda

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Capítulo em revisão.

About the conteúdo
— Ji é transboy e gay, sendo assim é ele/dele.
— Palavras de cunho alto estiveram ditas e expressadas aqui da forma mais liberal possível, não seja tímido/a.
— As pessoas citadas nessa one não tem nenhuma tem ligação ou interesse em saber que ela existe, ou seja, apenas entretenimento de qualidade, de fã para fã.
— Não esqueça da tão esquecida ★ e de seu preciosissímo comentário.
É um dos motivos de eu querer postar mais pra você.

Ótima leitura.
Com tesão, Cah.

















"Mas é aquele ditado: Errar é humano, permanecer no erro FICA DIFÍCIL"
— Brasil, Inês.








23h36

Posso dizer a você, que já era um terceiro baseado sendo acendido.
Mas fazer o que, não é?
Meu pulmão estava com tanta pena de mim, mais do que os cartazes do SUS.
Tive uma crise de pânico, e pense numa maldita crise.
Com certeza, nada mais indicado seria do que eu tomar um banho frio e uma voltinha pelas escadas de meu condomínio atrás de um ar puro, queria que aquilo fosse embora de mim, aquela sensação claustrofóbica, e que fosse o mais rápido possível.
Pensa num cara fodido, eu pensava.
Tão sozinho...
Outro merdinha na vida, grande pequeno orgulho da família.
Esses e outros pensamentos pensativos pensantes me condenavam num momento como este.
Sentado em uma cadeira de praia próximo a sacada, senti raiva, perdia a oportunidade que poderia ter me arrancado até o chão em instantes.
O terraço, desde que me mudei, se tornou meu lugar de conforto.
Era uma espécie de área de lazer, com churrascaria, cadeiras, mesas e etc. Estar ali, refletir até umas 2 ou 3 horas da manhã, fazia com que eu me sentisse um pouco melhor, depois, voltava para meu apartamento com menos aperto no peito.
Vinte e três anos de idade, morando sozinho, por que eu estaria sobrecarregado então?
Ora, minha vida não era tão complicada assim, trabalhava pra mim mesmo, rendia um bom salário, trabalhava 5 vezes na semana e ainda tinha duas segundas para bolar meu baseado.
Porém, o que me faltava tanto? O que será que acontecia? Talvez eu desejasse esse sofrimento, ou talvez... Ah não sei bem!
Posso dizer que eu estava na idade de sofrer.
Sofrer de amor?
Óbvio, andava simplesmente encantado com a beleza de um de meus vizinhos, em específico, o cara do 706, e aquele sorriso cativante.
Puta merda!
Cabelos loiros, pouco espumados com uma tonalidade parecida com rosa, pele leitosa e lábios carnudos.
Aquele homem era de tirar o fôlego porra!
Eu queria ter o poder e a honra de conhecê-lo um dia, posso até perder a vergonha, ou até chamá-lo pra sair!
Ah, mas vai que eu pareço um pouco esquisitinho também né.
Acendo novamente meu baseado recém apagado, segunda-feira me desanimava, pra caralho.
Eu fumava sozinho, via a noite escura - sozinho - , me sentia sozinho.
A brisa da noite batia em meu rosto, eu a observava e cantarolava junto a movimentação dos carros.
Ouço o barulho da saída de incêndio se fechando, e passos até o outro lado do salão de festas.
Não, vai se fuder seu desgraçadinho de merda! Hyu, você me deve um favor esqueceu? Eu sei, tá, tá, tá! Eu ligo amanhã pra porra do conselho.
Olho pro lado e o encaro vendo apenas o brilho da lua.
Retiro o que eu disse, talvez, tenha a chance de conhecê-lo hoje.
Acredite em mim, um conjuntinho de cetim deveria aumentar autoestima de muita gente.
Sem blusa, com um roupão de preto combinando com o short, percebi que ele tinha os mamilos furados e uma tatuagem nas costelas até mais embaixo...
Se ele tivesse feito comigo, aquele acabamento seria muito melhor e...
Pelo amor Jung, pare com isso já !
Pode por favor parar de reparar tanto? Pensei.
O olhar e aquele bico enorme formado nos lábios, ele percebe que estou ali, e vira dizendo boa noite em um bom tom.
Constrangido, eu aceno de volta.
— Ah, ahn... Boa noite, e me desculpe por isso — Sinaliza para o telefone.
— Noite difícil?
— Ah, sim, e pra cacete. — Ele ri — Baita de uma noite de merda que mal começou.
Vejo meu celular, ainda são onze e quarenta.
As portas não se fecham e ninguém entraria nesse horário.
Então, que se dane, eu teria bastante tempo.
Quero ouvir você dizer o quanto horrível foi falar com o tal de Hyu, e o que te deixaria com tanta raiva. Só quero ouvir você.
— Quer compartilhar? — Pergunto.
— Não, já deve ter seus problemas, ouvir os meus não vão mudar muito. — Ele morde os lábios.
Tão... Sexy?
— Atrás de você, tem uma cadeira confortável e ali tem uma garrafa de vodka, que inclusive está uma delícia, eu comprei hoje mesmo.
Recebo dele um olhar surpreso.
Cativante.
— Uh... Você quer mesmo me ouvir? — Ele pergunta, pegando a garrafa e fazendo o que eu havia dito.
— É claro, por que não?
— Você é algum tipo de psicólogo ou terapeuta? — Ele se senta na minha frente.
Suas coxas dobraram de tamanho naquela cadeira, e eu pude ver seus mamilos perfurados. Ele tem uma carinha, de quem amou tudo aquilo.
Caliente.
Pelo amor de Deus, pare de pensar Jungkook.
— Primeiro, como se chama?
Ele me olha surpreso.
— Até parece, né! Não se lembra de mim?
— Lembro?
— No elevador, minhas laranjas escorregaram e você caiu no chão de susto. — Ele ri — Você me olhou, e ficou muito, mas muito vermelho, quem é que se assusta com quatro laranjas?
Que estabanado eu sou!
Aquele dia foi tão, mais tão vergonhoso.
— Havia me esquecido disso. — Me encosto na cadeira, mais vermelho que um tomate eu estava.
— Prazer Jung, me chamo Jimin e, sinceramente? Você é muito mais gostoso a noite.
— O que?
O que?
Calma.
Você ouviu o mesmo que eu?
VOCÊ OUVIU?
— D-desculpa, o que?
— Eu disse que, você é muito mais bonito a noite — Ele ri —, ouviu bem agora?
Foi isso mesmo, mas não daquele jeito, muito diferente do que eu tinha ouvido.
Espera, ele não tá dando em cima de mim né?
— Obrigada, eu acho... — Sussurro rouco
Por favor, me digam se eu não estiver percebendo.
Tô com vergonha poxa.
— Desculpe por isso, ser sincero e direto é uma especialidade minha. — Disse sorridente.
Parecia que o sol havia me esquentado naquele segundo, meu coração pulsou e meu pau também.
Eu devia parar de pensar, tô pensando muito, até de mais.
Você não tá me ajudando, caralho.
— E então, sou todo ouvidos — Cruzo minhas pernas e finjo anotar coisas —, diga-me, o que aconteceu Park?
Ele sorri.
Esse cara gosta de sorrir.
Será que ele ri enquanto goza?
Puta merda, tô parecendo um tarado.
— Problemas, porra! Eu sei que sou masoquista, mas os tapas que a vida me dá acabam por me deixar deprimido.
Eita caraí.
— Você trabalha com o que? — Tento fugir de meus pensamentos intrusivos.
— Sou professor, de artes em uma escola.
Professor? Em uma escola? Ele é mais velho do que eu pensei?
— E quantos anos você tem?
— Vinte e seis, e não venha com essa ideia de que pareço mais novo.
Nossa.
— Pode apostar que sim. — Digo olhando em seus olhos.
Quem é que não gosta de um sugar daddy?
— É, a aparência não denúncia a minha idade, ainda bem. — Ele respira fundo — Bom, aconteceu que, um dos meu tutorados anda faltando bastante, e eu sou bem chegado no diretor, conheço ele a muito tempo e, com a falta constante desse carinha, eu tenho que sugerir a escola a acionar o conselho tutelar, mas eu não posso, ainda não.
Meu coração acelera em curiosidade.
Sou nenhuma velha fofoqueira, mas esse assunto... Me pareceu interessante.
— E o que aconteceu?
— Meu tutorado e a mãe dele querem ir embora de casa, o pai dele não é muito bacana com os dois e ela gosta de me ouvir, eu tô tentando ajudar, trato aquele menino como se fosse meu filho e...
— E...?
— Olha — Ele relaxa seu semblante, não parece muito estressado, não como chegou aqui —, não posso deixar que eles sofram, e denunciar ou não, nunca adianta, pelo menos aqui não.
Sua expressão se torna triste, e seus lábios formam um pequeno beiço meigo.
— Bom, você pode dizer que alguém fez uma denúncia anônima, eles já conseguiram se mudar?
— Sim, mas se ele voltar, acaba que aquele merda possa os encontrar.
Sorri, pra acalmar-lhe os nervos.
— Você se preocupa, então tudo à de dar certo.
— Obrigado Jeon, até que foi reconfortante poder desabafar.
— Quer me dizer mais alguma coisa?


E por que não conversar comigo? [Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora