O primeiro pensamento que tive quando vi o cara vindo na minha direção foi: Qual a chance de isso dar uma merda grandona? Mas esse pensamento foi embora tão rápido quanto chegou. Tinha algo nele que prendia minha atenção, eu não conseguia desviar o olhar.
Quando seu rosto entrou na luz, eu quase me esqueci como respirar, o cara era lindo de um jeito injusto. Chegou tão perto que pude sentir seu cheiro invadindo todo meu espaço pessoal. Tínhamos uma certa diferença de altura, então ele precisou se abaixar pra chegar na altura do meu ouvido.
— Vou entender que você estava me convidando pra dançar e aceitar o seu convite.
A voz dele me derreteu e eu me arrepiei quando ele passou o braço pela minha cintura aproximando nossos corpos. Subi as mãos pelos seus braços, sentindo cada centímetro de músculo sob a camisa que usava, até pousar em seus ombros. Ele encaixou uma perna entre as minhas, se moldando perfeitamente a mim, balançando no ritmo da música por alguns minutos.
Fechei os olhos e me entreguei ao momento. Não sei se era o álcool que eu havia ingerido, mas tudo agora parecia certo. Eu estava zonza, mas pela primeira vez em muito tempo não tinha nenhuma preocupação me rondando.
— Posso te levar embora hoje?
Ele perguntou, me tirando do transe. Sua voz quase inaudível devido a música.
— Pra onde você quer me levar? — Perguntei em tom de brincadeira.
— Eu tenho um quarto no hotel aqui do lado, podíamos ir pra lá. É mais calmo e com privacidade. O que acha?
Ergui uma sobrancelha pra ele, sem desgrudar nossos corpos.
— Eu nem sei seu nome.
Como se isso importasse. Eu certamente sairia daqui com ele.
— E isso importa?
Touché.
Soltei uma risadinha e concordei com a cabeça.
— Meu nome é Gael e o seu?
— Malu.
— Então, Malu, o que acha de sairmos daqui?
Assenti. Ele segurou minha mão e me guiou para a saída. O hotel era literalmente do lado do bar, saímos por uma porta e entramos pela porta do lado. Tinha um hall grande, bem iluminado. Gael não parou na recepção, apenas caminhou direto pro elevador, ainda segurando minha mão.
Eu só estava indo na dele e, pensando agora, ele poderia muito bem ser um serial killer daqueles da TV e estar me levando pra morte. Mas, cá entre nós, se a morte tivesse metade da beleza dele, eu aceitaria numa boa. Comecei a ficar nervosa assim que entramos no elevador, não tínhamos dito uma única palavra desde que saímos do bar. Eu certamente parecia arrependida agora.
Quando as portas se fecharam, ele se virou para mim e não levou nem meio segundo para que eu estivesse colada na parede do elevador com ele devorando minha boca. Eu estava perdida no beijo dele. Sua mão apertava minha bunda por baixo do vestido, enquanto a outra se fechava levemente em volta do meu pescoço. Ele tinha gosto de menta. Eu com certeza estava com gosto de tequila, mas isso não o impediu de enfiar a língua na minha boca.
Meu Deus, o que eu estava fazendo? Eu só beijei um cara minha vida toda (dois, se você considerar o pivete que tirou meu bv). Então, novamente, eu só estava indo na dele, sincronizei nossas bocas e em pouco tempo estávamos em harmonia. Ninguém nunca tinha me beijado desse jeito.
Quando o sininho do elevador tocou, Gael mordeu meu lábio antes de parar de me beijar, segurou meu rosto com as duas mãos e olhou no fundo dos meus olhos. Foi nesse momento que eu percebi que ele tinha um olho castanho e outro verde, o que o deixava mais lindo ainda. Suspirei.
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Desde que aconteceu
RomanceSabemos que coisas pequenas podem mudar o curso de uma vida, mas e quando acontece algo estrondoso? Depois de sofrer um grave acidente, e ter a vida virada de ponta cabeça, será necessário reaprender a viver e avaliar os diversos rumos que sua vida...