𝐌𝐞𝐮 𝐫𝐨𝐜𝐤𝐬𝐭𝐚𝐫, 𝗃𝖺𝖽𝖾𝗇 𝗁𝗈𝗌𝗌𝗅𝖾𝗋

𝟎𝟎𝟐.

𝐇𝐚𝐲𝐥𝐞𝐲 𝐖𝐢𝐥𝐬𝐨𝐧, 𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗍𝗁𝖾 𝗏𝗂𝖾𝗐．
Los Angeles, CA📍

As luzes do palco refletiam em meio a multidão de pessoas. A ansiedade já tomava conta de mim e eu me sentia orgulhosa por ter chegado cedo e conseguido ter ficado quase em frente ao palco.

Faltava poucos minutos para o Hossler entrar e eu estava quase arrancando os meus cabelos de tanta ansiedade.

Matt, Vinnie e Jett falaram que iam ficar no camarote, onde tinha poucas pessoas e era bem mais longe do palco. Eu, por outro lado, quis ficar quase grudada no palco.

As luzes apagaram e o toque da bateria começou. Arregalo os meus olhos ao ouvir a voz dele.

Meu Deus.
Meu Deus.
Meu Deus.

Vibrei junto com as outras pessoas e Jaden apareceu no palco, já cantando. Abri a câmera desajeitadamente e comecei a gravar ele bem de pertinho. Estela estaria amando isso. Sorri ao pensar nela e comecei a cantar.

Jaden tem uma voz linda e eu entendo o porque que Estela gostava tando dele. A voz dele transmite calma.

Cantei junto e fechei os meus olhos ao sentir uma vibe tão boa.

— Uau. — Ele falou, assim que finalizou a primeira música. — Vamos fazer essa noite ser incrível, Los Angeles! — Falou alto e todos nós gritamos.

— MUITO BOM. — Gritei e senti minhas bochechas esquentarem ao perceber o seu olhar fixo em mim. Ele sorriu e eu sorri junto.

Senti uma pessoa perto de mim e olhei para o lado discretamente. Era um garoto moreno, desconhecido por mim. Ele sorriu perceber que eu o olhava e eu senti uma de suas mãos em minha cintura.

— Pode tirar, por favor? — Falei, desconfortável com suas mãos em mim.

— Calma, gata. Eu me chamo Dylan, e você? — Puxou assunto e me puxou para mais perto dele.

Eu senti os meus olhos marejarem ao sentir suas mãos descerem mais pelo meu corpo. Olhei ao redor em busca de ajuda ou algum segurança, mas ninguém estava ligando.

— Tira as mãos de mim! — Falei e tentei me afastar dele, mas suas mãos seguraram fortemente em meus braços e eu me debati.

— Para de se fazer de difícil, porra. — Ele falou, aumentando ainda mais o aperto.

— Ei. Parem o som. — Ouvi Jaden dizer, mas não me preocupei em o olhar. Eu queria sair dali, queria me afastar desse nojento. — Cara, o que você está fazendo? Tira as mãos dela!

Arregalei os meus olhos e olhei para o palco, vendo Jaden bem próximo e olhando fixamente para eu e o nojento que ainda tinha as mãos em mim. Seus olhos encontraram com os meus e talvez ele tenha percebido tamanho desespero que eu estava sentindo.

— Cara, solta ela. Tira as suas mãos sujas da garota. — Hossler falou e o aperto em meus braços foi ficando fraco, até eu não sentir mais.

— Eu não estava tocando nela. — Dylan disse e eu cruzei os meus braços, na tentativa de me encolher.

— Não? Eu vi muito bem, mano. Eu vi as suas mãos nela. Eu estava vendo! — Hossler falou mais alto. Ouvi gritos em concordância e senti seu olhar novamente em mim. — Nunca mais toque em nenhuma garota assim, ouviu? Eu vou pedir para que você saia daqui, eu não admito isso em um show meu. — Mais gritos em comemoração foram ouvidos.

Ergui o meu olhar e vi Dylan ser levado por seguranças para fora do lugar em que estávamos. Um dos seguranças parou em minha frente e indicou o palco com a minha mão.

Eu ergui o meu olhar e vi Jaden com a mão estendida em minha direção. Eu estava envergonhada por causa do acontecido e me sentia suja por lembrar de suas mãos em mim. Porém, sabia que todos me olhavam agora.

Minha mão trêmula segurou na sua e ele apertou, me passando calma por algum motivo. Subi no palco e Hossler me levou até a lateral do mesmo, onde os fãs não podiam mais me ver.

Me colocou sentada em uma cadeira que havia ali e me entregou uma garrafinha de água. Eu aceitei, mas não conseguia o olhar.

— Ei, não fique assim, por favor. — Sua voz calma chamou a minha atenção. Senti suas mãos em meu queixo, me fazendo o olhar. — Não ligue para aquele filho da puta, tudo bem? Fique aqui, depois do show eu venho aqui. — Falou e eu concordei. Ele sorriu e voltou para o palco.

Abri a garrafinha de água e avisei os garotos que eu estava bem, já que eles haviam visto o acontecido do camarote.

É horrível pensar que em qualquer momento nesse mundo fodido, uma mulher pode passar por esses momentos. Foi minha culpa? Eu nem olhei para a cara dele. Não havia dado nem um tipo de esperança para ele.

As lágrimas desceram sem controle, mas eu logo tratei de me acalmar. Mesmo sem estar no meio da muvuca, eu conseguia ver o show e ouvir a música.

Tell me About Tomorrow.

A música que me faz lembrar de Estela e, consequentemente, faz ser a minha favorita dele.

Me levantei animada e comecei a cantar, enquanto via o mesmo cantar no palco. Ao mesmo tempo que ele cantava feliz, eu conseguia sentir uma certa dor em sua voz. Seus olhos encontraram com os meus e eu deixei um sorriso mínimo surgir.

Seus olhos eram lindos.

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