*Essa fic vai ser dividida em 3 partes. Feedbacks são sempre bem vindos, obrigada!*
Antônio realmente era um homem de coragem. Como ele ousa descartá-la assim? Logo ela que esteve ao lado dele durante todos os anos. Foi só descobrir que o caixão da defunta estava vazio que ele virou outra pessoa. Não que ele sempre tenha sido muito carinhoso durante a vida mas ele realmente não tinha muita opção a não ser estar ao lado dela, mas agora que havia a possibilidade de Agatha estar viva ele havia mudado totalmente. Obcecado em saber o que tinha acontecido com ela, Antônio passava dia e noite no escritório buscando por pistas. Já faziam dias que ele não voltava pra casa por isso quando voltou na noite anterior uma grande discussão se seguiu entre o casal
- Flashback da noite anterior-
"Antônio, isso é hora de chegar em casa? Você passa dias sem aparecer, só não mandei a policia atrás de você porque o Daniel me disse que você estava no escritório!"
"Ah Irene, não me enche! Como você disse, passo dias sem aparecer e quando apareço você já começa com o interrogatório! Que saco!"
"Antônio, isso é jeito de falar com a sua esposa? Poxa, eu tô aqui preocupada com você mas não posso nem perguntar onde você esteve que já vem todo grosso pra cima de mim"
"Quer saber? Descobrir se a Agatha está viva é muito mais importante do que essa discussão besta. Não me espera hoje!"
"Antônio! ANTÔNIO? Não acredito que você vai dizer isso e ir embora, você realmente não tem nenhum respeito por mim."
"Eu não tenho respeito por você? Não sou eu fazendo uma cena patética de mulher controladora."
E assim Antônio passou mais uma noite fora de casa, enquanto sua mulher fervia por dento.
- Fim do flashback -
Do dia anterior até o atual momento, a raiva de Irene apenas triplicou. Aliás, ela tinha o triplo de raiva mas também o dobro de tristeza. Ela sabia que nunca tinha sido prioridade na vida de Antônio, até se conformou com isso mas com o passar do tempo eles aprenderam a conviver e a se amar, do jeito deles mas se amavam. A volta de Agatha trouxe de volta uma Irene que ela nem conhecia mais: triste, ciumenta e certamente arrependida de ter passado anos com um homem que a vida inteira amou uma sombra. Ela nunca admitira em voz alta, mas viveu uma vida toda com medo de ser deixada por uma mulher que Antônio nunca deixou de amar, mesmo morta. Ela gostaria de ter esse tipo de amor, mas com o fantasma de volta á mistura, mais presente do que nunca, ela não sabia se Antônio continuaria com ela ou largaria tudo por um amor antigo. Ainda por cima, Irene não suportaria ser tripudiada por Caio ou ser olhada com pena por seus dois filhos. Petra e Daniel eram leais, mas nunca entrariam em conflito com Antônio por ela.
Tentada a espairecer um pouco, Irene pegou o carro e foi dar algumas voltas pela cidade. Era um dia chuvoso, daqueles em que parecia que o céu sentia a turbulência que existia dentro dela. Ela se perguntou o que Antônio estava fazendo agora mas logo desistiu de imaginar pois nenhum cenário a agradava. Algumas horas se passaram e ela ainda não estava pronta pra voltar pra casa, talvez enfrentar um marido indiferente ou então a solidão de uma casa vazia. Ela mal registrou pra onde estava indo, só soube quando chegou lá.
O lugar estava lindo apesar da chuva que caía e conservado exatamente do jeito que ela se lembrava. Muitas flores no jardim, uma fonte na entrada e muitas árvores dando frutos. Ela não sabia bem porquê estava ali. Talvez fosse a briga com Antônio que a fez inconscientemente lembrar de algo que ela poderia ter tido ou o simples fato de querer desabafar. A verdade é que ela não sabia se deveria estar lá. Antônio era um homem ciumento, explosivo. Ela não gostaria que ele soubesse onde ela havia ido parar, normalmente ela nunca recorreria à ele, mas as coisas estavam muito confusas, ter a possibilidade da volta de Agatha, mesmo que remota, machucava seu coração. Eles não tinham o melhor tipo de relacionamento hoje mas ela ainda se lembrava de como Ademir sempre tinha sido um bom ouvinte, então cá ela estava, na fazendo do irmão mais novo de seu marido e não menos importante: seu ex.
Ela ficou 1h no carro pensando se deveria ou não sair. Se ela saísse, estaria abrindo algumas portas do passado que ela não tinha certeza que gostaria de abrir, mas ela realmente gostaria de conversar com alguém que não fosse seus filhos ou Deus a livre, Angelina. A chuva também não parecia que daria trégua logo, a fazendo lembrar de uma dia, anos atrás quando ela esteve quase na mesma posição. Parecia traição com Antônio estar aqui, principalmente depois de toda água que rolou por baixo dessa ponte, mas ela chegou a conclusão de que ele não se importou muito com ela ao ir atrás de Agatha, então contra seu melhor julgamento Irene se encontrou batendo na porta e logo viu o cunhado um pouco confuso atendê-la.
"Irene? O que você ta fazendo aqui?"
Ela demorou um pouco pra responder. A verdade é que nem ela sabia o que dizer. Ela pensou em muitas coisas que gostaria de dizer mas preferiu ser o mais vaga possível até que ele lhe deixasse entrar.
"Eu....é... eu precisava falar com alguém que conhecesse o Antônio e não seja um dos filhos ou capangas dele"
Ademir estranhou, mas logo abriu espaço pra que ela entrasse. Ele nunca imaginaria Irene batendo em sua porta, ainda mais pra falar de Antônio. Eles se evitaram por anos e agora de repente ela apareceu na porta dele? Algo deve ter acontecido porquê Irene La Selva preferia ficar pobre do que vê-lo, mas o olhar que ela tinha em seus olhos o convenceu de que talvez, apenas naquele momento, ele devesse escutá-la.
VOCÊ ESTÁ LENDO
rain
FanfictionUma briga entre Irene e Antônio quase tem consequências estrondosas.