Genuine Evil - Dovesso

Capítulo Único

Lesso torcia o nariz em cólera quando o machado que pegava fogo atingiu a costas do aluno que lutava contra Tedros.

 - Droga! - Diz entre dentes

 - Quanta gentileza da sua parte de perder de novo! - Dovey saltitava ao tocar gentilmente os ombros da reitora do mal, fazendo-a revirar os olhos - Bravo! - Suas palmas eram acompanhadas pelos alunos Sempre que comemoravam a vitória

 De todas as qualidades de Lady Lesso, contentamento não era uma delas. Ela poderia ser mais rancorosa do que qualquer Nunca daquela escola.

 O sangue de seu corpo fervia quando sentia suas bochechas se queimarem pela humilhação momentânea, e, odiava admitir, mas a vitória não era algo que ela estava acostumada a viver. Ela não pretendia deixa barato a empolgação ridícula de Dovey sobre "perder de novo". Oh...ela não iria mesmo.

 Lady Lesso escondia uma fantasia obscura pela outra reitora do bem. Fantasia que aflorou por muitos anos em seu corpo. Mas que tornou algo muito mais intenso do que somente uma atração física.

 Mas Dovey não era tola, muito menos ingênua. Diferente de Lesso, a reitora do bem tinha paciência, muita paciência. Durante anos, colheu as sementes do afeto bruto que a contraparte plantava entre elas, umas amizade que escondia atrás de uma rivalidade, que vamos ser honestos, nunca foram rivais. Quando a fada percebeu, estava tão apaixonada pela bruxa quanto um príncipe estaria por uma princesa.

 Clarissa adorava todas as provocações em forma de flerte que Lesso a atingia. Aparentava ofendida, mas seu coração pulsava sempre que ouvia a voz aveludada. Omitia muito bem seu sentimentos pela ruiva, era impossível dizer que Dovey tinha um certo fascino pela mais nova.

 Como já dissemos anteriormente, Clarissa não era tola. Ela sempre reparou os olhares sorrateiros da bruxa sobre ela. Era perceptível a necessidade de proteção que ela tinha pela fada. Além do olhar mortal que poderia executar reinos todas as vezes que um príncipe ou rei galanteava a loira. Lesso mataria toda realeza por ela, e Dovey fez todas essas anotações em sua mente.

 - Isso fica mais ridículo a cada ano... - A bruxa sussurra para si mesma

 Lesso andava a passos largos até sua sala. O corredor vazio de alunos e seus lobos. Jurava que uma farpa da porta de madeira teria enfincado em seus dedos, mas pouco se importou quando tentou fecha-la com toda sua raiva.

 Não havia percebido que Clarissa estava logo atrás de si, impedindo com o salto de vidro que a porta fosse escancarada.

 - O que você quer agora, Clarissa? - Rosna, afastando da madeira quando a fada fecha a porta antes de se virar para a ruiva

 - O que aconteceu? - Dovey cruza os braços e bate um dos pés no chão, recebendo uma sobrancelha levantada da contraparte que apenas arfa

 - Aquele...teatro...foi ridículo - Sua voz era arrastada em fúria, apertando a bengala em uma das mãos, enquanto a outra gesticulava pelo ar, tomando atenção de Clarissa

 - Sério? Está assim por causa daquilo? - Balança a cabeça em indignação, mas Lesso não olha para seus olhos, observando a fresta minúscula da janela de sua sala mal iluminada

 - Todo ano será a mesma merda? - Rosna com os olhos serrados

 - Olha a língua, Lesso! - Descruza os braços, aproximando da bruxa - E não, não precisa ser assim todos os alunos, meus alunos só tiveram sorte e...

 - Oh, por favor, princesa, não comece com esse discurso patético - Revira os olhos, agora encarando a fada madrinha há poucos metros de seu corpo rígido