EM DIREÇÃO AO DESCONHECIDO

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Após centenas de anos, nenhuma alma viva voltara a pisar naquela cidade. Eis que surge de forma misteriosa, se destacando como um ponto preto no meio do vazio branco, um homem vestido com sobretudo e capuz. Ele observa atentamente seu arredor, notando que sobrara praticamente nada do belo parque que outrora se encontrava ali. Tudo estava calmo e coberto por uma neve tão branca que poderia cegar qualquer dänin¹ comum, onde uma espessa neblina imortal cobria o tudo. Ele retira de um dos bolsos internos do sobretudo, o que parecia ser uma bússola e segue seu caminho, rasgando com facilidade a neve profunda.

Caminhando por horas a fio na cidade fantasma, a qual não parecia ter um fim, mostrava a ele, o quão descomunal era o tamanho dela.

Podia-se notar abaixo de neve e gelo, ruínas de antigos edifícios. Isso trazia nostalgia e pesar ao homem, pois havia estado ali em outro tempo por algumas vezes em seu passado. Sentiu-se angustiado, já perdera a oportunidade de visitar as outras partes da nação, que eram verdejantes e prósperas naquela época antiga.

Os sombrios sempre foram equilibrados e pacíficos antes de receberem sua terrível maldição.

Ele conseguia sentir figuras atormentadas vagando nas galerias abaixo, aprisionadas pela corrupção, gelo e neve. Alguns são os resquícios do que eram os antigos sombrios. Outras, criações profanas ou aparições surgidas do sofrimento, ódio e sede de vingança. Mas em seu coração em esperança (apesar dum futuro caótico que está por vir), ele via também um tempo de luz e paz, onde todas as criaturas nascidas do sofrimento, seriam retiradas do seu tormento. E esse era o motivo para estar ali naquele dia.

Andando por mais algumas horas, atormentado pelo sentimento de agonia emanada dos que vagavam abaixo, o homem consegue sair da cidade.

Passando por florestas petrificadas, montanhas afiadas como navalhas e lagos congelados duros tal qual o aço, ele finalmente chega ao primeiro círculo. Um gigantesco paredão de pedra, onde um grande portão de metal que estava parcialmente destruído, guardava a entrada de uma escura e profunda caverna. Uma masmorra. Ele sem medo adentra o lugar e antes que a escuridão o engolisse ele cria em torno de si três esferas luminosas que aparta o escuro sufocante.

Parando por um momento, nota-se um silêncio ensurdecedor, quando se comparado ao zunido das tempestades de neve deixadas para traz. Ele retira da bolsa um mapa do que parecia ser de um labirinto, mostrando que o tal primeiro círculo era na verdade isso, que estava desenhado no mapa. O caminho assim como o anterior seria longo, ele suspira, não de cansaço, mas de um tédio depressivo.

A frente sem dificuldades e usando de seus sentidos aguçados, ele atravessava o labirinto que estava menos escuro que antes, onde pedras, plantas e pequenos inseto luminescentes, davam ao lugar uma atmosfera mais mistificada. Por vezes ele se deparava com alguma criatura anômala poderosa, mas nada que o fizesse recuar ou dava a ele algum tipo de desafio, já que lidou com coisas mais poderosas e vorazes que isso antes. Quando derrotava uma dessas criaturas, sempre voltava a dar uma olhada no mapa e seguir seu caminho como se nada tivesse acontecido.

Andando mais e mais, atravessando inúmeras galerias e criações antigas. Ele se depara com animais estranhos, seres humanóides selvagens nascidos da magia (os quais sempre corriam dele) e mais monstros guardiões de portas e encruzilhadas, mostrando que a saída estava próxima.

Logo, a última provação do labirinto estava a sua frente. Então, o que era pra ser um desafio com três charadas, onde a criatura que parecia uma serpente, cujo o olhar petrificaria qualquer um e qualquer coisa que errasse suas perguntas, se curva perante ao indivíduo deixando que ele seguisse seu caminho, abrindo uma fenda mágica para que ele atravessasse. Era como se ela o reconhecesse, mesmo nunca estando em sua presença antes.


Dänin ou Däningö: É uma raça produzida através de outra chamada Ningö. Os ningömir (mir=plural), são a raça original nascidas em um mundo esquecido. Ningö quer dizer filhos da mente ou mente humana. 

O ANDARILHO E A ÁRVORE DA VONTADEOnde histórias criam vida. Descubra agora