8.

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POV MALU.

Sorrio de volta e faço carinho em ambos animais, enquanto o garoto fecha a porta. Percebo que meu cachorro começa a se familiarizar com o ambiente, e eu peço pra que ele não faça nada aqui.

Olho para a janela em minha frente, vendo o vento estremecer as árvores que próximas ali estavam.

- Essa chuva tá muito forte - falo e vejo Gabriel concordando com a cabeça.

- Tá mesmo, tomara que nada grave aconteça. 

- Então, fico com tanta dó das pessoas que não têm onde ficar, os animais - ele diz que também fica.- Quando eu era mais nova via os cachorros na rua e falava para minha mãe que ia fazer um abrigo, e cuidar de todos os cachorrinhos do mundo. Minha mãe sempre ria, ela não é muito fã de animal nenhum - Gou dá uma risada reconfortante.

Fica um silêncio, mas não algo constrangedor, só um silêncio confortável.

- Será que o pessoal ainda vai pro bagaceira? - questiono-o.

- Não faço ideia, vou perguntar aqui - ele diz enquanto pega o celular do bolso. - Gabi disse que ainda tá de pé - Gabriel reponde.

- Ainda bem! - falo enquanto coloco minhas mãos juntas, como um agradecimento à Deus.

- Bora assistir um filme? - Gou sugere.

- Só bora! 

O garoto se senta no sofá, me convida para fazer o mesmo e pega o controle.

- O que eu coloco? - ele me pergunta.

- Sei lá, bota Barbie e as agentes secretas aí.

- Ah não cara, Barbie não - Gabriel diz em negação.

- Barbie sim, melhor personagem já criada! 

- Foi mal, mas não vou estar colocando não - ele fala simples.

- Porra, Gou. Sou visita, respeite minhas ordens - falo rindo.

Ele não se convence.

- Quando você for lá em casa vai poder escolher qualquer um, mas hoje sou eu, fechô? - falo sinceramente.

- Tá, tá. Coloca aí, porque eu me recuso a clicar nisso - ele diz e eu rio. - Enquanto isso vou pegar uma coberta pra gente, tá mó frio.

- Tá mesmo - falo procurando o filme na Netflix.

Após um tempo ele volta com a coberta e alguns travesseiros.

Ele abre o cobertor, mas preciso me aproximar do garoto para me cobrir também.

- Eu ainda não acredito que vou assistir Barbie, mano - ele fala com certa indignação.

- Pois você vai! 

Depois de uns trinta minutos meu olho começa a pesar, vejo que a chuva está ainda mais forte do que antes.

- Que sono véi, puta que pariu - reclamo.

- Pode encostar aqui e dormir - ele diz, se referindo ao seu peito.

- Não vou recusar né?! - falo e ambos rimos.

Encosto em seu peito e relaxo, continuo olhando para a TV.

Ele passa os braços em volta de mim, me aconchegando.

Sinto coisas diferentes em minha barriga.

Não sei o que é, mas sinto.

A Live - Gabriel GoularteOnde histórias criam vida. Descubra agora