CAPÍTULO UM
Teen Idle
Nada nunca é tão simples quanto parece ser. Nada nunca é tão certo quanto se acha que é. Uma fachada. É assim que Victorie sempre se sentiu a respeito de si mesma. Toda a sua vida foi induzida a aceitar coisas das quais nunca acreditou ser a sua verdade.
Liberdade, a palavra utópica. A capacidade de se perdoar, voar sem asas, se permitir. É aquele suspiro cheio de alívio depois de se resolver consigo. Não sentir o peso do mundo, da realidade... Da sua realidade.
- Tá sentindo esse cheiro? - Victorie abriu a janela do vagão e respirou fundo, com a sensação de estar livre do peso de uma bigorna enorme em cima de si. - A liberdade cheira revigorantemente bem.
- Você pode cheirar sua suposta "liberdade revigorante" depois, não pode Vic? - Vincent diz arrumando os malões nos suportes das cabines. - Está meio difícil de arrumar isso aqui sozinho e, você sabe, nossa mãe disse que...
- Ela não é minha mãe. - Diz o encarando e cruzando seus braços, antes abertos sentindo o vento revitalizante em meu rosto.
Victorie Phoenix LeBlanc era a única menina nascida entre três irmãos. Vicenzo - o mais velho, Vincent - o segundo a nascer e Vitto - o caçula. Margaret - a mãe dos irmãos - sempre deixou claro o quão desgostosa ficou quando a garota nasceu, e seu sonho de ter três homens fortes honrando do nome da família foi por água a baixo. Victorie então, cresceu em um lar no qual não era desejada. Não por vontade de sua progenitora, claro... Se fosse por ela, a menina estaria crescendo em qualquer lar que tivesse piedade em não a deixar perecer de fome ou frio na rua. Mas sim porque seu pai à amava. A única figura em sua vida que lhe ensinou pelo menos um pouco do que é amar e se sentir amada, mesmo em um lar onde ela não tinha espaço, nem vez, nem voz. E viver em um lugar onde se é negada, gera revolta. Foi assim, desobedecendo e ignorando tudo o que Margaret ditava, que o relacionamento das duas dentro de casa se degradou. Foram diversas as brigas, as fugas, os desentendimentos e até agressões. Adolf - Seu pai - nunca soubera de nada que acontecia entre as duas, sabia de que Margaret ficara infeliz com o nascimento de Victorie, mas não das coisas que começaram a acontecer em sua ausência. E lamentavelmente, faleceu assim. Sem saber das demais intenções guardadas dentro das pessoas de sua própria família.
- Já conversamos sobre isso Vic. Você não pode apagar parte da sua história porque não concorda com ela. - O irmão acaba de arrumar as bagagens e se senta no acento em frente ao seu. - Ela continua sendo sua mãe, independentemente do que diga ou faça.
- Não quero falar sobre isso agora Vinci, sério. - Desviou seu olhar do mais velho, observando a vista de fora e como a paisagem passava rápida diante de seus olhos. - Esse assunto é desgastante para mim.
- Mas não tinha que ser, você só deveria aceitar sua realidade tal como é.
- Dá para parar? Não é tão fácil para mim como é para você, se toca Vincent.
- O que tá acontecendo aqui, ein? - Vitto adentra a cabine com um sorriso no rosto, seguido por Vicenzo.
- Você ainda pergunta Vitto? Partindo dessa traditore di sangue, só acontece o pior. - O mais velho dos irmãos alega, empurrando Vitto em direção ao outro banco. Assim, fazendo questão de que ficasse o mais distante possível da garota.
- Eu não te suporto, não sei como consegue ser tão burro assim, Stronzo. - Diz já exaltada.
- Eu menos ainda, pode apostar.
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𝗖𝗛𝗢𝗜𝗖𝗘𝗦 | 𝘚𝘪𝘳𝘪𝘶𝘴 𝘉𝘭𝘢𝘤𝘬
Teen Fiction𝗘𝘀𝗰𝗼𝗹𝗵𝗮𝘀 | "é 𝘢 𝘴𝘶𝘢 𝘷𝘦𝘻 𝘥𝘦 𝘦𝘴𝘤𝘰𝘭𝘩𝘦𝘳" 𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿𝗶𝗲 𝗟𝗲𝗕𝗹𝗮𝗻𝗰 faz de tudo para defender seus princípios, mesmo que isso signifique enfrentar sua família da maneira mais radical possível. Criada por uma mulher cruel, V...