Ane: Entre o Bem e o Mal

Como Tudo Começou

7:15. Acordar, lavar o rosto, escovar os dentes, me trocar, arrumar o cabelo, descer para tomar café e ir para a escola. Normalmente meu dia começa assim. Mas não hoje.
Abri os olhos ofegante e com o suor escorrendo pelo meu pescoço. Sentei-me na cama, olhei tudo ao meu redor e percebi que estava no meu quarto e tudo não tinha passado de um pesadelo. Respirei aliviada, mas só por um instante. Logo olhei para o relógio:
- Droga, logo hoje que tenho prova de história isso acontece? Porra...
Eram 8:17 e eu tinha apenas 13 minutos para chegar a escola. Pulei da cama, fui ao banheiro e voltei ao quarto para me trocar. Levaria no mínimo 15 minutos para fazer isso. Bem, quebrei um recorde. Em 3 minutos estava saindo pela porta da sala e correndo em direção a escola.
Me sentei, como sempre, ao lado de Katy, minha best. Ela me olhou como se visse uma assombração.
- Que foi? -Perguntei, ainda recuperando o fôlego.
- Foi atropelada ou o quê?
- Haha, engraçadinha. Acordei tarde hoje.
...
Voltei pra casa lentamente, como se eu soubesse que ia encontrar algo que não queria. Abri a porta e vi que estava errada. Não algo, mas alguem.
- Mãe? Tá fazendo o que aqui?
- Ane, eu sei que você não gosta de falar sobre... Esse assunto, mas não da mais pra adiar. Eles precisam de você, EU preciso de você!
- Mãe, eu já disse que sou perfeitamente normal. Não sou igual a você.
- Exatamente. Você não é igual a mim. E é justamente por isso que precisamos de você. Ane, por favor... Só uma tentativa? Eu prometo que se não der certo eu desisto, pra sempre!
- (suspiro) Tá bem. Mas é só uma tentativa. E você vai me prometer que se der errado você vai me deixar em paz. Promete?
- Prometo... Falando desse jeito parece até que você não gosta de mim.
- Mãe?!! Você sabe que eu te amo! Só não gosto dessa história de eu ser a escolhida. Poxa! Será que não dava pra ser outra pessoa?
- Como se você é minha única filha?
Daí ela me abraçou forte, como as mães "legais" fazem. E não me deu nem tempo pra me despedir da Katy. Ela estalou os dedos e pronto. Lá estávamos nós. Naquela imensidão de pessoas e coisas estranhas...