• Capitulo 02 •

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Aemond se remexeu na cama pela milésima vez apenas nessa noite, os acontecimentos de mais cedo ainda lhe rondavam, era algo repetitivo e doloroso e a cada repetição seu coração se corroia em culpa. Ele se sentou na cama após tirar os braços de Lucerys de seu corpo e se levantou logo após.

Aemond deslizou como uma cobra para fora do quarto e com muito silêncio caminhava pelos corredores vazios. Syrax a deusa que teve compaixão com o assassino de parentes o observava as escondidas, desde que o loiro acordou ele não havia ficado sozinho por um minuto sequer então não teve como a deusa falar com ele, mas agora era a hora perfeita para isso.

- Achei que nunca conseguiria encontrá-lo sozinho - Aemond se assustou com a voz de Syrax- venha comigo temos muito o que conversar

- Você! - falou quando teve uma visão melhor do rosto da deusa

- Sim Aemond sou eu

- Porque? Porque não me matou ou deixou com que Damon me matasse de uma vez? - falou se aproximando da mulher

- Porque seria mais um banho de sangue e nós não queremos isso. Você está aqui por um motivo Aemond e deve aproveitar ele ao máximo porque é sua última chance

- Que tipo de lugar esse? - indagou, desde que acordou a cabeça de Aemond parecia que ia explodir de tanta coisa que viu e ouviu

Syrax sorriu terna e o olhou.

- Um lugar onde precisa se Lucerys Velaryon para viver um lugar cujo seu corpo necessita do dele para funcionar o lugar onde você é casado com ele, onde é seu ômega - falou levando as mãos para trás das costas e sorriu com a careta que Aemond formou no rosto - aqui além do gênero masculino e feminino tem também um subgênero alfa, beta e ômega

- Alfa beta e ômega? - Aemond perguntou confuso

- Sim! Alfas tanto homens como mulheres são os centros da hierarquia, são os líderes, Reis e rainhas, betas geralmente são mais pacíficos são mornos na hierarquia podem fazer o que bem intendem e geralmente são os filhos que os pais não dão importância e os ômegas são a peça chave da hierarquia porém são desvalorizados, vistos como fracos e apenas como moeda de troca, geralmente são delicados e são responsáveis pela geração de filhos seja um ômega fêmea ou macho, podem gerar basta ter um alfa ou um beta

A essa altura as palavras - Alfa, beta e ômega - já estava embaralhando na cabeça do loiro. Ele olhou novamente para a mulher a sua frente e riu, sua risada continha puro ódio ele avançou contra a deusa e a empurrou contra a parede.

- Eu não quero saber de mais nada quero que me leve de volta para a minha realidade onde somos normais, onde não exista nada dessas anormalias eu odeio Lucerys Velaryon e nunca irei amá-lo nem mesmo em outras vidas - falou a prendendo contra a parede

- Sinto lhe informar Aemond mas essa é sua nova realidade, aqui você ama Lucerys e casado com ele - falou o empurrando para longe sem muito esforço- ah e você é ômega dele e carrega sua marca e antes que me pergunte o que é a marca e a mordida que ele lhe dá após o casamento os unindo como um só para toda a eternidade e em todas as suas vidas e será obrigado a ser submisso a Lucerys mesmo contra sua vontade - certo a parte de Aemond ser submisso a Lucerys era mentira mas agora a deusa estava com raiva pela ousadia de Aemond e iria cutucar onde mais doía em seu ego - então se acostume eu voltarei quando estiver mais calmo e quando processar essas informações então até lá descubra algumas coisas por conta própria e não faça besteiras

Aemond a viu dar de costas e desaparecer pelos corredores, ótimo pensou Aemond olhando ao redor. Precisava achar a biblioteca do lugar que seria o único lugar que acharia alguma resposta.

Sacudiu a poeira inexistente em suas roupas e dobrou o corredor se bem se lembrava sua meia irmã e suas proles bastardos moravam em Dragon Stone então possivelmente ele estaria ali, longe de Porto Real e sua mãe. Abriu porta por porta do corredor em que entrou mas para seu azar ou não nenhuma delas era a biblioteca.

Encostou sua testa na parede de pedra fria e resmungou, o sentimento de estar sendo contrariado e parcialmente inútil o fazia querer chorar. Talvez fosse algo infantil e nem um pouco esperado de sua parte mas ele estava com medo e queria sua mãe. Medo pelo o que poderia acontecer com ele.

Sua atitude estúpida de mais cedo o atingiu não deveria ter tratado a deusa que interviu por sua vida daquela maneira, não deveria nem sequer ter a tocado mas a raiva e pânico tomaram conta de si e agiu tão imprudente. Aemond fechou o único olhos que tinha e resmungou, abriu vagarosamente o olho e pode sentir seu coração parar.

- Sabe eu não imaginava ver você por aqui a essas horas pelo menos não com Lucerys em casa - a garota de cabelos escuros falou- eu ainda não compreendo o que diabos meu irmão Luke viu em você - falou apontando o dedo indicador no peito do tio

Aemond permaneceu em silêncio sua mente divagava confusa em sobre quem era aquela coisinha a sua frente. Não se recordava de Rhaenyra ou Laenor ter outro filho

- O que está procurando- falou colocando as mãos para trás com o cenho franzido

- Aí está você Lysandra estava te caçando por toda a parte sua mãe e seu pai iriam me matar se eu te perdesse novamente - Aemond sentiu o corpo travar não era possível que ele estava bem ali se bem que Lucerys também estava e ele não deveria - Oh Aemond o que faz por aqui a essas horas?

Novamente as palavras pareceram desaparecer da garganta de Aemond, Sor.Harwin Strong estava bem ali, a sua frente lhe oferecendo um sorriso gentil.

- Acho que ele quebrou talvez devêssemos devolvê-lo a Alicent já que não funciona mais não acha pai - Harwin a repreendeu com o olhar a fazendo encolher os ombros - Ta tá eu já entendi que vá entendi que podemos devolvê-lo mas não custa nada tentar

- Sinto muito por isso sei que Daemon é Rhaenyra prometeram que ele não iria fazer mais isso - Harwin falou o olhando

- Sem problemas já estou... acostumado? -  pareceu mais uma pergunta do que uma resposta

- Certo já que nos resolvemos vamos pai eu quero treinar e mostrar para o papai que eu posso cuidar de mim mesma sozinha - falou seguro na mão de Harwin a o puxando pelo corredor - você não vem tio-cunhado?

Harwin riu baixo e o loiro a olhou indignado como ela poderia ser tão petulante e abusada e olha que só a conhecia a poucos minutos já que ela não fazia parte de sua realidade original. Ele respirou fundo e concordou seguindo a garota morena e Sor.Harwin para seja lá onde quer que eles fossem...



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