Quattro

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⚠️TW: esse capítulo pode apresentar gatilho para algumas pessoas.

Pov's Meredith:

Ter ele dentro de casa é sinal que a paz que tinha, havia acabado. Que tudo, novamente, iria se repetir.

O cheiro insuportável de álcool espalhou pela casa, como sempre. Ele não sustentava o próprio corpo, cambaleava a todo momento.

Minha mãe estava encolhida, e eu estremeci por dentro.

Eu iria me levantar e ir para meu quarto, quando a voz embolada me impede:

- Onde pensa que vai, Meredith? - mal conseguia entender o que ele falava.

- Para o meu quarto. Por que? - virei-me para olhar seu rosto, sabia que com aquela resposta estaria em maus lençóis.

- Ainda tem coragem de me responder desse jeito. Está vendo a vagabunda que você criou, Ellis? - ele olha pra minha mãe que não tinha falado nada até agora.

- Não fale assim da minha filha, Thatcher. A Meredith não é vagabunda, muito menos puta. Trate de respeitar a minha filha dentro da minha casa. - eu estava surpresa e ao mesmo tempo me tremendo, de medo, de agonia.

Minha mãe nunca bateu de frente com Thatcher desse jeito. Ela sempre escutava tudo calada, pois sabia onde tudo iria dar. Em agressão.

- Mamãe... - tento impedir ela com a voz embargada, acho que nunca senti tanto medo como agora. Eu sabia muito bem do que ele era capaz, e isso iria acabar com seu ego.

- Cala a porra da sua boca, Meredith. Agora eu vou me acertar com sua querida mamãe. Ela está muito ousada para o meu gosto, isso eu tiro com uma surra rapidinho. - ele fala e se aproxima de minha mãe.

- NÃO! Você não vai encostar UM DEDO na minha mãe. Você ousar encostar nela, eu chamo a polícia e acabo com a sua vida. - falo indo para a frente dele, sentindo ainda mais perto o cheiro insuportável de bebida barata.

Foi rápido, coisa de segundos. Eu sequer tive reação para pensar. Thatcher quebrou a garrafa de bebida que tinha na mão em minha cabeça, fazendo ela quebrar em pedaços pela sala, e eu cair no chão com a mão no local em que ele tinha acertado.

- MEREDITH!

Escuto minha mãe gritar, mas a voz está distante, como se eu, aos poucos estivesse apagando.

Sinto alguém sentar na minha cintura e acertar meu rosto, meu estômago, minhas costelas e meus peitos.

Eu não tinha reação para gritar, ou muito menos sentir dor. Minha cabeça doía, devia ser da garrafada e de outras possíveis pancadas que estou levando.

Tudo começa a ficar escuro, minha visão que estava embaçada começa a ficar preta. Antes de apagar por completo sinto os braços de minha mãe ao redor de meu corpo machucado.

《 ♡ 》

Acordo assustada, não sei quanto tempo eu fiquei desacordada, mas assim que abro os olhos sinto minha cabeça pesar e boa parte de meu corpo doer de maneira insuportável.

- Meredith? Sweetheart... Você acordou, graças a Deus. Como se sente? - minha mãe segura minha mão e beija minha testa, fazendo carinho em meus cabelos.

- Meu corpo e minha cabeça doem. Por quanto tempo eu fiquei desacordada? - ela me olha e seus olhos se enchem de lágrimas.

- Quase três horas. Eu estava a ponto de te levar para o hospital. Usei todas as minhas habilidades de medicina não concluída para fazer o possível em te ajudar. - dou uma risada fraca e na mesma hora sinto minha cabeça dar uma pontada insuportável.

My Sunshine - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora