AWAKENED - O Coma Global

- DESPERTADO -

Erick abriu os olhos lentamente, sentindo um formigamento estranho percorrer por todo o seu corpo. Ele tentou se mover, mas sentiu a sua respiração pesada em um ambiente escuro e sombrio. Aos poucos, sua visão foi se ajustando ao local e ele percebeu que estava em um quarto de hospital abandonado. As paredes estavam sujas e a tinta descascando, os móveis estavam cobertos por um grosso pó, criando um ambiente decadente e assustador.

O garoto ficou confuso, tentando se lembrar de como havia chegado ali, suas pernas estavam fracas e bambas, fazendo-o perder o equilíbrio várias vezes enquanto tentava se levantar da cama mofada. Foi quando ouviu a porta ranger ao longe, como se alguém estivesse se movendo pela construção abandonada. O coração de Erick acelerou e ele começou a se arrastar pelo chão, desesperado para encontrar um lugar para se esconder e evitar qualquer confronto com a figura misteriosa. Ele tentou se lembrar do que havia acontecido, mas tudo parecia nebuloso em sua mente.

A respiração pesada e misteriosa ecoava pelas paredes do hospital abandonado, envolvendo Erick em uma atmosfera de tensão e medo. Mesmo tentando se mover com agilidade em direção à fonte de luz, as suas pernas não obedeciam e ele acabava se arrastando pelo chão, tentando encontrar um lugar seguro para se esconder.

Os passos que se aproximavam eram cada vez mais altos e pesados, fazendo o coração do garoto bater descompassadamente em seu peito. Ele podia sentir a presença sombria e ameaçadora se aproximando cada vez mais.

Finalmente, uma figura apareceu na porta do quarto, assombrando ainda mais a mente de Erick. Era uma sombra alta e escura, com olhos brilhantes e vermelhos como brasas incandescentes. O jovem ficou petrificado em meio à escuridão, temendo o que aquela figura sinistra poderia fazer com ele.

Erick sentiu um arrepio percorrer por sua espinha quando a figura sinistra começou a se aproximar lentamente, caminhando como se estivesse flutuando no ar sem nenhum esforço. Ele tentou gritar, mas sua boca estava seca e sua garganta fechada pelo medo. A sua mente confusa se debatia em inúmeras possibilidades, mas algo lhe dizia que aquela não era uma presença humana. Ele tentou se mover, mas seu corpo parecia estar preso, incapaz de reagir.

A figura sombria emitia grunhidos e rosnados que pareciam ecoar pelas paredes do hospital, assombrando ainda mais o ambiente. Erick sentiu que estava a beira do desespero, sem saber o que fazer ou para onde ir.
A pessoa possuída se aproximava cada vez mais de Erick, movendo-se de forma estranha e desajeitada. Ele podia sentir o hálito quente e podre que saía de sua boca enquanto ela se inclinava em direção a ele. O olhar vermelho e penetrante da figura parecia perfurar a sua alma, fazendo o garoto sentir-se cada vez mais vulnerável e impotente.
O ser se jogou em sua direção, abrindo uma mandíbula sobre-humana em seu rosto e devorando o braço direito de Erick, enquanto ele tentava empurrá-la. De repente, espinhos negros brotaram rapidamente do chão e perfuraram a pessoa possuída, que se prendeu nos espinhos enquanto se contorcia de dor. Erick rolou e afastou-se engatinhando, com um olhar perplexo, sem entender como aquilo era possível.

Enquanto a pessoa possuída se debatia, Erick começou a sentir algo estranho acontecer dentro dele. Uma força estranha e poderosa começou a crescer em seu interior, algo que ele ainda não compreendia ou aceitava completamente. Foi então que notou que as feridas causadas pela pessoa possuída estavam se curando rapidamente, deixando-o ainda mais perplexo.

Assim que a pessoa possuída cessou seus movimentos, Erick levantou-se com vigor, ainda assustado e confuso com tudo o que havia acontecido. O primeiro corredor estava vazio, e tudo o que ele podia ouvir era o som ocasional do vento. Mas à medida que se aproximava do pátio, ele ouviu algo que fez seu coração bater mais rápido - suspiros pesados e esganiçados vindos de várias direções.
Erick parou por um momento, tentando localizar a origem dos suspiros. Ele percebeu que os sons pareciam estar vindo das sombras mais profundas do pátio. Ele engoliu em seco, tentando controlar o medo que começou a se apoderar dele novamente.
Com muita cautela, Erick deu passos hesitantes para o pátio, tentando manter sua respiração calma. À medida que se aproximava das sombras, os suspiros ficavam ainda mais intensos e desesperados, fazendo todo o seu corpo tremer.
Ele finalmente chegou à fonte dos suspiros, e o que viu o deixou petrificado, quando Erick chegou ao pátio, ele ficou horrorizado com a visão diante dele. Centenas de camas estavam espalhadas pelo local, todas ocupadas com pacientes em coma. Eric saltou para trás num susto, confrontado com uma cena tão surreal. Ele tentou avaliar o que estava acontecendo, mas era impossível ignorar a sensação de que algo estava errado.
Com medo de ficar preso no hospital, Erick começou a procurar uma maneira de escapar. Adentrando um corredor escuro, ele tentou abrir a primeira porta que encontrou, mas estava trancada. Ele passou por várias portas trancadas, contudo, encontrou um pé de cabra atrás de um bebedouro, abriu algumas que deram em salas cheias de equipamentos empoeirados e gavetas de arquivos, até que, finalmente, encontrou uma possível saída.
Erick destrancou a porta com cuidado, espreitando antes de sair. Ele estava agora em um beco que levava a um pequeno estacionamento iluminado por uma única lâmpada enfraquecida. Ele olhou para os dois lados, procurando por algum sinal de ajuda, mas nada. O estacionamento estava vazio, exceto por um carro preto estacionado no fundo.
Erick se aproximou cautelosamente do carro, tentando descobrir se alguém estava dentro. Ele abriu a porta do motorista, checando se as chaves estavam no contato. Quando não encontrou as chaves, ele começou a procurar em torno do carro.
Furioso de frustração ele arremessa o pé de cabra contra o parabrisa do carro.