𝗖𝗛𝗘𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚 𝗗𝗘𝗔𝗧𝗛 ━ loki

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A súplica das almas atormentavam o deus da morte. Elas o rodeavam, não havia formato definido, alternavam entre uma nuvem prateada carregada de lamúrias e rostos deformados implorando pela misericórdia de Thanatos.

O olhar vago da morte permitia que a mulher ao seu lado se enchesse de dúvidas a respeito do seus pensamentos. Já fazia alguns dias que a confusão tomava conta da face dele. Alguma coisa estava errada. Muito errada.

──── O senhor está bem? ──── A doce voz da figura feminina parada ao seu lado livrou o deus de seus devaneios.

──── Já disse que não precisa me chamar de 'senhor', Ayelet, eu não sou seu dono. ──── O olhar de Thanatos se desviou por um instante para interpretar as expressões dela. Ele respirou fundo antes de responder. ──── Não, não está nada bem. O universo está desequilibrado, eu posso sentir.

O deus da morte observava as estrelas à sua frente, contemplava sua imensidão e poder. Seus olhos refletiam o brilho dos astros e traziam um pouco de vida para a morte. As mãos cruzadas nas costas indicavam a tensão dominando-o.

──── Desequilibrado? ──── O rosto se contorceu em sinal de dúvida. ──── Mas para isso acontecer... ──── Antes de completar a frase, Ayelet olhou para Thanatos e se assustou quando percebeu que o mesmo já estava a encarando. Não termine essa frase.

──── Isso é impossível. ──── A cada palavra trocada as almas atormentavam mais o deus da morte. Elas não mais cercavam apenas seu tronco, agora preenchiam o espaço iluminado apenas pela luz das estrelas. Seus gritos eram ensurdecedores, mas apenas ele podia ouvir e ver. Tomado pela confusão, Thanatos cambaleou e caiu no chão rochoso. ──── Eu.. eu saberia!

Você não sabe nada.

Se acha tão poderoso, mas foi trapaceado.

A morte pode ser enganada!

O corpo de Thanatos se curvou de uma maneira que somente um deus poderia suportar. As almas entraram dentro dele para mostrar como a morte pode, sim, ser enganada. Ele via a silhueta de um homem alto de cabelos compridos. Ambos se encontravam em um espaço onde não havia vida ou morte. Thanatos aproximou-se com cautela, pois a figura emanava um grande poder e ele não sabia quem era.

──── Não... isso não pode ser possível! ──── O grito da morte fez com que o homem à sua frente se virasse e finalmente revelasse sua identidade. As vestes verdes, o elmo de chifres, o sorriso debochado e o olhar tão hostil e impiedoso... Como Thanatos pôde ser tão cego? A única criatura capaz de enganar a morte só poderia ser o próprio deus da trapaça.

──── Está vendo como você não é invencível? ──── A expressão profana do homem incitava o desafio.

Quando os mortos perceberam que conseguiram o que queriam, deixaram Thanatos voltar para a sua realidade. O deus recobrou a consciência imediatamente, levantando-se em um pulo, o que assustou Ayelet.

──── O que aconteceu?

──── Eles me mostraram, Ayelet, o que está causando o desequilíbrio. ──── Havia raiva em sua voz. ──── Isso não pode se repetir. Eu irei reparar esse erro. ──── O deus estendeu sua mão para a mulher. ──── Venha.

──── Para onde vamos? ──── Ayelet segurou firme na mão gélida de Thanatos.

──── Asgard.

· ·      ─── Myoui Mina como AYELET

· ·      ─── Então, sejam muito bem-vindos ao prólogo de Cheating Death. Foi curtinho, eu sei, mas aconteceu tudo o que precisava acontecer. Me desculpem qualquer erro ortográfico, dou o meu melhor, mas não sou profissional.

· ·      ─── Espero que todos tenham tido uma boa leitura!