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18 // "Eu sou o Nathan"

[ Daisy ]

"Cheguei!!" Anunciei a alto e bom som mal entrei dentro de casa. Hoje a minha mãe tinha-me dito que iria tirar o dia, ficando provavelmente em casa o dia todo. Não que eu acredite muito, aposto que foi para o hospital na mesma.

Dirigi-me para o meu quarto e despejei todos os livros que estavam na minha mão no meio da secretária, desarrumando tudo o que se encontrava lá em cima. Suspiro e pego no meu telemóvel, vendo várias mensagens do meu rapaz de cabelos encaracolados. Sorri automaticamente só com as notificações.

Harry <3 - Espero que tenhas chegado bem a casa, pequenina.

Harry <3 - Amanhã queres vir lanchar a minha casa? Podemos ficar a tarde toda deitado no sofá a ver filmes, só nós os dois hihi :3

Harry <3 - Até amanhã bebé, beijinhos <3

Eu - Olá meu Hazzy lindo :))

Eu - Acabei de chegar a casa, vou só avisar a minha mãe que amanhã vou ter contigo e que talvez não volte hihi :3

Eu - Até já gigante <3

Sorri de uma maneira parva para a parede enquanto pousava o meu telemóvel em cima da bagunça da minha secretária, preparando-me para descer.

Descalço-me e coloco os meus chinelos confortáveis, as botas que tinha já me estavam a destruir os pés. Desci as escadas e dirigi-me imediatamente para a sala de estar, o barulho da televisão fez-me entender que a minha mãe estaria lá.

"Olá mãe, amanhã eu vou ter com o Ha--" Corto-me a mim mesma depois de me deparar com a minha mãe e com, presumo eu, Nathan aos beijos no sofá. "Okay, eu vou só... Ali à cozinha..." Digo atrapalhadamente e preparo-me para virar costas. Os dois seres adultos param tudo o que estavam a fazer e levantam-se do sofá.

"Olá Daisy, eu sou o Nathan." O namorado da minha mãe anuncia. Céus, ele é sexy. A fina camada de barba que se encontrava sobre a sua face fez-me lembrar o meu pai, que também deixava crescer um pouco a barba. O seu leve é adorável sotaque australiano ainda o torna mais sexy. Sorri para Nathan automaticamente com a memória. A minha mãe não podia ter escolhido melhor.

"Oh, olá." Aceno envergonhadamente e o homem nos seus quarenta e poucos sorri de lado.

"Olá filha." A minha mãe aproxima-se e dá-me logo um beijo na bochecha e um abraço. Típico, mas exagerado. "Ias dizer..." A minha progenitora pede para eu continuar, logo depois de me largar e de voltar para junto de Nathan.

"Eu amanhã vou para casa do Harry durante a tarde, talvez só volte a casa domingo..." Proclamo envergonhadamente, sentindo as minhas bochechas aquecerem sem que eu me pudesse controlar.

"Porquê?" A minha mãe insiste e observo Nathan a colocar a sua mão direita atrás das costas da minha mãe, chegando-a mais para si.

"Deixa-a estar Mer, também comecei cedo." Nathan diz com uma risada no fim, acabando com um sorriso um bocado perverso na cara.

"Nós só vamos ver filmes o fim-de-semana todo, nada de mais." Apresso-me a dizer, fazendo Nathan dar uma gargalhada baixa. "Que foi? É verdade!" Resmungo e cruzo os braços ao peito, fazendo beicinho, tal qual uma criança.

"Ninguém disse nada em contrário, filha." A minha mãe assegura e dá-me um piscar de olho discreto, olho-a confusa. Não, espera, ela...? "Amanhã estás à vontade para ir ter com o Harry, ele parece ser bom rapaz."

"Correção, ele é bom rapaz." Corto-a automaticamente, não consigo evitar isto ultimamente. O Harry tem este efeito em mim. Consigo quase ouvir o sorriso de Nathan, mesmo não estando a olhar para ele. O chão parecia, definitivamente, muito mais interessante.

"Ele é um bom rapaz, eu sei filha." Ela continua o seu discurso. "Ele faz-te bem, faz-te bem ter uma pessoa como ele na tua vida." A minha progenitora sorri afetivamente e eu fico a questionar-me mentalmente a mesma pergunta vezes e vezes sem conta - o que é que eu e o Harry somos?

"E já sabes, se ele te magoar ou te fizer mal, eu trato do assunto." Nathan assegura fazendo-me dar uma gargalhada.

"Não te preocupes, ele não faz mal a uma mosca." Eu digo, omitindo tudo o que ele já fez ao Liam. Nathan gargalha com o meu pequeno comentário, fazendo a minha mãe juntar-se a mim.

"Não foi isso que eu vi aqui em casa no outro dia..." A minha mãe divaga, fazendo um Nathan confuso olhá-la.

"Oh, mãe t--"

"O que viste no outro dia, Mer?" Os ciúmes de Nathan falam mais alto. Não consigo ficar calada, por isso apenas rio baixo.

"A Daisy estava na cozinha com o Harry, que estava só de boxers." A minha mãe simplesmente diz, sem dar grande importância.

"Oh, não, não, não, nós não fizemos nada, ele apenas esteve a dor---"

"Não te preocupes rapariga, eu entendo isso." Nathan assegura com um sorriso na cara, deixando-me mais calma. "Também já tive a tua idade não te esqueças." Eu gargalho com o seu comentário típico.

"Já agora, eu não quero nem nunca quererei vir a substituir o teu pai. É impossível fazê-lo, eu sei, mas eu apenas quero ser uma boa companhia para ti e para a tua mãe, cuidando bem das duas. É impossível substituir uma figura parental mas tu podes ver-me sempre como um bom amigo, tu decides o que fazer em relação a mim." Ele discursa piscando-me o olho no final, fazendo os meus olhos lacrimejar ligeiramente.

Este homem é um sonho. Nunca ninguém foi assim tão sincero e com tão bom coração com ele. As lágrimas a rolar pelas minhas bochechas fazem o Nathan aproximar-se de mim e abraçar-me. Choro levemente no seu abraço agradável. Tenho saudades do meu pai. Vai ser bom tem o Nathan por perto.

"Obrigada." Sussurro-lhe, antes de ele se voltar a juntar à minha mãe, que também estava emocionada com o nosso pequeno momento.

"Vamos contar agora?" A minha mãe murmura para o seu namorado, deixando-me de vela.

"Não lhe contas-te?" Nathan interroga a minha mãe num pequeno sussurro, embora eu tenha ouvido. Vela World, população eu.

"O quê?" Pergunto, curiosa. "O que é que me vão contar?"

"Foi-me oferecida uma vaga em Seattle, onde eu e o teu pai trabalhávamos antes." Os meus olhos abriram-se logo em espanto, tal como a minha boca.

"A mim também..." O namorado da minha mãe meio que pergunta. Vamos viver juntos? E outra vez em Seattle? Tenho tantas memórias felizes daquela cidade e tantas memórias infelizes. Tenho saudades do meu pai, tantas saudades que dói. Nunca irei considerar o Nathan como meu pai mas sim como um amigo, nada substitui o meu progenitor.

"Eu... Eu... N-não sei o que dizer." Parecia que todas as palavras tinham sido arrancadas da minha boca e não tinha nada a dizer. "Quando começas a trabalhar lá, se aceitares a proposta?"

"Daqui a dois meses, talvez três." A minha mãe responde. Eu apenas aceno com a cabeça, não tenho nada a dizer.

Eu não sei o que esperar!

Eu vou perder os meus amigos todos, outra vez. Cortar todos os laços.

Vou ter de começar tudo de novo, tal como se fosse começar uma nova religião noutro local. Apenas não se trata de uma religião, mas é noutro local.

Porra, nós vamos voltar a Seattle.

______________
Olá olá!

Saudades minhas? :D

Wow, não atualizava há mais de 1 mês :o (não havia leituras nenhumas nem votos :c )

MAS TENHO BOAS NOTÍCIAS PARA FESTEJAR!!

2k de leituras!!!!! Muito obrigada a todas/os que têm acompanhado o meu progresso <3

Até ao próximo capítulo!

All the love xx

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 20, 2018 ⏰

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