Thorns of an imperfect rose

Revelações

"Alita Sandrottir!" ecoou em meio a uma sala fria e praticamente vazia, era madrugada do dia 30 de setembro, um homem alto e porte físico robusto com cabelos grisalhos soltou essas palavras enquanto segurava um bebê em seus braços.

Uma mulher então perguntou com a voz cansada e trêmula. "Então é uma garota?!" seu rosto brilhava como o nascer do sol em um pequeno campo sem a poluição desgastada da cidade grande. Assim que a mulher a viu, se apaixonou imediatamente pela criança que ali estava, chorando de maneira descontrolada e imparável.

Assim se seguiu o nascimento da pequena Alita, uma garota iluminada pela sorte de ser simplesmente adorável em tudo que se propunha a fazer desde pequena, já quando criança, foi colocada em diversas aulas como ballet, aulas de canto, aulas de piano e assim por diante, algo que por mais que a deixasse cansada, jamais ousara ir contra os desejos de seus pais, de ser a garota mais perfeita que já existiu.

Então por volta de seus 12 anos de idade, Alita já tinha um conhecimento imenso sobre arte das mais belas formas conhecidas, e não poupava seu tempo em fazer apresentações em shows de talentos, pequenas participações especiais em eventos na sua cidade e de até mesmo compor suas próprias músicas e lançá-las para que o mundo pudesse conhecer seu vasto talento musical, e pudesse assim, de alguma forma dar orgulhos para seus pais, que se preocupavam apenas com status e a fama que ela trazia para eles.

Um dia, Alita se viu cansada da sua rotina que desgastava seu corpo e mente, com aulas recorrentes e intensas no dia a dia, com a escola onde precisava tirar notas excelentes e com as cobranças rígidas vinda de seus próprios pais, ela já não aguentava mais tanto esforço e pouca expressão de amor daqueles que lutavam tanto para seu próprio bem, mas mesmo assim, ela se dedicava dia após dia, para receber o mínimo de atenção e amor deles.

"Eu não quero mais saber disso tudo, eu não aguento mais", essas palavras saíram em tom de indignação da boca de Alita, que já estava de saco cheio de todas as coisas que seus pais jogavam para cima dela. "Vocês me tratam como se eu fosse um boneco onde estará lá para satisfazer a vontade de vocês, mas... onde fica os meus desejos, as minhas ambições e meus sonhos?".

"Você não tem ambições ainda, querida, você é nova demais para sequer pensar em um futuro para você, eu e seu pai sabemos o que é melhor para você, você não consegue enxergar tudo isso que você mesma conquistou?" sua mãe perguntou em um tom de calma e compaixão, como se entendesse a dor de sua filha.

"Eu vi assim que você nasceu, que você seria diferente, meu bem, você nasceu para ganhar o mundo." seu pai falou em tom orgulhoso e batendo a mão no peito. "A família Sandrottir nunca foi tão bem reconhecida como agora que você tem nos tornado importantes." seu sorriso no rosto era nítido e o orgulho estampado em seu rosto, era indescritível.

"Tá, mas, eu não sei se dou conta disso tudo, é muita pressão, é muita cobrança e eu ainda não tenho nem tempo para escola direito, essa não deveria ser minha única preocupação no momento? Viver uma vida decente, uma vida normal?" perguntou a jovem Alita com a voz baixa.

"Normal?! Você acha que vai conquistar algo sendo uma pessoa normal? Você tem que lutar muito para conseguir o que quer, ser uma pessoa normal só vai te trazer para o fundo do poço e acabar com sua carreira!" disse seu pai, que agora já trazia um tom de voz mais exaltado e grosso.

"Igual vocês fizeram com vocês mesmos?" resmungou Alita baixinho.

E de repente, um tapa foi desferido contra seu rosto, seu pai havia escutado o que a pobre garota tinha dito sobre o casal, seu rosto se transformara em uma visão horrível, visão essa que ela nunca esqueceria, seu pai tomado de raiva e completamente furioso gritou. "Não repita isso jamais garota, você não sabe o que passamos para estarmos aqui, você deveria ser grata a mim e sua mãe, por colocar você nesse caminho, sem nós, você não seria ninguém."