A Ordem dos Magos: Ordália Negra

Prólogo

Há muito tempo atrás, antes dos grandes e poderosos cavaleiros, antecedendo até os paladinos com suas sabedorias em runas místicas, era o tempo de caos e terror. As forças de Adam cresciam com seu exército congelado, e nada nem ninguém conseguia combatê-los desde o aprisionamento e derrota de Arkh, o deus dragão.

Um pequeno garoto de pele negra como o breu e cabelos vermelhos como a lava quente crescia no topo do Monte mais alto do Reino, quase na fronteira das Terras Élficas.

O Arqui-mago Dagnar em suas pesquisas sobre os primeiros a vagar sob a terra, descobriu uma profecia sobre um ser que traria união para as  criaturas, homens e seres mágicos  da linhagem do próprio monarca cruel. O líder dos magos não pensou duas vezes e montou no seu cavalo, rumando até o Monte Arkh.

Quão grande foi sua surpresa ao descobrir que o ser com tamanho poder descrito nos rolos da biblioteca da aurora não passava de um garoto brincando com labaredas de fogo que tomavam a forma de serpentes, pássaros e até um unicórnio que pairava no ar.

Em seu primeiro contato, o garoto assustado pela ausência de qualquer pessoa — exceto os pequenos seres que se esgueiravam pela montanha —, se protegeu, criando uma barreira de fogo ao seu redor. Dagnar tentou falar e convencer o jovem que parecia não entender, já que os sons que soltava eram barulhos animalescos.

O homem mais honrado do Reino persistiu, podia imaginar o quão solitário aquele pequeno se sentia naquele lugar. Dagnar se aproximou da parede de fogo que crescia, e por de trás das cortinas incandescentes, dava para ver um rosto assustado.

Toda aquela dança crescente que as chamas faziam levantou de vez e se dissipou rapidamente, o mago havia conseguido alcançar o jovem. No processo queimou seu braço, mas conquistou o pequeno híbrido de dragão com homem.

Desde aquele dia, Dagnar passou a ir visitar aquela criança, o fortalecendo, ajudando o ser tão poderoso a controlar seus poderes, ensinando o caminho certo até a grande batalha que traria a ruína, ou a salvação para todos os povos em cada reino.

— Existia um vulcão nas terras ao Sul, hoje já está adormecido e suas chamas já não são tão poderosas, mas nos tempos de outrora, fora o mais temido; Vulcão Wyler — contou ao garoto que quase adormecia. — Você será mais poderoso que ele, meu jovem.