5-Eu sou macho!

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- Porra! Onde foi que você se meteu? Estou te ligando há horas. – vociferou o Jeff, assim que coloquei o fone no ouvido.

- Fui deitar cedo e peguei no sono. – murmurei sonolento.

- Onde estão seus avós? Ninguém atendeu o telefone! – exclamou exasperado.

- Eles foram a Denver esta tarde, mas amanhã já estarão de volta. – retruquei.

- Quer dizer que você está sozinho? Estou indo aí. – notei certa euforia em sua voz.

- Não... eu já estou na cama. – disse, enquanto um clique indicava a interrupção da ligação. – Jeff? .... Alô, Jeff! Ele já havia desligado. Merda! Maluco como é, logo vai estar em frente à porta.

Mal se passaram vinte minutos e o ronco da camionete estacionando no acesso da garagem chegou aos meus ouvidos. Antes que eu pudesse cobrir minha nudez com um robe, e descer as escadas, a campainha tocou com insistência.

- Maluco! Você sabe que horas são? – esbravejei

Ele não respondeu. Apenas me enlaçou pela cintura e me puxou contra seu peito. Antes que eu conseguisse articular a frase seguinte, ele me beijou com avidez e doçura, deslizando aquela mãozona desenfreada sobre as minhas nádegas. Impossível não ficar atordoado. Por uns instantes não sabia se o levava até o sofá da sala, ou se subíamos a escada até o meu quarto. Quando meu cérebro conseguiu articular uma solução, já estávamos no andar de cima e eu só precisei entrar na porta do meu quarto.

- Humm ... Belo ninho! – exclamou, quando me soltou e percorreu o quarto com o olhar curioso.

- Minha avó foi mesmo muito caprichosa. – respondi.

- Por que não me disse que estava sozinho em casa? Você não podia ter ficado sozinho naquele estado. Está se sentindo melhor? – sua voz denotava sua zanga.

- Esqueci. – murmurei. – Estou bem melhor. – acrescentei, com um sorriso tímido.

- Está vendo por que eu digo que vou domá-lo, você insiste em testar meus limites. – falou, carrancudo com o olhar impassível.

- Estou contente que esteja aqui! – balbuciei, segurando uma de suas mãos entre as minhas. Aquilo o desarmou. A expressão carrancuda se suavizou.

- Fiquei preocupado com você! Não faça mais isso! – ele precisava demonstrar sua indignação, e camuflar a satisfação que aquela confissão provocou nele.

- Não precisa, estou bem. Juro. – minha voz saindo acanhada. Senti uma necessidade urgente de acaricia-lo. Que estranho, nunca havia sentido isso antes.

Ele não me deixou acariciar seu rosto. Segurou minha mão antes que ela alcançasse aquela tentadora barba por fazer.

- Por que não posso te acariciar, enquanto você se apodera de algo muito mais íntimo meu e eu preciso me resignar? – ousei encarando-o.

- Porque eu sou macho! – sentenciou naturalmente.

- Sim, e daí? – indaguei perplexo

- Machos não são acariciados por outro homem! – havia convicção nessas palavras.

- Então por que me beija, me agarra e faz amor comigo? – perguntei sereno

- É diferente. Eu fodo você! Todo macho fode. – afirmou categórico.


- Quer dizer que você me fode e não sente nada por mim. – desabafei

- Eu não disse que não sinto nada por você! Não tire da minha boca palavras que eu não disse. – revidou, sua expressão começava a ficar séria.

Cilada de uma paixão Adolescente-1° LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora