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O parque da Disney é enorme, muitas atrações em todos os lugares, crianças correndo de um lado para o outro e mais balões nos quiosques do que fios de cabelos em sua cabeça. Agora, imagine esse caos juntado com as gêmeas Nanako e Mimiko, porque foi assim o sábado de Jade e seus amigos. Aquelas duas eram incansáveis, nas vezes que divergiam de opiniões, tornavam-se piores ainda. Sem contar o calor, aquele maldito calor de meio de verão, as meninas reclamavam e Gojo às vezes ia no embalo delas, recebendo olhares feios de todos, principalmente de Utahime.

Apesar dos apesares, todos se divertiram muito, as gêmeas conseguiram ir em todos os brinquedos que queriam, o chororô veio quando não conseguiram tirar uma foto com o Mickey e a Minnie por causa da fila imensa. Mas foram em todas as montanhas-russas, escorregadores, e Suguru agradeceu por Jade ter insistido em levar mais de uma muda de roupa para as meninas, caso contrário, as duas ficariam pingando o dia todo dando abertura para um resfriado baquear seus sistemas imunológicos.

O passeio – se é que pode-se chamar assim – daquela noite era um pouco diferente. Jade recebeu uma ligação inesperada uma semana atrás de sua mãe com sua voz falsa de quem estava ressentida dizendo que não acreditava que sua filha estava namorando e sua própria mãe descobriu por terceiros. Terceiros: Nobara e sua boca grande.

Para cessar o drama insuportável, a morena concordou em jantar com Mei Mei e Geto numa noite de domingo. O restaurante fora escolha da mais velha, visto que nenhum dos outros dois escolheriam um estabelecimento tão longe daquele jeito, mas nenhum dos dois contestou.

Jade se arrumava em seu quarto, secando seu cabelo com o difusor, estava começando a gostar de seu cabelo natural, e Geto tinha uma grande parte nisso. Sua roupa não era tão elaborada, mas também não poderia vestir algo que vestiria em um jantar que não fosse com sua mãe. Mei Mei sempre fiscalizava suas roupas, maquiagem e o jeito que seu cabelo estava, então a ideia de ver a mais velha depois de tantas mudanças em seu exterior e interior a deixava completamente ansiosa. Seu nervosismo era tanto que demorou mais do que o necessário para acertar o fecho da corrente que usava.

Escolhera um macaquinho branco, a parte do busto era enfeitada por cristais swarovski enquanto a parte inferior era um short-saia sem estampa. Sua escolha de maquiagem não saíra de seu habitual, uma pele leve e apenas um delineado fino e afiado, deixando seus olhos levemente alongados. Estava terminando de passar seu perfume quando a tela de seu celular tocou, era uma mensagem de seu namorado dizendo que já a esperava no saguão do prédio em que a mulher morava.

Ela então pegou sua bolsa e saiu do quarto, encontrando Shoko no caminho, que a olhou e disse:

— Tá bonitona, hein Jade.

A morena sorriu e enviou um beijo pelos ares para a outra antes de responder:

— Eu sei.

Ieri riu e isso foi a última coisa que a Zenin escutou antes de sair do apartamento e trancar a porta com sua cópia da chave de lá. Desceu de elevador e encontrou Suguru sentado em uma das poltronas creme que havia no centro do saguão, as quais rodeavam uma mesa de centro de vidro pequena e circular. O homem não economizou na beleza – como nunca o fez –, trajava uma camisa social e uma calça de mesma linha, porém não tão formal quanto uma que se usa em festas de gala. Seu cabelo preto como carvão estava preso em sua marca registrada, um coque samurai.

A mulher andou até ele e abaixou-se até que sua boca estivesse na altura do ouvido do homem.

— Você é muito bonito — ela disse baixo para o homem que ainda não tinha a visto.

— Tenho namorada — ele respondeu. O moreno sabia quem estava cochichando em seu ouvido pelas suas costas, mas resolveu entrar na brincadeira.

— Ela não precisa saber — Jade continuou com seu personagem.

𝐀𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐭𝐚𝐦𝐛𝐞́𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora