Amor

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Amar alguém é muito mais difícil do que aparenta ser. Muitas pessoas acham que é somente nutrir um sentimento por determinado alguém e então ir lá declarar todo seu amor e resolver toda a situação. Queria eu que fosse assim. Por muitos anos também caí na ilusão de que amar é fácil, de que não havia como sofrer por amor, e de que as coisas se simplificam quando o sentimento é recíproco.

Mas eu me enganei.

Eu amei alguém por muito tempo, meu ex-namorado, e ele me destruiu.

Amei minha família, e no momento em que mais precisei, eles viraram as costas para mim, me abandonaram e me expulsaram de casa como se eu não fosse nada para eles. Como se eu não fosse o filho deles.

E tem também Jungkook, possivelmente meu maior desafio no quesito amor. Eu pensava amá-lo apenas como meu melhor amigo e achava que ele me retribuía somente desta forma, mas nos últimos dias, talvez semanas, eu vi tudo isso desabar e mais uma vez meu mundo virar de ponta cabeça. Porque ele já não me ama apenas da forma que eu pensava.

E ainda tinha toda aquela confissão sua em volta disso.

Eu tenho que conseguir amadurecer meu pensamento, conseguir enxergar que seu amor não me destruiu como meu antigo namorado, mas me salvou. Me salvou de uma família que não me aceitava e de um relacionamento que só me fazia bem na minha cabeça, onde eu verdadeiramente vivia um conto de fadas.

Jungkook foi minha salvação. Eu apenas preciso de mais um tempo para me convencer disso.

E se ele está sofrendo com isso, eu também estou. Cada segundo longe dele já é o bastante para me fazer sofrer.

Vê-lo em minha frente, ainda atirado ao chão, se debatendo enquanto chora e diz coisas que na minha visão são desconexas, mexe muito comigo. Porque eu sei que ele está sofrendo, que está com febre, e que provavelmente está delirando com algo. Eu não entendo seus resmungos, apenas quando ele sussurra algumas das maneiras pelas quais me chama, seja Minnie, Cherry, Jiminnie ou bebê. É a única coisa que eu consigo decifrar de seus devaneios em voz alta.

— Jungkook! — Preciso sacudi-lo, ao menos tentando tirá-lo do transe em que ele havia se enfiado. É assustador, porque ele está aqui mesmo sem aparentar estar. — Jungkook! Você está muito quente!

Jungkook abre bem seus olhos repletos de lágrimas e me encara, piscando algumas vezes como se tentasse focar sua visão em mim.

— Minnie? — Jungkook obviamente não está bem, e tudo isso parece estar afetando seu raciocínio, seu corpo, tudo. É horrível. E mais uma vez eu quero gritar por conta da culpa que me sufoca. — Você está mesmo aqui?

— Eu entrei no quarto e te vi chorando, Jungkook! O que está acontecendo? — Eu estou quase entrando em desespero, quero ajudá-lo, ampará-lo de qualquer forma que me for possível. — E-eu não sei o que fazer, mas eu estou preocupado.

— Quer fazer algo por mim? — Seu tom, mesmo quebrado, soa indiferente, e a única coisa que atino a fazer é assentir. — Me deixa sozinho.

Eu arregalo os olhos, mas em seguida me recomponho. Jungkook se levanta cambaleando, me deixando ainda pior, e tenta dar alguns passos.

— JUNGKOOK! — Grito ao que ele despenca, e consigo segurá-lo antes que ele bata a cabeça na quina da cama. Seus olhos estão fechados e ele já não me responde mais.

Jungkook havia desmaiado, nos meus braços, e eu não tenho nada a fazer além de chamar ajuda.

Resolvo ligar para Hoseok, porque ele é a parte mais consciente da minha vida. Sabe naqueles desenhos onde fica um anjinho em um ombro seu e um diabinho no outro? Então, o diabinho no meu ombro é minha própria mente confusa, enquanto Hoseok é o anjinho. Poderia ser Taehyung, mas o Kim ficava apoiando mais o Jungkook e não a mim, e Hoseok é o contrário, ficando mais ao meu lado do que o Jeon.

I'll Take Care of You | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora