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Os pneus fizeram muito barulho quando o carro capotou violentamente na estrada coberta de neve. A única coisa que se conseguiu ouvir foi o pânico na respiração de uma mulher, que olhava desesperadamente para o marido inconsciente deitado contra o banco do condutor.

"Jisung!" A mulher chamou, incapaz de mover o seu corpo, ela soluçou alto. Ela só queria ver o seu filho pela última vez. "J-jisung" Ela sentiu o mundo ao seu redor cair.

E ela também se foi...

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O som de 'I CAN'T STOP ME' de Twice quebrou o silêncio daquele quarto em forma de caixa e o rapaz de dezoito anos acordou do seu sono desconfortável daquela manhã de segunda-feira. O sol quase cegou Jisung naquele dia. Ele levantou-se da cama, desligou o alarme e fechou as persianas.

"Bom dia, querido." A avó de Jisung enviou-lhe um sorriso brilhante com o cesto da roupa nas mãos. "Vou fazer panquecas antes da escola" Jisung acena com a cabeça.

O rapaz de cabelo azul puxou a sweat sobre a cabeça antes de passar a mão pelos cabelos.

'Outro dia, outro arrependimento' Ele pensa consigo mesmo enquanto se move para ficar à frente do seu espelho de corpo inteiro. Jisung, que estava a enxugar furiosamente os olhos lacrimejantes, cobriu o espelho com um cobertor azul marinho antes de pegar a mochila que estava ao lado da cama e seguir para a cozinha.

"Aqui está, bem na hora" A velha senhora riu enquanto colocava um prato de panquecas com chantilly na frente do seu neto, seguido por um sumo de laranja. "Queres que te vá buscar à escola hoje?"

Jisung acena com a cabeça.

"Ok" Ela responde, passando a mão no cabelo do menino. "Eu amo-te" Jisung sorriu suavemente para ela, ela sabia o que ele queria dizer. "É melhor comermos rápido, não queremos que te atrases"

'Não é como se alguém estivesse à minha espera' Ele pensa antes de dar uma mordida na panqueca à sua frente. Ele olha para a sua avó antes de balançar a cabeça.

"Não estás com fome" Ela suspira. "Ok, bem... vamos levar-te para a escola" Ela moveu os pratos para o lado antes de pegar as chaves do carro e caminhar até à porta da frente, com o seu neto logo atrás.

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Ao chegar à escola, Jisung passou a maior parte da manhã, antes das aulas começarem, sentado na biblioteca com um livro nas mãos. A biblioteca da escola tinha pufes no canto, onde ninguém costumava ir, então Jisung ficava nesse lugar o tempo todo.

O sino tocou alto e Jisung gemeu antes de se levantar e se preparar para enfrentar o dia...

Mute | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora